sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

RESENHA AULA 12/12/14

Dia de Show e uma sensação muito gostosa de que já tenho companheiros e companheiras para passeios ao ar livre por nossa cidade com o patins nos pés. Se é grande  o aperto no coração que dá a emancipação de meus pupilos, de quem cuido com tanto carinho, é grande também a alegria de ver o progresso de cada um. 

Tudo começou com a chegada de THAÍS BARRAGAT, que com seu jeitinho silencioso dá rasteira em quem estiver distraído! Ao contrário do que é mais comum, sobretudo para as mulheres, Thaís não é de se queixar, gritar ou dizer que tem medo. Atingindo o limite do pânico expressando um charmoso rubor nas bochechas, ela passa a maior parte das aulas concentrada e em silêncio. E é assim, em silêncio, que esta come-quieta deu o show em uma aula que prometia ser simples... Para começar, sua patinação perdeu os vícios e a assimetria. Novamente os sonhos vindo contribuir para o aprendizados nas noites de meus alunos. Na chegada da escada eu a proibi de colocar a mão no corre-mão e ela nem teve problema. Segurou firme no abdômen e se equilibrou sem precisar de mim. Isso já foi um aviso de que era melhor executar o plano B, já que o plano A ia fazê-la rir dada a sua capacidade demonstrada logo no início, rs. Na primeira descida brusca ela se firmou sozinha, freando com curva de grande raio e não se intimidando com os tropicões provocados pelos pequenos galhos caídos pelo chão com a chuva. No plano inclinado grande, onde aprendemos a lidar com velocidade, Thaís se desafiou o tempo todo, apontando o patins para baixo e deixando sua velocidade aumentar. Desceu o morro principal com encaixe frontal e controlou a velocidade sozinha. Fez isso duas vezes e mostrou que agora é só praticar. No plano de concreto ela fez a freada da vassoura, e também não demonstrou dificuldades. Descendo o trecho final da volta ela treinou a rotação coerente e também deu um show de estabilidade. Depois de treinar o apoio encaixado para passar os obstáculos, Thaís começou a passar sem medo pelos tijolos e irregularidades, e me surpreendeu também com a facilidade com que adotou essa técnica. Para me deixar mais convicto de sua capacidade de andar sozinha, Thaís completou quatro tipos de frenagem em uma única aula:  encaixe frontal, meia lua, slide e vassoura. Treinando mais um pouco e refletindo sobre cada uma das técnicas, a patinação dela só pode melhorar e ficar mais segura! Orgulhoso dela e me preparando para a sua emancipação, dou cinco estrelinhas para a menina de ouro!

JULIANA chegou cedo. Thaís, cheia de energia e animada, foi nos seguindo e a aula foi divertidíssima! Ju está em fase de emancipação. Eu diria que a documentação está no cartório. Bem esperta, habilidosa, leve e forte, Juliana não tem medo de nada (o que me preocupa) e aprende rápido demais. Se desvencilhando de minha mão feito criança no parque, Ju me passa vários sustos, e eu fico atrás dela feito babá. Em nossa aula cumpriu todas as tarefas, e o nível de desafio foi só aumentando. Desce o morro sem problemas, freia bruscamente com slide e esboça uma meia lua. Começou a ver a parada da vassoura, mas estava muito empolgada e ativa para se concentrar em técnica. Então desistimos da vassoura e fomos para o grande desafio! Juliana foi levada à beira do morro super inclinado da Av. Prudente de Morais. Nosso objetivo era simples: permanecer firmes no encaixe frontal enquanto a gravidade insistia em nos levar morro abaixo. Juliana fez um pouco de força e teve um pouco de medo, mas nada que uma insistência incisiva não ofuscasse. Não só ela conseguiu se sustentar, como ainda aprendeu rotação de encaixe frontal com pivô, o que ajuda em descida super controladas e com pouco espaço de manobra (tipo a calçada do Tobogã da contorno). Para finalizar, Juliana aprendeu a subir e descer grandes degraus quando ainda está em movimento, surpreendendo na facilidade. Infelizmente ela não pode estar no Roller Rio, mas acredito que ela deva assumir para si programas mais livres de patinação de maiores distâncias. Ela está pronta para fazer longos trajetos, mas vai precisar ter mais juízo para não se machucar como soube que andou fazendo em uma certa descida enorme sem equipamento, não é mesmo JU?!

ALTAIR chegou animado, mas não trouxe seu filho que teria aula em seguida. Sua filha, VITÓRIA, foi quem deu o show do horário. Muito forte e com certa memória da patinação da infância, Altair parece mesmo um adolescente em vigor e agilidade. Sempre pronto para amparar a queda com as mãos e joelheira, ele parece não ter medo de se machucar. Contudo, justamente por que teve facilidade de recobrar sua memória de infância, o rapaz patina com as pernas excessivamente afastadas e com os braços oscilando em um plano bem alto, o que torna a experiência cansativa e esteticamente ineficiente – coisa de criança patinando. Desde sua primeira aula, sua consciência corporal vem aumentando, seus braços foram se aproximando do quadril e sua combinação engraçadíssima de pisada pronada num pé e supinada no outro passaram a se estabilizar mais. Enquanto fazemos um trabalho minucioso de postura e consciência, Altair foi treinar suas próprias manobras indo e vindo, sobretudo as de frenagem. Sua filha, que testemunhou sua bravura, também percebeu suas costas curvadas e abertura excessiva de pernas e braços. Advertido quanto à postura, pouco restava que trabalhar com seu patins, já que se tratava de patins de velocidade que restringia bem as manobras de curto espaço. Foi então que Altair experimentou um patins free style (o meu) e um patins street (o reserva). Com agilidade e um pouco de desengonço por que era estreia, Altair andou nos dois novos patins e pode comparar as experiências. Ele concluiu sem dificuldades que deveria comprar outro patins de freestyle, já que gosta de manobras em menor espaço que são mais compatíveis com a realidade de BH. Feliz em ver mais um homem povoando nosso mundo da patinação.

Aproveitando o cansaço do pai ou seus intervalos de experimentação do patins, VITÓRIA mostrou que sabe muito e que leva jeito. Bailarina desde pequena, ela tem toda a estrutura de que precisa para ser Diva. Com rapidez no atendimento dos comandos, precisão na execução e muita consciência corporal, ela evoluiu rapidamente. Isso por que bastava um comentário para ela absorver e executar. Com um patins mais simples, ela via seus movimentos limitados facilmente, e não demora ela sentir falta de um equipamento melhor para desenvolver as manobras que vier a aprender. Para nosso curto encontro, Vitória sustentou o reboque em alta velocidade, fez o zigue-zague com as duas pernas como se estivesse passando manteiga no pão e resistiu de pé aos puxões vigorosos do Sprint. Essa menina, que já é Diva, vai tão longe quanto queira, e eu aposto em Slalom ou patinação artística para seu brilho maior! Quero você entre as minhas Divas do Patins, Vitória!

CAROLINA PEREIRA foi a última aluna do dia, e estrelou bonito!! Vendo seu rosto que rescindia aromas infantis, não pude deixar de dar a aula que ela tanto esperava... Depois de um breve aquecimento e uma passagem de técnicas básicas, FOMOS PARA A RUA! Sempre em alta velocidade, para estimular a rapidez do pensamento e vigor de resposta, Carol passou apertado. Com uma alegria inabalável que ocultou muito bem seu cansaço físico que só um bom observador conseguia perceber, essa menina correu pelas ruas do São Bento como se fosse um cavaleiro de guerra. Passou por cima de todos os tipos de transição de pavimentos, subiu e desceu calçadas em alta velocidade, passou por bares, calçadas portuguesas, rachaduras e desníveis. Em alguns momentos, os desafios eram tantos a fazer frente ao seu cansaço que ela se desmanchava, ficando literalmente dependurada em meu braço. Ela se divertia até com isso, e não parava de patinar. Fizemos uma distância enorme que incluía passagens com grama e até um pavimento super perigoso feito de ranhuras fundas semelhantes às sinalizações para cego, só que ocupando toda a extensão da calçada. Com muita força de vontade e coragem invejáveis, não houve desafio que ela não cumprisse segundo o que ia narrando do seu lado. Dois ou três tombos que ela tomou com o fraldão (que resolveu usar de última hora) nem arredaram sua vontade de patinar. Em um dos tombos, inclusive, caiu no meio do lixo de um prédio, e se eu não tiro ela arrastada, sua crise de riso ia fazer ela se encher de mosquito. Na descida final, já morta e com o abdômen pedindo arrego, Carol teve dificuldades relacionadas à articulação de tronco e bacia (abdômen cansado). Mesmo assim, não desistiu. Na verdade, em relação a desistir, o street tem uma característica que só combina com guerreiros: não há como desistir, já que é necessário chegar ao destino. Um grande stand estava montado na rua que seria nossa vazão de parada para a descida da Av. Prudente de Morais vindo do São Bento. Isso tornava a descida crítica, já que o espaço de frenagem ia se reduzindo. Disse a ela que na próxima aula a gente ia descer ali... Ela me olha com uma cara desafiadora e diz: "por que não agora?!". Gente, essa menina não tem limite. Descemos pelo passeio estreito, atingimos alta velocidade, pulamos o degrau alto do meio fio e fizemos uma curva fechada para frear. Para piorar a situação, um mané manobrava todo desajeitado e entrou  na nossa frente três vezes na mesma manobra. Tanto ela não se importou que fizemos mais outra vez. Na volta, diante da sua disposição para desafios, fizemos algo que nunca fiz com nenhum aluno: descemos em alta velocidade um canteiro de grama de 1,5m de altura deslizando direto. Ela foi sem medo e desceu lindamente. Depois disso, fechando um grande arco em alta velocidade, ela ainda subiu o gramado embalada, feito le parcour. Carol sabe que precisa melhorar algumas coisas como pisada pronada do pé esquerdo e excesso de esforço com a lombar causado pelo encurvamento das costas na hora das manobras mais perigosas. Mesmo assim, ela pode se considerar, junto com Ju, Mariana Coda e Graciela, as divas mais prontas para o Street! Carol se superou de uma forma incrível, e merece MUITAS ESTRELINHAS!

Feliz com um dia cheio de desafios e vendo meus pupilos se desenvolver, estou especialmente motivado ao ver que essas meninas e meninos estão ficando prontos para grandes feitos sobre patins. Mais do  que pessoas se realizando, vejo o cenário da patinação de BH afetado por gente levando coisa tão bacana a sério. Me sinto muito realizado através de vocês, e um dia poderei retribuir tamanha alegria. Enquanto esse dia não chega, agradeço-os de coração, meus alunos e alunas queridas.

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller


domingo, 7 de dezembro de 2014

RESENHA AULA 07/12/14

Deve ter muita coisa mais divertida que patins no Mundo, mas como não conheço o Mundo todo, ainda não encontrei nenhuma. É lindo ver aquele tanto de gente patinando direitinho, com consciência corporal, com tranquilidade, com equipamento de segurança e feliz. É disso que o patins precisava para assegurar seu lugar de respeito no cenário do esporte e saúde em BH. Domingo de manhã, contra a força da gravidade, que parece triplicar nesse horário, até quem não teve aula compareceu! Para encerrar, como não poderia deixar de ser, Pré-resenha no Néctar da Serra com almoço maravilhoso, sobremesa criminosa e boa companhia.

Como sempre, HELENA abriu o dia. Mas dessa vez seus traços de guerreira ficaram mais evidentes: ela estava machucada de um tombo que tomou patinando sozinha sem bermudão de proteção (!). Ela não sabia, mas estava com a vértebra levemente trincada. Mesmo assim, com bastante cautela, fizemos uma aula super técnica, onde Helena entrou para o seleto Hall das patinadoras com as mãos livres. Helena se cansou mais do que de costume por três motivos: 1 - Ela esteve parada por causa da queda; 2 - Estava com uma dor leve de fundo; 3 -  A aula foi densa. Mesmo assim, não reclamou (nunca reclama). Fica exausta, parece que vai desmontar, mas faz tudo! Com uma dificuldade de coordenar tantas articulações (cinturas, ombros e grupo inferior ao mesmo tempo) Helena ocupou um terço da aula para entender o balanço conjulgado da rotação transversa (ombro gira para um lado e cintura para o outro). Asism que entendeu o que deveria fazer, percebeu o poder que isso tem sobre o rendimento na patinação. Helena é uma das guerrerias mais incríveis que conheci. É das minhas!! Com o laudo que apareceu depois, ela está afastada da patinação por um tempinho, até que a fratura se recomponha e o bermudão chegue para protege-la. Em nome de nossa família RollerMília, desejo rápida e definitiva melhora. Precisamos de seu astral no time!

Com um horário vago e o corpo cansado do dia anterior de MUITA PATINAÇÃO, preferi me assentar no ponto de ônibus e esperar. ANA, que tinha planejado chegar mais cedo, acabou se atrasando um pouco (sem problemas). Calçando o patins rapidamente, ela já ia respirando fundo e se aquecendo. Preciso gastar umas linhas com uma coisa muito engraçada que aconteceu. Ana foi descer do ponto de ônibus para a rua. Por causa do recapeamento, é comum termos um desnível de 5 a 8cm entre o asfalto que encontra o meio fio e o plano da rua mesmo.  Pois eu deveria ter filmado a Ana tentando escalar os 8cm desse desnível e fazendo o biquinho de quando ela fica com medo. Impagável. Dessa vez não precisei de dizer que ela deveria acordar os músculos ou melhorar a respiração!! Ela simplesmente se condicionou, e isso é MUITO BOM! Começamos com patinação de rendimento (pensando nos passeios de rua que queremos fazer). Assim que Ana começou a se embalar por que sua remada está muito eficiente, começamos o trablaho com os ombros. Reconheço que é muito difícil ser Diva com tanta coisa para se preocupar ao mesmo tempo. Imagenem que a Diva precisa saber se o cabelo está OK, se o tronco está levantado, etc. Além disso tudo, preocupar-se com o balanço correto da mão é um grande desafio, e por isso as mãos vão na cintura durtante bastante tempo. Inspiradas pelo Roller Rio que está chegando e movimentando os ânimos, as meninas já começam a desenvolver uma patinação de maior extensão, com pernas que se afastam mais nas remadas e que pedem o auxílio pendular dos braços. Pois Ana também entrou no clima e ficou vários minutos pelejando para acertar qual ombro que vai na frente quando o pé direito está remando... Engraçado é que só quando eu cantei "eu vou pra maracangalha eu vou"... É Dorival ajudando nossas Divas a adquirirem um ritmo impecável, que é outro elemento importante da patinação de quem precisa deslocar-se por quilômetros sem se cansar: RITMO.

Nesse meio tempo JANAINA chegou com seu namorado e já foi calçando seus patins. O rapaz segurava ela me imitando, e achei engraçado. Certamente foi Jana que o instruiu. Com bastante paciência, ele foi e voltou com ela umas 50 vezes só enquanto eu dava as aulas. Cada vez mais firme e menos medrosa, Jana já patina e tem suas pernas bem fortalecidas para os movimentos da patinação. Não pude trabalhar muito com ela por que estava em aula, mas nas pequenas intervenções que fiz vi que ela está fime e no caminho certo. Em 10 minutos que fiquei com ela para avaliar seu equilíbrio fizemos até Meia Lua!

CAROL RABELO foi esperta e aproveitou um cancelamento para fazer sua primeira aula. Ansiosa para a chegada de seu patins, Carol vem acompanhando nossos posts há semanas. Com sua mãe e seu cachorro NICK, ela chegou animada e nervosa. Parecia que era seu baile de debutante. Depois de calçar seu patins na vala, ela se viu na mesma situação que a Ana, e eu ri muito vendo ela pelejando para se desembaraçar do buraco. Com sua memória da infância sendo resgatada rapidamente, Carol não teve dificuldades para patinar. Por ser a primeira vez com instrutor, talvez ela não estivesse segura o bastante e preferisse sempre não arriscar, pelo que eu só faltei bater nela de tanto estímulo e encorajamento. ela brilhou na patinação de diva e, por que já é bailarina (que lindo!!!), fez o aviãozinho LINDAMENTE!!!!! Foi incrível como ela consegue se estabilizar e como tem consciência corporal. Além da patinação eficiente, embora tímida, e do Aviãozinho impecável, Carol também trabalhou joelho e quadris no zigue-zague do sapo, e aproveitamos para encaixar Meia Lua ao final do movimento de abertura dos pés. Foi sensacional a sua evolução!! Parabéns, bailarina-Diva!

Por fim, para brindar mais um dia de muita saúde e diversão, um almoço no Néctar da Serra com Graciela e Ana Cláudia. Nos divertimos e comemos muito. E saio para a tarde de domingo com aquele gostinho bom da manhã... É uma delícia ter a sensação de dever cumprido e dia realizado tão cedo. dá uma paz indescritível. Obrigado a todos que compareceram e participaram dessa vibe tão boa!

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller

sábado, 6 de dezembro de 2014

RESENHA AULA 06/12/14

A chuva é o nosso Kriptonita dos patins... Mas já que não viemos de Kripton, e sim do que outrora se chamou Curral Del Rey, resistimos bravamente e tivemos uma aula mega atípica nesse sábado de chuva no Mineirão. Aula atípica merece resenha atípica. Acontece que os chuviscos e o chão molhado não nos permitiram ter aulas sequenciadas e com 50 minutos de duração como de costume. Um toldo montado em frente ao Café foi a grande atração, e fizemos uma festa.

GRACIELA e REGINA foram as mais espertas da rodada. Seguindo seus instintos e minha orientação, chegaram cedo no Mineirão e já garantiram alguns quilômetros de passeio naquele pavimento dos sonhos. Regina, que não andava há muito, achou que nem ia conseguir andar, mas saiu patinando lidamente. Engraçado foi que, naquela esplanada de tantas dezenas de milhares de metros quadrados, uma menina que era o único semovente de todo o entorno resolve passar na frente dela. Graciela, que foi a única testemunha do tombo em câmera lenta, dise que foi engraçadíssimo e sem perigos. Anciosas para a minha chegada, as duas me mandaram tantas mensagens que até acho que furei sinal no caminho.

LARISSA, que pensou que poderia sobreviver à uma aula Hard Core sem comer, não só estava sem almoço como não tinha tomado café direito. Preocupada com o terrorismo feito pelas meninas, foi almoçar com a Poli enquanto Regina pegava seu horário temporariamente. <Mais adiante na resenha Larissa terá seus comentários técnicos>

REGINA estava satisfeitíssima por ter conseguido andar sozinha por aí (mérito dela), e já começamos a aula trabalhando uma pendulação mais agressiva. Já era hora de ela entender que andar com as duas pernas abertas não dava mais. Nos primeiros metros de plano foi difícil, mas a subida chegou logo. Tensos com as nuvens escuras que apareceram, tentamos nos concentrar no que fazíamos, e a rampa se encarregou de tomar toda a nossa atenção. Diante da necessidade de "remar" com o patins e proibida de marchar feito pedestre, Regina pelejava com os movimentos até que, como em um passe de mágica, deu nela um "click". Com um grito feito "Eureka" ela diz: "Agooooooora entendiii". Pena eu não ter uma GoPro no capacete umas horas dessas. Regina fez uma cara de quem tinha acertado o bingo e eu ri até. No término do morro, depois de ter compreendido o movimento, coube o treino e as tentativas-e-erros que vão dar a conhecer os limites de segurança. Ela realmente divou nessa hora. O vento frio, a luz caindo e as nuvens se aproximando nos fizeram voltar para a base (café), e até na descida rebocada ela arrasou, mantendo a estabilidade. Na chegada Graciela nos esperava no banco. Tivemos que bater em retirada e nos proteger da chuva, e acabamos por interromper a aula.

Poli, Larissa e eu dançamos e nos divertimos faixa seca de chão que a lage protege, e a esperança de as poças de água secarem depois nos mantinha ali. No Whatsapp as especulações sobre o tempo. Uma desistência apenas, e o restante todo compareceu.

LARISSA foi a primeira a enfrentar os trechos secos entre as poças. Com bastante esforço das pernas, ela foi aprender a fazer desenhos mais harmônicos com o patins no chão e fez a manobra do sapo (que ela chama de manobra do peixe). Foi ótimo ver como que pequenos ajustes fazem a diferença na sua patinação. Larissa, que sempre teve suas belezas, aprendeu que ser Diva é a melhor delas, e rapidamente encarnou os encaixes elegantes de pescoço, ombro e pélvis para patinar como se flutuasse. É lindo ver a transformação dos patinadores que adquirem consciência corporal e a colocam em prática. Por fim ela já estava entendendo as curvas fechadas e aprendendo meia lua. Na descida da rampa, suas curvas de alto desempenho foram impecáveis, e seu passe para o Roller Rio já será emitido por bom desempenho!!! Parabéns pela primeira aula com alto rendimento entre as poças!

CAROL fazendo aula é igual cachorro de madame passeando de coleira. Não pode tirar o olho um segundo que ele sai para a rua. Sua empolgação é contagiante! Já no começo da aula Carol sismou que queria aprender a descer escada fazendo dela uma rampa.  Imediatamente os planos da aula mudaram, rs. Não podemos deixar um aluno corajoso abandonar seu sonho, rs. Fizemos um trabalho de base primeiro, mas sabendo que o que Carol queria era ver o circo pegar fogo. Acertadas umas questões de segurança, já fomos para os puxões, empurrões, curvas bruscas e salto. Usando uma trilha marcada no chão, Carol exercitou a troca de base em saltos laterais, o que dá uma estabilidade incrível na patinação do dia a dia e nas manobras mais aéreas. Com a chuvinha, fomos obrigados a ir para debaixo do toldo. Carol então recebeu instruções para a patinação de costas, o que treinou obstinadamente até a chuva parar. No final da noite ela voltou comigo para fazer a descida da escada como queria... E não é que a danada desceu QUATRO degraus como se estivesse descendo uma rampinha? Depois ainda queria subir na bancada de concreto no estilo street... Parabéns pela bravura, Carol, mas lembre-se do Juízo! 

MIRELLA não teve aula, mas fez suas estripulias. Debaixo do toldo, passou a maior parte do tempo parada alegando dificuldade em se equilibrar: "Gente, não entendo por que é que não consigo faze nada hoje...". Só para mais tarde descobrir que tinha calçado um pé do patins dela e outro do Marcus. Rimos muito disso. Mirella treinou a soltura dos quadris e a retirada do vício de fazer curvas de alto desempenho embutindo a perna de dentro. Além disso fez umas curvas com velocidade e até caiu feito um saco de batatas. O tombo foi suave, em câmera lenta e ainda teve o fraldão para amortecer. Sucesso!

IGOR foi a promessa do dia. Os rumores de que ele ia calçar o patins pela primeira vez logo ali fizeram gente vir de longe assistir. No começo, como todos os que estream, ele andou parecendo que estava com a cueca cheia. Mas em pouco tempo se empolgou e já estava até se aventurando sozinho, com direito a rodadinha e tudo. Igor tem força, e não encontrou dificuldade em se sustentar. Enquanto uma turminha ia assistir as aventuras de Carol na escada no platô de cima, Igor e Marcus se viraram. Acho que agora ele providencia um patins! Vai ser programa em família, rs. Parabéns pela persistência, Igor.

MARCUS, sempre atrevido e sem equipamento, deu o show com suas manobras improvisadas, mas precisa muito cuidar da postura para não parecer uma criança de 9 anos de idade em sua empolação. Em um pequeno toque, Marcus conseguiu transformar sua meia lua, que mais parecia uma dança tribal, em uma manobra mais harmônicas, e isso foi um progresso!

NARDIELLE finalmente está desenvolvendo sobre os patins. Continua medrosa, mas agora não trava nas manobras e puxões do reboque frontal. Adaptando com seu patins que estava um pouco largo e é um chaveirinho para crianças, a intrépida patinadora não desistiu hora nenhuma. Muito mais ativa e resistente do que na aula passada, seu condicionamento físico permitiu que a aula toda fosse recheiada de força e equilíbrio. Nada de moleza ou cansaço. Sem folga! Com dois ou três tombos bobos, Nardielle foi pegando confiança e agora já faz até curvas suaves em seu patins que não é muito de curvas. Nardielle também subiu uma escadaria grande e quase pediu arrego no meio do caminho. Dessa vez ela subiu a rampa deslizando bem, sem marchar ou caminhar feito pedestre. Na descida fez zigue-zague muito mais articulado que antes, com direito a meia lua para aliviar as velocidades altas. Sempre digo que muita coisa é aprendida durante o sono, e Nardielle mostrou que é isso mesmo. Roller Rio à vista, agora é só praticar!

DAISY está empolgada com o Roller Rio e não perde um treino no Mineirão. Chega sempre de fininho e vai se enturmando. Preocupada com a postura e se lembrando de tudo o que vemos nas aulas, ela inclusive ajuda as pessosa que estão iniciando dando toques que ela mesmo recebeu. Uma das últimas a ir embora, ela é uma das alunas que mais pratica fora das aulas, e está super de parabéns.

Acolhidos pela equipe do Café, passamos um sábado fresquinho com chuviscos, poças d'água, pão de queijo, açaí, suco de abacaxi e muita proza boa. Difícil não se apaixonar por esse esporte!

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

RESENHA AULA 27/11/14

Se não fossem as ameaças meteorológicas que são Pedro nos desferiu, a aula dessa quinta não teria tido tanta emoção. Com nuvens carregadas de um lado e Céu aberto de outro, ficamos pensando se o objetivo disso tudo não era saber quem queria MUITO mesmo patinar. O que os Céus descobriram é que nossa turma é DEMAIS e tem raça para o patins! Mais do que comparecimento 100% dos alunos, ainda tivemos Daisy e Altair, que foram patinar com a gente no final. Nossa aula teve duas revelações importantíssimas e teve direito a pré resenha no Rancho do Boi com Graciela e Regina.

GRACIELA veio ter sua primeira aula desde N.Y. Gente xique se acostuma rápido ao luxo e sua musculatura estava toda adaptada para aquela pista de gelo maravilhosa. Com isso, levamos um tempo para nos aquecer. Mesmo assim, sem choro nem vela, já entramos para o circuito pesado para acordar de vez os corpos. Subindo escada com desenvoltura que deixa os passantes de boca aberta, Graciela deu um show. Lá em cima, naquele lugar super perigoso, Graciela se estabilizou sem dificuldade, e eu acho isso um mérito que poucos sabem medir. Imaginem que naquele lugar no topo da escada, qualquer lado é perigoso! Para um lado uma descida forte que leva ao gramado e vai parar na lagoa. Por outro tem uma escadaria grande, e no terceiro tem a própria descida da rua que desemboca no morro da Av. Prudente de Morais. Se eu estivesse iniciando na patinação, ia temer isso tudo. Mas Graciela não se importa, já domina as pisadas de apoio fixo. Com o chão um pouco úmido da chuva de mais cedo, tivemos que ter bastante cuidado, mas fizemos tudo o que tivemos que fazer. Graciela não se cansa mais em uma aula só (isso é MUITO BOM!). Subimos, descemos e demos volta. Na descida do Platô melhoramos o encaixe da curva de alto desempenho e não tivemos dificuldade. Na subida dos pinheiros ela patinou com a pisada na faixa branca e também não encontrou dificuldades. Na descida ela dá um Show!!! O encaixe frontal da Graciela é bom e eficiente. Descidas não são um desafio técnico para ela. Partimos para a frenagem da vassoura. Nosso objetivo é abandonar a meia lua sempre que for necessário frear sem espaço para rodar. Show outra vez! Por fim desafiei Graciela a participar do Massa Crítica e ela TOPOU! Janeiro que nos aguarde!

Na volta LUISA estava esperando a gente de castigo. Insegura, não quis colocar o patins antes de eu chegar. Fez uma manha para levantar sozinha e assustou quando disse que ela tinha que andar sem minha intervenção por alguns metros para eu ver como estava sua patinação. Esse estardalhaço todo para ela sair andando bonitinho assim que começou a patinar. Na hora vi que ela patinou na infância e que trazia memória disso. Luisa desequilibrava aqui e ali, mas chegou tranquila até o ponto de início. Rapidamente ela foi pegando o jeito e se lembrando de sua patinação de infância. Pela falta de força, tínhamos dificuldade de sustentar o corpo no desequilíbrio, e em manobras mais radicais Luisa preferia assentar-se no chão. Por fim, ela estava tão mole que conseguiu sujar até o pescoço com a poeira do chão. Teve uma hora que ela caiu em câmera lenta e segurando a minha mão... Deitou de barriga para baixo no chão. Ri muito. Essa menina vai arrasar por que tem todo o jeito, mas terá que enfrentar medos e colocar os músculos para fortalecerem-se.

E nossa DIVA MIRIM, a MARIANA, estava calçando seu patins toda empolgada. Com apenas 9 anos de idade, nossa mascote destemida não se intimida. No começo da aula, no momento de reconhecimento dos traços motores, essa menina saiu andando feito uma espoleta. Na análise inicial, o esperado: crianças, quando aprendem a patinar de maneira intuitiva, usam os braços no plano do ombro, investem pouco no rolar do patins e têm sempre as pernas afastadas. Se a forma como Mariana chego não me surpreendeu, sua transformação nos primeiros cinco minutos me deixou de queixo caído! Essa menina simplesmente deixou aparecer uma Diva que Deus sabe como cabia em seu corpinho diminuto. Compreendendo a importância di aspecto estético da patinação e tomando para si a responsabilidade de se vigiar, Mariana não precisou de ter sua atenção chamada aos ombros, peito e mãos na cintura. Cuidamos exclusivamente de alinhar as passadas, fortalecer as alavancas de tornozelo e conhecer os limites de pendulação... Bem, isso foi o objetivo da aula. Mas, para muito além dele, essa menina que não se cansa e que me deu uma surra, resolveu topar TODOS os desafios... E então... 😘😘😘😘😘 um colar de beijos no ombro para vocês!! Ela saiu da aula fazendo sprint e meia lua!!!

E então me chega POLLYANNA!!! Gente, preparem-se para a grande reelação: 😘😘😘😘😘 Pollyanna foi a primeira aluna do ano a SOLTAR AS MÃOS da cintura!!! Gente, vamos fazer um baile de debutante para ela!!  👏👏👏👏👏. Animadíssima e muito corajosa, Polyanna não rejeita nenhum desafio, embora seu medo tenha a medida necessária para nutrir o respeito pelo perigo. Subindo escada já no começo da aula, ela  não teve pestanejo. Na descida do morrão ela se segurou em cima dos pés e não arregou com a alta velocidade. Depois de meia volta na barragem resolvemos enfrentar um desafio... OS BRAÇOS!! 😱💪 Sim! Soltá-los pode ser o desejo de muitos, mas serão o pesadelos daqueles que não o fazem bem. Mas isso não é um problema para Polyanna!! Ela é super poderosa! Soltou as mãoa e aprendeu a diferença entre rotação transversa e rotação coerente. Ela viu que, por questões de conforto e de segurança, utilizamos os
Braços  para balancear a patinação nas subidas (rotação transversa) ou para distribuir a nossa carga em um pé só na descida sem fazer esforço (rotação coerente). Demorou um pouco até ela pegar tudo. Até tivemos que ir parar na grama. Mas foi show. Antes de encerrar ela deu um show com a vassoura que deixou as dançarinas do Molejo desconcertadas.

Daisy apareceu animada! Altair já estava rodeando a pista também. Mas, não sei se por que estavam muito boas as companhias ou se era mesmo hora de debandar, quem se aproximou também foi uma grande nuvem de chuva cheia se amor para dar. Da primeira gota à chuva torrencial foram-se dois minutos, e tive que me desequipar dentro do carro.

Saindo de lá, fugidos da chuva, mas muito animados para ir para casa, fomos à pre resenha: Graciela, Regina e o professor, que conversaram fiado até altas horas. Daisy não se juntou à gente por que já tinha compromisso, mas nos divertimos todos.

Com mais uma quinta que chegou chegando e saiu chovendo, reforço minha crença de que o patins é COISA LINDA e que sua prática só trás coisa boa. Obrigado a todos pela presença e ao Altair pela boa vontade... Boa vontade que a chuva levou.

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller


quinta-feira, 20 de novembro de 2014

RESENHA AULA 20/11/14

Quinta é dia de enfrentar os medos com muita aventura, e tenho certeza de que a aula de hoje transformou nossas alunas um pouco. THAIS, MIRELLA e CAROL me divertiram mais do que conseguiram divertir a si mesmas, e a quinta ainda teve direito a espezinho de queijo com muito recalque da viagem de Graciela a N.Y.

Depois de se perder para chegar até a barragem, THAIS chegou se equipando. Ela diz que tem muito medo de cair e se machucar, mas durante a aula toda, faz tudo o que eu peço, e faz com perfeição… Isso me lembra Ana Cláudia, que faz tudo o que eu mando tremendo, fazendo biquinho, ficando vermelha mas sem errar, hahahaha. Thais tem força, é leve e tem boa postura. Seu medo frequentemente a impede de fazer coisas que ela não sabe que sabe. Aprendendo a rotacionar os quadris na hora de trocar de carga, Thais fez enorme progresso na patinação para frente, abandonando a patinação mancando que desenvolvia antes de chegar. Só isso já foi um grande feito. Mas ela não parou por aí. Resolvemos trabalhar curvas de alto desempenho e ela trouxe o velho vício da perna de dentro recolhida, o que é um perigo para pavimentos imprevisíveis como os de BH. Com um ou dois toques, ela finalmente entendeu e começou a aplicar. Em poucos minutos já estava fazendo curvas sozinha, mas tinha que pensar para entrar no eixo. No final da aula uma coisa engraçada: Thaís estava muito cansada e amedrontada no final da aula e faltava um pequeno movimento para fecharmos o desenho da patinação dela… só a passagem dos calcanhares, simples assim. De repente ela foi tomada por um medão e queria por que queria pular a manobra. Irredutível, assegurei que ela não corria risco e frisei que sem aquele passo, a aula teria se perdido, já que todos os exercícios anteriores eram exatamente a preparação para aquele momento. Ela esperneou, reclamou, pediu para não fazer e nada adiantou. Aí a danada vai tentar e CONSEGUE DE PRIMEIRA! Faz uma passada estabilizada, com os pés trocando de posição, tronco estável, cabeça erguida e pouco balanço!!! Gente, essas coisas a gente tem que filmar, não tem jeito!!! Vou ter que arranjar uma GoPro para filmar essas coisas, senão vão achar que estou inventando as resenhas, hahaha.

GRACIELA não pode comparecer à aula por que teve que substituir um outro médico no plantão. Ela, a DIVA que estava em Nova Yorque, foi lá assim mesmo, na véspera do horário das meninas MIRELLA E CAROL, só para me deixar com água na boca com uma caixinha de M&M e as fotos de uma pista de patinação MONSTRA em que ela andou quando estava no Central Park!! Gra é muito xique, e fiquei mega feliz com a visita!

MIRELLA e CAROL chegaram enquanto eu conversava com GRACIELA, e também estavam perdidas. Elas se equiparam rapidinho e só do jeito da Carol se levantar eu percebi que tinha tomado algum suquinho Gammy. Não tem base a Carol. A aula da Mirella aconteceu primeiro, e Carol observou tudo com atenção. Mirella já anda com desenvoltura, mas ainda está adaptando ao seu patins. Em poucos segundos desenvolve grandes velocidades, mas acaba tendo pequenos desequilíbrios que a levariam a uma queda se eu não tivesse a mão nos braços dela. Como isso é muito importante, foi a primeira coisa de que tratamos. Muita pendulação, firmeza nas pernas e exercícios de rotação de quadris foram dando a ela ferramentas para melhorar sua troca de pés. Mirella tem medo, mas faz tudo também, e começamos a investir no reboque. Fiz o maior teatro para passar o exercício do zigue e zangue da perna de sapo. Quando ela foi fazer, saiu como se já tivesse treinado muito. Para parar de pendular feito criança, Mirella começou a observar o desenho de seus patins no chão. Ela foi percebendo que um bom traçado leva a uma boa patinação. Ao final da aula ela já estava patinando MUITO BEM e fomos ao sprint… tardinha… Com puxões vigorosos, mudanças de direção sem aviso e frenagens com giro, Mirella aguentou firme, caindo duas vezes apenas, mas em segurança, bem apoiada e apenas apoiando o joelho no chão. Cansada, mas com um sorriso no rosto, Mirella terminou a aula com uma pisada firme, patinação de Diva e muito caminho pela frente! Show!

CAROL só faltou pular no meio da aula da Mirella, tamanha a sua empolgação. Eu sou a pessoa mais empolgada com patins da América Latina, mas Carol ameaçou raspar no meu camarote. Determinada, atenta, disciplinada e obediente, ela não deixou sua empolgação atrapalhar a sintonia da aula. Ao contrário, punha gás em tudo o que eu propunha, aceitou todos os desafios e fez tudo com eficiência. Não ter medo de cair é uma excelente ajuda, quando o limite é o respeito pelo perigo. Carol está buscando esse ponto, mas na aula de ontem ela não conseguiu segurar.  Já começamos a aula subindo uma super escadaria sem corrimão. Lá de cima víamos que os capoeiristas ocupavam parte do pavimento lá em baixo, o que exigiria mais de nossa descida. Passamos obstáculos, acertamos a sustentação em uma perna só e fomos para o controle de velocidade. Lá no platô dos fundos da barragem fomos enfrentar velocidades maiores para desenvolver estratégias seguras para lidar com ela. Carol não só não tinha medo como sempre queria mais. Para contornar um rastro de água deixado de fora-a-fora partindo o platô ao meio, tivemos que subir outra escada. Na hora de descer, Carol já ficou doida querendo aprender também. Lá em baixo, tivemos que fazer o apoio assimétrico para passar naquelas valas que a Barragem tem. Sensacional a coragem e a firmeza dela! Passamos várias vezes. Na subida, que começou um pouco balançada demais, Carol encontrou o eixo e se endireitou, pisando sempre na faixa branca: "patins é CONTROLE!". Desceu o morro com o encaixe frontal que aprendeu muito rápido e, para humilhar, ainda aprendeu a frenagem da vassoura, que é interessante para baixas velocidades e curto espaço. Na volta  Carol descobriu o apoio preguiçoso e elegante em que se rotaciona o quadril para deixar o patins fluir com um pé só. Quando nos juntamos a Mirella e ao namorado, ambos de patins perambulando, aí foi a festa... Carol querendo treinar o que aprendeu, tombo atrás de tombo, e Mirella com as pernas bambas de tanto rir. Ficamos mais de meia hora conversando e assistindo a empolgação da menina.

Para finalizar, espetinho de queijo no Boi Prudente com Graciela e Regina, mas sem patins. Soubemos mais da viagem da Graciela e ficamos nos escondendo do garçom que disse que ia contar para o personal da Regina que ela estava comendo churrasco, hahahaha.

Obrigado a todos pela presença! Mais uma quinta deliciosa em boa companhia! E que venha o final de semana com muito patins!! ❤️

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

RESENHA AULA 19/11/14

APAIXONADO pela quarta de manhã vendo um dia lindo de Sol amanhecer em um cartão postal de BH, que é a Igrejinha da Pampulha. E como se a paisagem bucólica não bastasse, ainda com patins no pé e excelente companhia. Com protetor Solar , bastante hidratação e muita alegria, uma manhã dessas só pode fazer muito bem ao corpo e à mente, e tenho certeza de que JANAINA, TIA SELME e IRACEMA concordam comigo!

Em sua primeira aula, JANAINA estava nervosa. Chegamos às 7h da manhã para ter aula, mas o Mineirão não tinha aberto ainda. Descemos para a Igrejinha e acho que foi a melhor coisa que fizemos. Jana nunca tinha andado de patins na infância, e aí já sabemos… Um monte de dificuldades, medo de se machucar e nenhuma memória motora da patinação. Mas Janaina é INCRIVELMENTE forte. Fiquei impressionado com isso. Todo recrutamento de força que eu fazia era respondido de pronto, e ela fez a aula inteira sem se cansar!! No começo da aula já tivemos que ir do estacionamento do Guanabara até a Igrejinha, e tenho certeza de que foi uma aventura, por que aquela ciclovia com carros passando em alta velocidade a 40cm da gente estava nos deixando tensos. Praticamente arrastada pelo braço, Jana chega à igreja e começamos os trabalhos. Acreditem: Janaina não vai levar nem três encontros para sair fazendo coisas por aí com o patins. Em minutos de aula, com um toque ou outro, Jana deu um show de força e persistência, e já foi logo entendendo o pêndulo. Cada ida e volta pela rua da Igreja era um novo entendimento e uma nova habilidade, e com concentração ela já ensaiava patinar de um pé só. Sem medo e com semblante de felicidade, Jana abriu a manhã com estilo e promessa! Mais uma Diva para nossa tropa de elite!

TIA SELME chega antes, como sempre, e vem com a sacolinha vermelha dela. É sempre alegria passear com ela, e antes do final da aula da Jana lá estava ela se equipando. Fui buscar as coisas da Jana no carro e, na volta, Tia Selme já estava equipada até os dentes, com fraldão, joelheira, cotoveleira, capacete e munhequeira. Já até tinha tomado um tombo tentando desagarrar da vala do meio fio! Mas Tia Selme não tem mais aquele medo de cair. E vai gostar de um meio fio assim… Acho que foi de tanto a mãe dela falar na infância: “Sai desse meio fio, menina, que coisa feia!”. Nossa aula foi um passeio de final de semana em plena quarta feira. Não consegui deixar de pensar que é maravilhoso tudo isso! Patinando com muita desenvoltura, Tia Selme rende muito mais em sua patinação agora. Contornando a Lagoa, fizemos um percurso de cerca de 2km até a entrada do parque da lagoa, e ainda pedimos água de coco por lá. O coco tinha tanta água que depois eu desconfiei que o cara tinha colocado água mineral. Batendo papo, tomando Sol e água de coco descansamos um pouco para voltar. Tia Selme não precisa mais de mim para passear por aí, mas prefere uma companhia em seus passeios. Perfeccionistas demais, fomos corrigindo coisas aqui e ali na sua patinação, como o giro de quadril para depósito de carga em uma perna (o que foi muito útil para ela) e a simetria entre as passadas (Tia Selme tem mais facilidade de ficar sobre a perna direita por que sua pisada esquerda é ligeiramente pronada). Nos entretemos tanto no passeio que SUPER ATRASAMOS. Espero que Iracema nos perdoe.

E por falar em IRACEMA, essa adolescente com marido e filhos, tenho que dizer que ela é paciente e persistente, por que nos esperou durante o atraso que foi muito e tinha sorriso no rosto quando cheguei. Obrigado pela compreensão, Iracema! Já cheguei para me chocar com ela, que já quis me mostrar o que tinha aprendido sozinha! Meia Lua, minha gente, Meia Lua! SO-ZI-NHA! Como assim?! Pois é! Iracema, aquela menina que não parava em pé nos patins, que deixava as pernas irem se abrindo e da-lhe Patrick segurando seu braço… Mas ela aprendeu tudo sozinha, em seus sonhos, já que nem esteve andando ultimamente. É claro que sua meia lua estava primitiva ainda, já que ela ainda não entendia a questão da troca de carga para fechar o círculo. Além disso, seu pé esquerdo estava ficando pra trás perigosamente. Antes de abordar a meia lua, fomos então trabalhar a curva de alto desempenho para aprendermos a trocar a carga do pé, e depois a parada da vassoura, com o pé atrás arrastando. Iracema gastou umas 6 tentativas e depois se achou na manobra. A parada da vassoura é de EXTREMA utilidade para controle de velocidade em pequenos espaços onde tem gente. É o jeito de parar com menos alarde e mais elegância. Iracema deu um show e já passamos para a manobra seguinte. Dezenas de turistas acompanharam os nossos trabalhos, e aposto que quiseram estar lá de patins também. Engraçado mesmo são os tombos de Iracema. Ela vai feito um gato, se ajeitando no meio do caminho. Com muita força nas pernas e ombros, essa menina cai e levanta sem por a mão no chão! Fiquei impressionado vendo sua desenvoltura, e fiquei muito orgulhoso! 

Meninas, obrigado por participar da minha manhã encantada banhada de Sol e paisagem!

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller

domingo, 16 de novembro de 2014

RESENHA AULA 16/11/14

É sempre fantástico começar um domingo de Sol e Céu azul patinando. Mais divertido ainda quando fico sabendo que minha aluna recebeu uma cantada de uma senhora de 70 anos às 7:40 da manhã! Isso é vida, gente! Hahaha

Como sempre, e para não perder o costume, nossa zeladora, a HELENA, já esperava pela aula equipada e animada. Gente que tem bom humor de manhã é outra coisa, né? Essa moça, que no início do processo precisava de ajuda para ficar de pé, agora já está querendo fazer estrepolias! Já no começo da aula patinando com firmeza mesmo naquele pavimento da Praça JK que é danado de rugoso. Aliás, acabamos diagnosticando que as rodinhas e os rolamentos de Helena não lhe serviam mais à altura de sua patinação. Depois de uma breve aquecida, descemos direto para o asfalto, que tem pavimento melhor e é mais divertido. Helena não só não tem mais medo do reboque frontal em uma descidona como também praticamente não precisou de mim! Patinando na rua fechada, Helena se esforçava para encontrar um padrão de pendulação mais econômico, por que já estava cansando rápido de tanto fazer força. E Eis que ela encontra!!!!!!! Helena, de um certo ponto da subida adiante, simplesmente BRILHOU! Uma moça que passava correndo teve que fazer um comentário que adorei: “nossa, adorei a dança”. “A DANÇA”, gente! Olha que lindo o resultado de procurarmos trabalhar a postura!!! Veja como a patinação da Helena foi percebida por alguém de fora! Isso e LINDO DE VIVER!! Ainda precisamos trabalhar a patinação de alta eficiência, mas o fato é que ela conseguiu encontrar um jeito de patinar sem cansar. E foi tão bacana que pudemos ir MUITO LONGE patinando, já que ela não se cansava com facilidade, e pudemos ensaiar uns boliches com aquele povo todo que fica no nosso caminho e brota sei-lá-de-onde. Helena também tem curvas muito bem armadas, e pudemos descer sem problemas! Essa menina fitness está me deixando orgulhoso!!!! E, por falar em Fitness, ela ainda saiu da aula e foi fazer atividades físicas com o grupo dela, vê se pode?! Na próxima vamos dar um jeito de apertar mais e ver se ainda vai sobrar energia para mais alguma coisa… (brincadeirinha, rs)

Antes de nossa aula terminar Ana já estava rodeando a praça. Assentadinha na bancada, eu a vi de costas e já comecei a rir. Fiquei rindo de imaginar o que é que eu ia fazer com ela. Depois de cada eula eu me pergunto se ela vai ter coragem de voltar… E já faz meses que ela volta, rs. Ana já sabe as técnicas e faz os movimentos com perfeição. Seu traçado é bom e sua pisada simétrica… Mas ela está num medo que só vendo. E é com o medo dela que a gente zoa, e eu fico a aula inteira rindo. Começamos com um reboque brusco e lá vai Ana para o chão, já rindo. Ana usa uma bermuda de espuma, joelheira e cotoveleira. Toda equipada, Ana não se importa de cair tentando, e nunca se machuca quando cai. Rebocada morro abaixo e rápido, ana já começou a tremer. Firme e com uma boa base no patins, ela custa a acreditar na própria capacidade. Fizemos curvas na descida e ela respondia com perfeição, mas cumpria o trecho todo dizendo que ia cair e que não ia dar conta, hahahaha. Eu devia gravar isso e dar play para ela quando chegasse lá em baixo. Depois ela patina lindamente entre os pedestres na rua fechada, com desenvoltura e velocidade razoáveis. Ana já patina com potência e até subiu o morro sem queixa. Engraçada é a cara que ela faz quando aparece alguém no caminho ou um obstáculo: “Patrick, Patrick, o buraco, Patrick… Patrick… PATRICK!” hahahahaha. Ela range os dentes, faz cara de concentrada e fica com o nariz vermelho, HAHAHAHAHAHA. Gente, não consigo parar de rir, hahahahaha. Ela treme toda, fala que não vai fazer, mas faz tudo com perfeição. Na descida, outra revelação. Ana, bem mais segura, fez o encaixe frontal e desceu o morro com velocidade controlada. ABSURDAMENTE mais forte e resistente graças ao patins, Ana faz nossos trajetos sem se cansar e está com muito mais potência nos movimentos. Na hora de se levantar, tem força nas pernas que não tinha antes e, nas alavancas do reboque, tem muito mais firmeza. Na hora de desequipar para ir embora, Ana fez uma bateria de curvas fechadas comigo, para fechar a aula com o que começamos fazendo. Ana deu o SHOW de troca de lado da curva e ainda tirou onda. Já disse que o próximo choque vai ser a Massa Crítica.

Final da aula da Aana e ANA PAULA já estava chegando com o patins, a amiga com o marido e amigos. Adoro gente que leva caravana. Animadas, as meninas estavam doidas para patinar. Não trabalho mais com aulas em grupo e nem dupla por que a experiência me ensinou que as pessoas, por mais intimidade e afinidade que tenham, terão quase sempre caminhos diferentes para aprender. Ana Paula custou a se levantar do banco. Pedi que patinasse sozinha por um tempo e ela custou a desenvolver uns três metros. Isso deveria estar filmado, por que ninguém ia acreditar na evolução! Se Ju estivesse lá, diria: "ah, se mamãe me visse...". Fomos para a grama e ela pode se sentir mais à vontade por que na grama o patins não desliza. Impressionante o controle de quadril e tronco que ela apresentou logo de chegada. Na saída, só de pisar no chão, já vimos progresso!! Na patinação Ana Paula parecia uma DIVA no final. Aprendeu a empinar o peito e andar olhando para frente! No reboque, teve apoio firme e até curvas ela fez!! 😱! Como assim?!! Muito bom!

Enquanto isso, CAROL, que dividiu a  aula com Ana Paula, mostrou que todas as crianças deveriam calçar patins na infância. Isso por que levou alguns minutos para se encontrar no patins novo e, praticamente sem intervenções, teve sua patinação evoluindo rapidamente em apenas uma hora. Impressionante ver como funciona nossa memória motora. Verdade que, com a facilidade de se lembrar dos eixos e alavancas, vem também a facilidade de se lembrar dos vícios, e Carol ainda precisava trabalhar isso. Vimos que crianças em geral não têm muita consciência corporal, e acabam  patinando sem se preocupar muito com a estética da patinação. Carol, que não é boba, pegou rapidinho o espírito e em pouco tempo estava aprendendo a endireitar a Meia Lua (que já trouxe da infância), fazer curvas com mais solidez e até resistir aos puxões do sprint com bravura. Mais uma companheira para os nossos streets muito em breve.

THAÍS chegou tímida e foi assentar-se no santinho. Chamamos ela para se juntar à Caravana da Ana Paula batemos um bom papo enquanto ela se equipava. Carol até aproveitou para experimentar o Twister, que colocou em um pé só para sentir os dois patins ao mesmo tempo. Fica sempre a confirmação de que a engenharia do patins é MUITO relevante na construção da experiência de patinar. Thaís também já anda, e também tinha vícios. Com dois minutos de aula ela se convenceu da importância da postura e passou alguns minutos “desaprendendo” para acertar a estética de sua patinação. Com bastante medo e cuidado, Thaís é mais uma daquelas que pode muito mais do que acha que pode, e nosso trabalho será mais no sentido de destrancar o potencial do que propriamente amplia-lo. Ela responde bem ao reboque, patina bem para frente, se vira nas curvas e já esboça a meia lua. Treinamos bastante a pendurarão por que, assim como a maioria, Thaís tende a patinar pisando muito longe do centro de massa, e isso faz a patinação ficar exaustiva, além de estressar a lombar. Seguindo no meio dos pedestres, Thaís foi patinando feito diva, estendendo a permanência em um pé só e compreendendo a importância do giro de quadril para redistribuir a massa sem forçar a coluna. Na subida, mostrou tranquilidade, e na descida ainda ensaiou o encaixe frontal. Na volta assistimos um senhor de bicicleta enfiar a roda num bueiro afundado e ir de cabeça no chão em uma cambalhota espetacular. Paramos para acudi-lo (!). Seguindo, aprendemos a tornar nosso deslizamento mais seguro trazendo o apoio para uma perna só, deixando a outra pronta para emergências de pavimento ou de circunstância. Thaís se mostrou incrivelmente preparada e adaptada fisicamente, já que não oferece encurtamentos ou rigidez articular que prejudique o trabalho com as diversas dinâmicas do patins. Para terminar, fizemos uma série de meias luas para achar o ponto de troca de carga, e Thaís brilhou, embora já estivesse amolecendo pelo cansaço físico e mais o Sol na cabeça.

Praça JK não oferece banheiro nem sombra, mas é um lugar bonito, com gente bonita e traz muitos obstáculos do dia a dia para treinarmos com segurança. Fiquei muito feliz do desempenho das meninas e senti, mais uma vez, que precisamos andar todos juntos um dia. Vamos nos esforçar para participar das aulas dos coleguinhas, isso vai fazer bem para a patinação de todo mundo.

Obrigado pela companhia em mais um domingo de Sol COM protetor Solar! Vocês fazem muito bem à minha Saúde!
Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller

domingo, 9 de novembro de 2014

RESENHA AULA 08 E 09/11


Dois dias de Sol e uma overdose de patins! Depois de 10 aulas de patins em um final de semana, a resenha ficou um pouco grande, mas recheada de aventuras!

08/11
HELENA sempre chega mais cedo e já vai se equipando. Debaixo daquele Sol de 15h na esplanada sem sombra do Mineirão, o clima desafiava mais do que o próprio patins. Mas a paixão pelo patins e a vontade de fazer coisas novas não encontrou barreiras à altura. Com uma patinação absurdamente melhor do que aquela que ela tinha quando começamos o curso, Helena já está naquela fase da vida de patinadora em que a pessoa olha você patinar, acha fácil por que você parece leve e só vai descobrir que se enganou quando tenta, hahahaha. Para tornar o Sol um fator mais decisivo ainda, a aula teve uma pegada totalmente fitness, já que Helena é toda adepta aos "paranauês" da saúde. Na hora de descer, treinamos as curvas e conseguimos perceber a questão da carga cruzada, foi lindo. Desenvolvemos melhor a patinação em uma perna só, enfrentamos a subida com raça e, depois de cansada, essa menina ainda foi treinar meia lua. Morri de rir por que, quando começou a tocar rock nos auto-falantes do Mineirão ela se empolgoi e começou a fazer a manobra como se viesse treinando há meses! Acho que faltou um exame anti dopping aí, rss. Esta manobra, que é muito importante, exige muito das pernas, já que precisamos nos estabilizar com os pés quase alinhados lateralmente. Helena não se queixa hora nenhuma, embora demonstre que está quase desmaiando com o tanto que puxo a aula. E tem um detalhe: Helena também marcou o primeiro horário do dia seguinte na Praça JK, que já comentaremos!!! Fiquei feliz em vê-la independente e estou certo de que não demora estaremos patinando na massa crítica!

ANA CLÁUDIA vem vindo no meio daquele chão quente e claro do Mineirão. Naquele calor tórrido, a cena dela chegando parecia uma miragem... ELa tão pequena no meio de tanto deserto, rs. Ana chegou caminhando com uma cara de missionário religioso do Oriente médio. Tão decidida que parecia até que sabia o que eu estava prestes a fazer com ela, rs. A aula mal começou e já fomos andando na direção daquele morro. Ana, que é muito boa em captar a técnica e fazer manobras com perfeição, estava precisando mesmo era de enfrentar o medo que tem de se machucar, que é o que sempre dificulta sua vida de patinadora. Ana não é daquelas alunas teimosas que precisam de um trabalho repetitivo de ajuste de técnica. Ela sempre pega rápido, mas tem medo de fazer sozinha. Vale lembrar que ela estava empacotada de equipamento feito embalagem de transportadora de vidro. Tinha cotoveleira, joelheira, fraldão, munhequeira e sei-lá-mais-o-que (colocado sei-la-mais-onde), hahahaha. No meio da subida eu já estava querendo rir por que Ana estava suando e morrendo de calor sem que eu nem tenha começado a brincadeira. Na subida, que começou sofrida, Ana encontrou o eixo e, do meio em diante, escalou sem esforço. No platô lá em cima, Ana começou a ser rebocada com vigor para testarmos a carga cruzada das curvas. O detalhe é que estavamos em uma velocidade ALTÍSSIMA e ana ficando verde de medo. Quanto mais medo ela tinha, mais alto eu gritava: "Bora Ana!!". Ela devia estar me achando ridículo, por que não sabia se ria, se chorava, se reclamava ou se administrava as pálpebras, por que o olho dela ia secando e ela nem piscava. Foi incrível ver a Ana descobrindo os eixos e fazendo curvas com perfeição e alta velocidade. Aliás, acho que a adrenalina foi muita, por que, na volta lá estava Ana "divando" na patinação com os calcanhares batendo SEM EU PEDIR!!! Isso mesmo, uma consequência NATURAL da patinação perfeita e estável! Patinando na direção da rampa, já retornando para a base, começamos a ganhar velocidade (eu de costas) quando alguém colocou o poste no meio do caminho. Ana fez uma cara diferente e não disse nada. Quando olhei para trás, o poste já estava vindo com tudo (sim, ele foi para cima de mim). A única coisa que deu para fazer foi puxar ana para ela não dar um beijão nele, mas estávamos tão depressa que os pés dela trombaram e ana foi gentilmente deitada no chão enquanto eu ria da cena. Mas a sacanagem mesmo foi eu fazer ela subir a escadaria do platô inferior antes de finalizar a aula... Ana estava parecendo que subia o Everest com rarefação do ar e tudo mais. Chegou lá em cima achando que ia morrer, e as pernas não obedeciam mais. Estou muito orgulhoso dos enfrentamentos da Ana, e ela ainda não se deu conta do quanto evoluiu. Quando esse medo sair da aba dela vamos arrasar mais ainda! Parabéns pela superação Ana, na próxima vamos descer aquele legócio direto, hein?!

No lugar de ANDIARA, que acabou não podendo ir, chega DAISY, que conseguiu o horário na raça. Acho que essa menina guardou tão firme na memória suas primeiras experiências com o patins lá na barragem que não percebe sua evolução. Foi ela se levantar do banco e começar a andar e eu já imaginava as luzes e a platéia, hahahaha. Daisy patinando sem mancar, com uma perna de cada vez, sem balançar a cabeça e com ombros estáveis. Na última aula que tivemos, Daisy estava tão independente e atrevida que caímos umas duas vezes por que ela inventou de fazer algo e me pegou desprevinido. Dessa vez, escaldada, ela fez tudo como manda o figurino, e evoluiu muito. Para começar ela finalmente sentiu os eixos das curvas em zigue-zague, e  pode ver suas curvas nascerem com naturalidade e menos esforço. Muito mais concentrada, Daisy simplesmente acordou para o tato dos pés com o patins, e acho que isso foi um dos maiores ganhos. Ela, que já patinava "Divamente" sem olhar para os pés, agora sente como eles estão e já usa isso para fazer reparos de postura e desenho de patinação. Daisy também subiu as escadas, e o fez com maestria, chegando lá em cima praticamente sem se cansar. Um dos principais sinais de que ela está com uma patinação eficiente é sua permanência após o término da aula. Daisy ficou no Mineirão até o vigia do quadriciclo expulsar a gente (21h)! Se ela estivesse patinando com má administração da energia, não aguentaria o cansaço e tiraria logo o patins. Acho que o Sol na cabeça me afetou nesse dia, e fiz uma confusão com horário que prejudicou a aula da Daisy, que foi mais curta do que o normal, além de me esquecer de que o casal ROMERO E CAROL tinham reservado duas horas de aula, e não uma. Mesmo assim, ainda conseguimos fazer ilesos alguns testes de parada brusca e curvas fechadas com reboque, o que antes só terminava em tombos. 

IGOR e ROBERTINHA, dois amigos e colegas de trablaho em uma das escolas em que trabalho, apareceram por lá de surpresa. Isso também contribuiu para a minha confusão de horários, já que não resisti a tentação de vê-los com patins no pé. Igor, atrevido, foi o primeiro. Calçou o patins e saiu andando feito uma marmota. Lutador de Tae Kuon do, Igor tem pernas fortes e boa relação de equilíbrio e sustentação em uma perna só, e, embora não estivesse patinando feito um divo, se virou bem. Para guardar de recordação e poder rir quando quisesse, fiz um vídeo disso tudo. Robertinha, que já patinou na infância, colocou o patins da Ana Cláudia, e seus pés tiveram que ficar dobrados lá dentro. Foi a conta de levantar e ela já queria assentar outra vez. Tudo bem que ela estava toda delicadinha de vestidinho florido, o que não ia ornar bem um tombo com as pernas para o ar. Mesmo assim, insisti que ela desse uns passinhos sob minha supervisão. Pedimos uma foto histórica e Ana fez para gente... ELa fez as fotos: enquadrou, contou até três e.... Se esqueceu de clicar no botão de fotografar!! Hahahahahaa. Conseguimos um pequeno vídeo da gente fazendo a pose, de que fiz um print para guardar, mas valeu demais. Adorei a companhia de vocês nesse sábado, fiquei muito feliz mesmo. Venham sempre!

ROMERO e CAROL já estavam por lá e até assistiram a marmotice de Igor. CAROL foi primeiro e arrasou! Ela já anda e é toda atrevida, mas tem duas dificuldades que podem ter sido o motivo de querer passar por mim nessa trajetória da patinação: dificuldade de administrar velocidade e a frenagem, a danada da frenagem. Todo mundo aprende a andar e tem que aprender a parar, mas o patins não para! (rs) O primeiro passo com essa menina cheia dos conhecimentos da rua foi o banho de purpurina. Sim, Carol teve que entrar no clima de DIVA, e o fez lindamente. Bastou 5 minutos de aula para ela estar fazendo a patinação do aviãozinho. Sustentada por um pé e com o outro esticado para trás, Carol patinava como se estivesse flutuando 1m acima do chão. Como se não bastasse a absorção imediata da nova proposta de postura, Carol também inventou de encarnar a Diva por completo. Ela estava muito concentrada e viajando na patinação dela, mas tinha hora que eu achava que ela imaginava uma multidão aplaudindo e gritando seu nome. Um sorrisinho nascia no canto do rosto e eu até acho que ela piscava por causa dos flashes dos paparazzi. Fazendo em minutos o que normalmente leva várias aulas, Carol reuniu sua experiência e nós lapidamos suas curvas, consertando o vício de se recolher a perna de dentro e acrescentando beleza aos movimentos. A famosa escada por que todos passaram também foi enfrentada com bravura pela boxeadora cheia de energia, e chegamos ao topo sem grandes fadigas. A menina é dura na queda, e muito disciplinada. Para terminar e acabar de esgotar suas forças, fizemos uma bataria de frenagem com corrida em linha reta e parada brusca com meia lua. As veias do pescoço dela até estufavam na hora do tranco, mas ela enfrentava tudo sem medo. Carol é das guerreiras mesmo!! Adorei!

ROMERO foi patinar comigo logo depois. Só filmando para acreditar no que aconteceu com esse moço no intervalo entre a última aula e essa!!! Na aula anterior, como bem diz nossa resenha, Romero andava com dificuldade por que é alto e pesado e precisava trocar de carga, fazendo força demais. Além disso, quando trocava de peso de uma perna para outra, o fazia com tamanha distância entre os pés que ficava inseguro e se cansava muito. Quando pedi a ele que patinasse para eu ver quanto da aula havia ficado em sua memória motora, fiquei CHOCADO!!!!! Pensem num cara que saiu andando feito DIVO!!!! Era Romero, gente, ele mesmo. Romero descobriu o lance de trazer a perna para debaixo do umbigo, e não o contrário, e usava isso para patinar com mais controle e tranquilidade. Em sua patinação ainda havia vícios como o de pisar muito no calcanhar, e fomos trabalhar isso. Subindo com dificuldade no princípio da rampa, mas com desenvoltura assim que pegou o jeito, Romero chegou lá em cima morto de calor. Romero não se queixa nem diz que não vai dar conta, ele apenas aceita os desafios e manda ver. Acho essa uma das grandes virtudes de um aluno. Coloquei ele para fazer curvas fechadas em reboque e ele fez uma força danada. Eu, nem se fala, rebocando o cara maior que eu. Ficamos lá naquela peleja até que ele quebrou seu pacto de silêncio (rs) e disse: "ó! Agora eu percebi o negócio da perna". Sim, Romero agora sabe usar a perna certa para fazer curvas. Para comemorar, descemos a rampa em zigue-zague, e os skatistas pararam para olhar. FIquei na dúvida se estávamos atrapalhando, se eles duvidavam que íamos conseguir ou se queriam mesmo ver o tombo. De qualquer forma a platéia sempre anima o artista, e Romero desceu lindamente, ou deveria dizer "pintamente" para não ficar muito gay? Na volta, também pela escada (ô escada...), Romero já estava cansadão, mas ainda teríamos que trabalhar uma última coisa coisa: a famosa manobra mosca-de-padaria! Coloquei Romero para correr em volta do poste e não sei se era maior o sentimento de orgulho ou a vontade de rir. Seu domínio de curvas está muito bom, e sua postura é SEMPRE bem cuidada, o que não sei se é coisa dele ou se é consequência do curso. Mas um cara daquele tamanho rodando em volta do poste E COM PRESSA ainda por cima (por que pedi que ele desse mais vigor ao exercício) estava muito engraçado. Romero deu o Show e está na lista das recomendações para o evento MASSA CRÍTICA e ROLLER RIO.

Quem me chega patinando na noite da esplanada? A Super, a famosa, a xique, a patinadora, a mascote, a TIAAAA SELMEEEEEE!!!! Hahahahahaha! Ela chegou patinando no meio do povo, assim, como se estivesse inspecionando o Mineirão. Olhei para aquilo e falei comigo: "como assim, Tia Selme por aí sozinha assuntando?". Já comecei rindo antes da aula começar. Tia Selme, que resolveu devolver a bermuda do filho dela, agora tem uma calça High Tech para colocar por cima do seu fraldão, e não brilham mais os detalhes em laranja de antes. Agora ela virou mesmo Lou Patinadora. Reclamando da minha magreza, Tia Selme me pagou um pão de queijo, que comemos enquanto colocavamos os assuntos em dia. Na saída para buscar o dinheiro na bolsa dela do outro lado do Mineirão, uma surpresa: ela já estava patinando com um pé só e com rotação de quadril na alternância das remadas! Sim, ela patinava sempre em uma perna e com uma ginga super firme! Ela deve estar comendo no mesmo restaurante que o ROMERO, por que não tem base ela ter evoluído tanto entre as aulas. A patinação dela estava tão eficiente que atingimos 13Km/h quando eu me lembrei de pegar o GPS para medir. Quero dizer que, no momento de mais emoção, devemos ter chegado a bem mais que isso!!! Só que tem um problema: Tia Selme não sabe o que fazer com essa velocidade toda! Se continuasse asism, ia ter que haver sempre uma esplanada enorme para ela parar com o vento, e isso não inclui o anjo da guarda interceder na retirada dos meninos que brotam do chão em nossa frente. Motivados pelo cenário de perigo que sua velocidade radical estava desenhando, resolvemos treinar curvas, que pelo menos resolviam o negócio do anjo. Em mais uma coincidência com a história de Romero, Tia Selme veio se tornar uma mosca noturna, girando em 8 em torno de dois postes em um trecho de nosso passeio. Sempre melhor quando não está prestando a atenção no que está fazendo, Tia Selme só dava conta de fazer as manobras quando estavamos batendo papo. Era só ela prestar a antenção e o negócio desandava. O pior era a gente não se aguentar de rir da situação. E ela reclamando que o cérebro dela estava todo errado. Com apenas uma desequilibrada que deu em Tia Selme uma taxa de adrenalina superior ao somatório de toda a semana de aventuras diversas em sua rotina, tivemos uma noite tranquila de patinação, e só fomos embora por que o moço do quadriciclo chegou tocando a gente. Cheia de energia ainda, Tia Selme já tem sua estrutura tão transformada pela patinação que já entrou no time dos que podem ficar rodeando o local das aulas fazendo dever mesmo depois do horário. Tia Selme, é sempre bom quando você dá um jeitinho de vir patinar com a gente!!!! :)

No finalzinho a diversão mais PRO da noite: NATACHA e sua patinação artística brota-recalque. Sob a pressão dos ansiosos moços-guarda do quadricilo, ainda conseguimos umas manobras e uns tombos do lado de dentro do Mineirão. Natacha até inventou de passar debaixo da minha perna patinando deitada Deus-sabe-como, e o pior é que deu certo, hahaha. Já com os portões do Mineirão fechados, a vontade de patinar não terminava nunca, e fomos fazer estrepolias na rua. Ela de Quad e eu de inline, misturamos manobras de street com a patinação artística, e demos um show para as árvores que estavam passando alí por perto. Foi lindo, mas rendeou dois tombos para seu joelho desprotegido e para o patins novinho. Mais equipamento de segurança da próxima vez, hein?

Ir dormir tarde depois de um dia tão cheio de emoções é bom demais. Encaro as aulas com muira seriedade e profissionalismo, mas não consigo me furtar a sensação de estar voltando de férias cada vez que vejo vocês e vivo tantas experiências. Descansar para recomeçar cedo no dia seguinte: melhor sensação.

09/11
Depois de dormir cansado e realizado das aulas de sábado, lá vem o Sol da manhã de domingo com aquele Céu azul que a Bic desistiu de tentar copiar. E quem abriu o dia? HELENA, outra vez, por que ela deve ter a chave das aulas, só pode. Ela chegou primeiro novamente, animada novamente, e estava calor novamente, hahahaha. A diferença é que não deu aquela chovinha-de-molhar-bobo do sábado. Desafiada pelo pavimento bem acidentado da praça, Helena teve que fazer bastante esforço para repetir o que estavamos vendo na aula de sábado, mas logo entrou no clima e começamos o primeiro grande desafio: curva trançada! SIM, TELE ESPECTADORES de todo o Brasil! Helena começou a ver curva trançada! No centro da praça temos círculos concêntricos e usamos o menor deles para definir uma trajetória circular para nossa manobra. Ainda com bastante dependência do apoio, Helena topou e mandou ver. Fizemos a curva trançada para os dois lados! Descendo o Platô da praça, que tem inclinação média e é bem amplo, Helena desceu com muita tranquilidade e fazendo as curvas sem nenhum sofrimento. Ou ela superestima a segurança que eu ofereço ou ela é mais chegada do anjo da guarda que não intercedeu pela Tia Selme, por que ela nem modificava o semblante, que estava sempre com um misto de sorriso e súplica. Sorriso por que Helena que é uma pessoa super astral e animada, parecia satisfeita com seu desempenho (em bora não tanto quanto eu), e súplica por que o calor e a minha mania de desafiar os limites a deixavam descadeirada de tanto fazer força. Na hora da meia-lua, que é sempre um desafio, ela encontrou os eixos e fez com independência. Não demora ela fazer sozinha só para o Show das Poderosas. Para humilhar os passantes, Helena ainda tinha um outro compromisso fitness depois da aula: seu grupo de atividades físicas do domingo de manhã. Saindo da aula, lá foi ela se aquecer para uma rodada de atividades: orgulho demais!

GUSTAVO, o duque, já estava rodeando a gente bem antes de nossa aula terminar, e não é que o rapaz patina direitinho? Romero deu o show que ninguém acredita! Começamos nossa aula com uma correção da pisada pronada. Mais uma vez a constatação de que patins de bota de pano só é indicado para pessoas leves, com o tornozelo forte e que não tenham histórico de assimetria das pernas que impacte em pisada pronada. Romero já estava patinando quando começamos, e não precisou de aquecimento algum. Já começamos com reparo da troca de eixos que estava um pouco viciado e com a postura. Imaginem a altura de um cara de 93Kg que é magro! Alto demais, parecia até sacanagem pedir para ele estufar o peito - ficou mais alto ainda. Conhecidos por serem desengonçados, os patinadores de grande estatura precisam de muito esforço para fazer as alavancas necessárias às manobras, e Gustavo tem consciência disso. Trabalhamos o tempo todo a exigência da estética da patinação, e ele acolheu muito bem a nova postura. O que me deixou impressionado era a memória da patinação que ele teve na infância, que se recuperou durante a aula a ponto de ele mesmo se assustar. Pedi a ele que fizesse a curva trançada em torno do círculo da Helena lá no meio da praça. Quando ele começou, teve que escorar em mim os seus quase 100Kg, mas quando pegou o jeito - leia-se: lembrou-se da sua infância - começou a fazer a passada PERFEITA! Sim, Romero, no primeiro dia de aula, fez curva trançada para os dois lados! Essa bolinha da praça JK faz milagres... Só não vale ir lá jogar moedinha e fazer pedido. Tem que ralar mesmo. Gustavo também melhororu sua curva, que tinha vícios da sua infância (nem tudo é perfeito), e rapidamente pegou três tipos distintos de frenagem: 1 - Meia Lua; 2 - Curva fechada de baixo desempenho; 3 - parada brusca em faca. Nunca vi tanto assunto em uma aula só. Fomos para a grama treinar parada brusca, refinamos a meia lua que ele já conhecia e introduzimos a curva de baixo desempenho, que é mais interessante esteticamente, além de ser base para outras manobras que vamos querer aprender mais adiante.

POLLYANNA chega com a caravana dela. Na verdade, já estava andando (sem joelheiras) bem antes de começar a aula. Quando começamos, ela estava com os olhinhos vidrados. Acho que ela estava querendo tanto a aula que nem percebeu o calor. E acho que o Sol ficou enciumado, por que na aula dela a praça ficou mais quente ainda. Polyanna estava patinando lindamente, e nisso não tivemos que mexer. Em sua patinação, fizemos apenas uma modificação, que foi a rotação do quadril para aumentar a permanência em cada pé. Sua resposta foi tão becana que a praça interia queria Bis. Passamos então àquela manobra muito vistosa: aviãozinho, rs. Muito leve (sobretudo comparada aos 93Kg do Gustavo), Polyanna é graciosa na hora de montar a pose para cada pé, e fez tudo tão direitinho que logo mudamos de assunto na aula. Era hora de formar as alavancas para curvas. Com uma patinação tão bacana e de bom dsempenho, ela vai precisar controlar a velocidade que vier a ter. Fizemos curvas, sprints com viradas bruscas em altas velocidades e, quando faltavam 14 minutos para a aula terminar, com JULIANA calçando seu patins e se preparando, fomos dar uma espiadinha na av. Bandeirantes, que estava fechada para ciclistas, patinadores e caminhantes. Empolgada com o pequeno passeio, Polyanna me deu orgulho com sua postura impecável. Estavam todos olhando! No caminho, encontramos ANDIARA e sua amiga CRIS empolgadíssimas equilibrando no meio do povo caminhando no asfalto. Andiara, que agora está de Twister (!), traava de reaprender algumas coisas e se adaptar ao novo patins. Elas aceitaram meu convite para subir com a gente e lá fomos nós morro acima. Palyanna me perguntou se dava para aprender aquela freadinha em que colocamos um pé atrás arrastando. Ela é tão xique que só com uma dica da rotação do quadril ela já saiu fazendo a manobra, ficando vários pontos mais próxima da independência, já que essa manobra me deixa tranquilo em relação às descidas de pequena inclinação. Sucesso demais essa menina!!!!

Voltei para pegar JULIANA e ela estava toda sorridente. Ela sabia que íamos passear horrores na aula, e estava toda empolgada. Como ela era a última aluna do dia, resolvi fazer um grande desafio: SUBIR A AFONSO PENA ATÉ A PRAÇA DO PAPA. Saímos da Praça JK pela Av. Bandeirantes fechada e paramos no Nectar da Serra para um Açaí com leite em pó (por que quem não aguenta bebe leite, rs). Dalí, subindo pela contra mão, escalamos firmemente aquele morro que é muito mais doído para subir do que ele pode aparentar aos olhos de quem só assiste. Juliana cismou que queria ir até o fim, mas estava cansada desde o início, já que nossa jornada até alí não tinha sido lá esses passeios de escada rolante. Na subida, com patinaçãõ firme, o desafio era mesmo cardio vascular, e não de técnica. Ju se sentiu à vontade com a subidona (que deveria assustar qualquer um) e fomos-que-fomos. Na parte mais inclinada, fomos para a grama e Juliana ficou toda feliz. Disse que daquele jeito alí poderia passar o dia todo, e ainda soltou a pérola: "ai, se mamãe me visse...", hahahaha. Depois de cumprir a primeira grande parte pela grama, fomos contornar a praça pelo passeio para chegar ao topo. Na reta final, uma família simpática que estava assentada à grama curtindo a manhã de domingo parabenizou nossa pupila pela garra na subida, e Ju ficou toda orgulhosa, embora não menos cansada, rs. Depois tomamos uma água de coco (coco não tem acento, cocô é que tem, por que palavras terminadas em "o" são paroxítonas caso não estejam acentuadas - gastei). Animada pela vista, ar fresco e conquista, Ju aparentemente se esqueceu de que teríamos todo o caminho de volta e foi passear pra lá e pra cá. Lembrada da realidade, Juliana se precipitou em direção à escada e caiu de bunda a 1m de mim, rs. Descemos a escada feito Divos, e Ju ainda teve energia para se desafiar na descida frontal, do que desistiu por se perceber pouco alongada e bastante cansada. Descemos o primeiro patamar da praça ao som de música ao vivo do pessoal que passava o som para o Show de mais tarde, e depois o asfalto em "U" que faz a diversão do Minas Roller aos domingos. Em seguida, para a nossa alegria, descemos o restante da praça pelo gramado e fomos ao delírio! Mais adiante ainda, morro abaixo, começamos uma descida séria e concentrada, que exigiu sincronia, força, técnica e boa administração cardio vascular. Depois disso tudo, a Av. Bandeirantes se tornou uma mera rampinha de garagem, e chegamos à Praça JK inteiros, à exceção dos litros de água a menos da desidratação (mesmo com as águas, açaís e águas de coco).

Feliz pelo final de semana cheio de patinação e orgulhoso pelo progresso impecável de todos vocês, agradeço por mais essa oportunidade de recarregar minhas energias e participar do desenvolvimento e cura de vocês! Até a próxima!

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller