sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

RESENHA AULA 12/12/14

Dia de Show e uma sensação muito gostosa de que já tenho companheiros e companheiras para passeios ao ar livre por nossa cidade com o patins nos pés. Se é grande  o aperto no coração que dá a emancipação de meus pupilos, de quem cuido com tanto carinho, é grande também a alegria de ver o progresso de cada um. 

Tudo começou com a chegada de THAÍS BARRAGAT, que com seu jeitinho silencioso dá rasteira em quem estiver distraído! Ao contrário do que é mais comum, sobretudo para as mulheres, Thaís não é de se queixar, gritar ou dizer que tem medo. Atingindo o limite do pânico expressando um charmoso rubor nas bochechas, ela passa a maior parte das aulas concentrada e em silêncio. E é assim, em silêncio, que esta come-quieta deu o show em uma aula que prometia ser simples... Para começar, sua patinação perdeu os vícios e a assimetria. Novamente os sonhos vindo contribuir para o aprendizados nas noites de meus alunos. Na chegada da escada eu a proibi de colocar a mão no corre-mão e ela nem teve problema. Segurou firme no abdômen e se equilibrou sem precisar de mim. Isso já foi um aviso de que era melhor executar o plano B, já que o plano A ia fazê-la rir dada a sua capacidade demonstrada logo no início, rs. Na primeira descida brusca ela se firmou sozinha, freando com curva de grande raio e não se intimidando com os tropicões provocados pelos pequenos galhos caídos pelo chão com a chuva. No plano inclinado grande, onde aprendemos a lidar com velocidade, Thaís se desafiou o tempo todo, apontando o patins para baixo e deixando sua velocidade aumentar. Desceu o morro principal com encaixe frontal e controlou a velocidade sozinha. Fez isso duas vezes e mostrou que agora é só praticar. No plano de concreto ela fez a freada da vassoura, e também não demonstrou dificuldades. Descendo o trecho final da volta ela treinou a rotação coerente e também deu um show de estabilidade. Depois de treinar o apoio encaixado para passar os obstáculos, Thaís começou a passar sem medo pelos tijolos e irregularidades, e me surpreendeu também com a facilidade com que adotou essa técnica. Para me deixar mais convicto de sua capacidade de andar sozinha, Thaís completou quatro tipos de frenagem em uma única aula:  encaixe frontal, meia lua, slide e vassoura. Treinando mais um pouco e refletindo sobre cada uma das técnicas, a patinação dela só pode melhorar e ficar mais segura! Orgulhoso dela e me preparando para a sua emancipação, dou cinco estrelinhas para a menina de ouro!

JULIANA chegou cedo. Thaís, cheia de energia e animada, foi nos seguindo e a aula foi divertidíssima! Ju está em fase de emancipação. Eu diria que a documentação está no cartório. Bem esperta, habilidosa, leve e forte, Juliana não tem medo de nada (o que me preocupa) e aprende rápido demais. Se desvencilhando de minha mão feito criança no parque, Ju me passa vários sustos, e eu fico atrás dela feito babá. Em nossa aula cumpriu todas as tarefas, e o nível de desafio foi só aumentando. Desce o morro sem problemas, freia bruscamente com slide e esboça uma meia lua. Começou a ver a parada da vassoura, mas estava muito empolgada e ativa para se concentrar em técnica. Então desistimos da vassoura e fomos para o grande desafio! Juliana foi levada à beira do morro super inclinado da Av. Prudente de Morais. Nosso objetivo era simples: permanecer firmes no encaixe frontal enquanto a gravidade insistia em nos levar morro abaixo. Juliana fez um pouco de força e teve um pouco de medo, mas nada que uma insistência incisiva não ofuscasse. Não só ela conseguiu se sustentar, como ainda aprendeu rotação de encaixe frontal com pivô, o que ajuda em descida super controladas e com pouco espaço de manobra (tipo a calçada do Tobogã da contorno). Para finalizar, Juliana aprendeu a subir e descer grandes degraus quando ainda está em movimento, surpreendendo na facilidade. Infelizmente ela não pode estar no Roller Rio, mas acredito que ela deva assumir para si programas mais livres de patinação de maiores distâncias. Ela está pronta para fazer longos trajetos, mas vai precisar ter mais juízo para não se machucar como soube que andou fazendo em uma certa descida enorme sem equipamento, não é mesmo JU?!

ALTAIR chegou animado, mas não trouxe seu filho que teria aula em seguida. Sua filha, VITÓRIA, foi quem deu o show do horário. Muito forte e com certa memória da patinação da infância, Altair parece mesmo um adolescente em vigor e agilidade. Sempre pronto para amparar a queda com as mãos e joelheira, ele parece não ter medo de se machucar. Contudo, justamente por que teve facilidade de recobrar sua memória de infância, o rapaz patina com as pernas excessivamente afastadas e com os braços oscilando em um plano bem alto, o que torna a experiência cansativa e esteticamente ineficiente – coisa de criança patinando. Desde sua primeira aula, sua consciência corporal vem aumentando, seus braços foram se aproximando do quadril e sua combinação engraçadíssima de pisada pronada num pé e supinada no outro passaram a se estabilizar mais. Enquanto fazemos um trabalho minucioso de postura e consciência, Altair foi treinar suas próprias manobras indo e vindo, sobretudo as de frenagem. Sua filha, que testemunhou sua bravura, também percebeu suas costas curvadas e abertura excessiva de pernas e braços. Advertido quanto à postura, pouco restava que trabalhar com seu patins, já que se tratava de patins de velocidade que restringia bem as manobras de curto espaço. Foi então que Altair experimentou um patins free style (o meu) e um patins street (o reserva). Com agilidade e um pouco de desengonço por que era estreia, Altair andou nos dois novos patins e pode comparar as experiências. Ele concluiu sem dificuldades que deveria comprar outro patins de freestyle, já que gosta de manobras em menor espaço que são mais compatíveis com a realidade de BH. Feliz em ver mais um homem povoando nosso mundo da patinação.

Aproveitando o cansaço do pai ou seus intervalos de experimentação do patins, VITÓRIA mostrou que sabe muito e que leva jeito. Bailarina desde pequena, ela tem toda a estrutura de que precisa para ser Diva. Com rapidez no atendimento dos comandos, precisão na execução e muita consciência corporal, ela evoluiu rapidamente. Isso por que bastava um comentário para ela absorver e executar. Com um patins mais simples, ela via seus movimentos limitados facilmente, e não demora ela sentir falta de um equipamento melhor para desenvolver as manobras que vier a aprender. Para nosso curto encontro, Vitória sustentou o reboque em alta velocidade, fez o zigue-zague com as duas pernas como se estivesse passando manteiga no pão e resistiu de pé aos puxões vigorosos do Sprint. Essa menina, que já é Diva, vai tão longe quanto queira, e eu aposto em Slalom ou patinação artística para seu brilho maior! Quero você entre as minhas Divas do Patins, Vitória!

CAROLINA PEREIRA foi a última aluna do dia, e estrelou bonito!! Vendo seu rosto que rescindia aromas infantis, não pude deixar de dar a aula que ela tanto esperava... Depois de um breve aquecimento e uma passagem de técnicas básicas, FOMOS PARA A RUA! Sempre em alta velocidade, para estimular a rapidez do pensamento e vigor de resposta, Carol passou apertado. Com uma alegria inabalável que ocultou muito bem seu cansaço físico que só um bom observador conseguia perceber, essa menina correu pelas ruas do São Bento como se fosse um cavaleiro de guerra. Passou por cima de todos os tipos de transição de pavimentos, subiu e desceu calçadas em alta velocidade, passou por bares, calçadas portuguesas, rachaduras e desníveis. Em alguns momentos, os desafios eram tantos a fazer frente ao seu cansaço que ela se desmanchava, ficando literalmente dependurada em meu braço. Ela se divertia até com isso, e não parava de patinar. Fizemos uma distância enorme que incluía passagens com grama e até um pavimento super perigoso feito de ranhuras fundas semelhantes às sinalizações para cego, só que ocupando toda a extensão da calçada. Com muita força de vontade e coragem invejáveis, não houve desafio que ela não cumprisse segundo o que ia narrando do seu lado. Dois ou três tombos que ela tomou com o fraldão (que resolveu usar de última hora) nem arredaram sua vontade de patinar. Em um dos tombos, inclusive, caiu no meio do lixo de um prédio, e se eu não tiro ela arrastada, sua crise de riso ia fazer ela se encher de mosquito. Na descida final, já morta e com o abdômen pedindo arrego, Carol teve dificuldades relacionadas à articulação de tronco e bacia (abdômen cansado). Mesmo assim, não desistiu. Na verdade, em relação a desistir, o street tem uma característica que só combina com guerreiros: não há como desistir, já que é necessário chegar ao destino. Um grande stand estava montado na rua que seria nossa vazão de parada para a descida da Av. Prudente de Morais vindo do São Bento. Isso tornava a descida crítica, já que o espaço de frenagem ia se reduzindo. Disse a ela que na próxima aula a gente ia descer ali... Ela me olha com uma cara desafiadora e diz: "por que não agora?!". Gente, essa menina não tem limite. Descemos pelo passeio estreito, atingimos alta velocidade, pulamos o degrau alto do meio fio e fizemos uma curva fechada para frear. Para piorar a situação, um mané manobrava todo desajeitado e entrou  na nossa frente três vezes na mesma manobra. Tanto ela não se importou que fizemos mais outra vez. Na volta, diante da sua disposição para desafios, fizemos algo que nunca fiz com nenhum aluno: descemos em alta velocidade um canteiro de grama de 1,5m de altura deslizando direto. Ela foi sem medo e desceu lindamente. Depois disso, fechando um grande arco em alta velocidade, ela ainda subiu o gramado embalada, feito le parcour. Carol sabe que precisa melhorar algumas coisas como pisada pronada do pé esquerdo e excesso de esforço com a lombar causado pelo encurvamento das costas na hora das manobras mais perigosas. Mesmo assim, ela pode se considerar, junto com Ju, Mariana Coda e Graciela, as divas mais prontas para o Street! Carol se superou de uma forma incrível, e merece MUITAS ESTRELINHAS!

Feliz com um dia cheio de desafios e vendo meus pupilos se desenvolver, estou especialmente motivado ao ver que essas meninas e meninos estão ficando prontos para grandes feitos sobre patins. Mais do  que pessoas se realizando, vejo o cenário da patinação de BH afetado por gente levando coisa tão bacana a sério. Me sinto muito realizado através de vocês, e um dia poderei retribuir tamanha alegria. Enquanto esse dia não chega, agradeço-os de coração, meus alunos e alunas queridas.

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller


domingo, 7 de dezembro de 2014

RESENHA AULA 07/12/14

Deve ter muita coisa mais divertida que patins no Mundo, mas como não conheço o Mundo todo, ainda não encontrei nenhuma. É lindo ver aquele tanto de gente patinando direitinho, com consciência corporal, com tranquilidade, com equipamento de segurança e feliz. É disso que o patins precisava para assegurar seu lugar de respeito no cenário do esporte e saúde em BH. Domingo de manhã, contra a força da gravidade, que parece triplicar nesse horário, até quem não teve aula compareceu! Para encerrar, como não poderia deixar de ser, Pré-resenha no Néctar da Serra com almoço maravilhoso, sobremesa criminosa e boa companhia.

Como sempre, HELENA abriu o dia. Mas dessa vez seus traços de guerreira ficaram mais evidentes: ela estava machucada de um tombo que tomou patinando sozinha sem bermudão de proteção (!). Ela não sabia, mas estava com a vértebra levemente trincada. Mesmo assim, com bastante cautela, fizemos uma aula super técnica, onde Helena entrou para o seleto Hall das patinadoras com as mãos livres. Helena se cansou mais do que de costume por três motivos: 1 - Ela esteve parada por causa da queda; 2 - Estava com uma dor leve de fundo; 3 -  A aula foi densa. Mesmo assim, não reclamou (nunca reclama). Fica exausta, parece que vai desmontar, mas faz tudo! Com uma dificuldade de coordenar tantas articulações (cinturas, ombros e grupo inferior ao mesmo tempo) Helena ocupou um terço da aula para entender o balanço conjulgado da rotação transversa (ombro gira para um lado e cintura para o outro). Asism que entendeu o que deveria fazer, percebeu o poder que isso tem sobre o rendimento na patinação. Helena é uma das guerrerias mais incríveis que conheci. É das minhas!! Com o laudo que apareceu depois, ela está afastada da patinação por um tempinho, até que a fratura se recomponha e o bermudão chegue para protege-la. Em nome de nossa família RollerMília, desejo rápida e definitiva melhora. Precisamos de seu astral no time!

Com um horário vago e o corpo cansado do dia anterior de MUITA PATINAÇÃO, preferi me assentar no ponto de ônibus e esperar. ANA, que tinha planejado chegar mais cedo, acabou se atrasando um pouco (sem problemas). Calçando o patins rapidamente, ela já ia respirando fundo e se aquecendo. Preciso gastar umas linhas com uma coisa muito engraçada que aconteceu. Ana foi descer do ponto de ônibus para a rua. Por causa do recapeamento, é comum termos um desnível de 5 a 8cm entre o asfalto que encontra o meio fio e o plano da rua mesmo.  Pois eu deveria ter filmado a Ana tentando escalar os 8cm desse desnível e fazendo o biquinho de quando ela fica com medo. Impagável. Dessa vez não precisei de dizer que ela deveria acordar os músculos ou melhorar a respiração!! Ela simplesmente se condicionou, e isso é MUITO BOM! Começamos com patinação de rendimento (pensando nos passeios de rua que queremos fazer). Assim que Ana começou a se embalar por que sua remada está muito eficiente, começamos o trablaho com os ombros. Reconheço que é muito difícil ser Diva com tanta coisa para se preocupar ao mesmo tempo. Imagenem que a Diva precisa saber se o cabelo está OK, se o tronco está levantado, etc. Além disso tudo, preocupar-se com o balanço correto da mão é um grande desafio, e por isso as mãos vão na cintura durtante bastante tempo. Inspiradas pelo Roller Rio que está chegando e movimentando os ânimos, as meninas já começam a desenvolver uma patinação de maior extensão, com pernas que se afastam mais nas remadas e que pedem o auxílio pendular dos braços. Pois Ana também entrou no clima e ficou vários minutos pelejando para acertar qual ombro que vai na frente quando o pé direito está remando... Engraçado é que só quando eu cantei "eu vou pra maracangalha eu vou"... É Dorival ajudando nossas Divas a adquirirem um ritmo impecável, que é outro elemento importante da patinação de quem precisa deslocar-se por quilômetros sem se cansar: RITMO.

Nesse meio tempo JANAINA chegou com seu namorado e já foi calçando seus patins. O rapaz segurava ela me imitando, e achei engraçado. Certamente foi Jana que o instruiu. Com bastante paciência, ele foi e voltou com ela umas 50 vezes só enquanto eu dava as aulas. Cada vez mais firme e menos medrosa, Jana já patina e tem suas pernas bem fortalecidas para os movimentos da patinação. Não pude trabalhar muito com ela por que estava em aula, mas nas pequenas intervenções que fiz vi que ela está fime e no caminho certo. Em 10 minutos que fiquei com ela para avaliar seu equilíbrio fizemos até Meia Lua!

CAROL RABELO foi esperta e aproveitou um cancelamento para fazer sua primeira aula. Ansiosa para a chegada de seu patins, Carol vem acompanhando nossos posts há semanas. Com sua mãe e seu cachorro NICK, ela chegou animada e nervosa. Parecia que era seu baile de debutante. Depois de calçar seu patins na vala, ela se viu na mesma situação que a Ana, e eu ri muito vendo ela pelejando para se desembaraçar do buraco. Com sua memória da infância sendo resgatada rapidamente, Carol não teve dificuldades para patinar. Por ser a primeira vez com instrutor, talvez ela não estivesse segura o bastante e preferisse sempre não arriscar, pelo que eu só faltei bater nela de tanto estímulo e encorajamento. ela brilhou na patinação de diva e, por que já é bailarina (que lindo!!!), fez o aviãozinho LINDAMENTE!!!!! Foi incrível como ela consegue se estabilizar e como tem consciência corporal. Além da patinação eficiente, embora tímida, e do Aviãozinho impecável, Carol também trabalhou joelho e quadris no zigue-zague do sapo, e aproveitamos para encaixar Meia Lua ao final do movimento de abertura dos pés. Foi sensacional a sua evolução!! Parabéns, bailarina-Diva!

Por fim, para brindar mais um dia de muita saúde e diversão, um almoço no Néctar da Serra com Graciela e Ana Cláudia. Nos divertimos e comemos muito. E saio para a tarde de domingo com aquele gostinho bom da manhã... É uma delícia ter a sensação de dever cumprido e dia realizado tão cedo. dá uma paz indescritível. Obrigado a todos que compareceram e participaram dessa vibe tão boa!

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller

sábado, 6 de dezembro de 2014

RESENHA AULA 06/12/14

A chuva é o nosso Kriptonita dos patins... Mas já que não viemos de Kripton, e sim do que outrora se chamou Curral Del Rey, resistimos bravamente e tivemos uma aula mega atípica nesse sábado de chuva no Mineirão. Aula atípica merece resenha atípica. Acontece que os chuviscos e o chão molhado não nos permitiram ter aulas sequenciadas e com 50 minutos de duração como de costume. Um toldo montado em frente ao Café foi a grande atração, e fizemos uma festa.

GRACIELA e REGINA foram as mais espertas da rodada. Seguindo seus instintos e minha orientação, chegaram cedo no Mineirão e já garantiram alguns quilômetros de passeio naquele pavimento dos sonhos. Regina, que não andava há muito, achou que nem ia conseguir andar, mas saiu patinando lidamente. Engraçado foi que, naquela esplanada de tantas dezenas de milhares de metros quadrados, uma menina que era o único semovente de todo o entorno resolve passar na frente dela. Graciela, que foi a única testemunha do tombo em câmera lenta, dise que foi engraçadíssimo e sem perigos. Anciosas para a minha chegada, as duas me mandaram tantas mensagens que até acho que furei sinal no caminho.

LARISSA, que pensou que poderia sobreviver à uma aula Hard Core sem comer, não só estava sem almoço como não tinha tomado café direito. Preocupada com o terrorismo feito pelas meninas, foi almoçar com a Poli enquanto Regina pegava seu horário temporariamente. <Mais adiante na resenha Larissa terá seus comentários técnicos>

REGINA estava satisfeitíssima por ter conseguido andar sozinha por aí (mérito dela), e já começamos a aula trabalhando uma pendulação mais agressiva. Já era hora de ela entender que andar com as duas pernas abertas não dava mais. Nos primeiros metros de plano foi difícil, mas a subida chegou logo. Tensos com as nuvens escuras que apareceram, tentamos nos concentrar no que fazíamos, e a rampa se encarregou de tomar toda a nossa atenção. Diante da necessidade de "remar" com o patins e proibida de marchar feito pedestre, Regina pelejava com os movimentos até que, como em um passe de mágica, deu nela um "click". Com um grito feito "Eureka" ela diz: "Agooooooora entendiii". Pena eu não ter uma GoPro no capacete umas horas dessas. Regina fez uma cara de quem tinha acertado o bingo e eu ri até. No término do morro, depois de ter compreendido o movimento, coube o treino e as tentativas-e-erros que vão dar a conhecer os limites de segurança. Ela realmente divou nessa hora. O vento frio, a luz caindo e as nuvens se aproximando nos fizeram voltar para a base (café), e até na descida rebocada ela arrasou, mantendo a estabilidade. Na chegada Graciela nos esperava no banco. Tivemos que bater em retirada e nos proteger da chuva, e acabamos por interromper a aula.

Poli, Larissa e eu dançamos e nos divertimos faixa seca de chão que a lage protege, e a esperança de as poças de água secarem depois nos mantinha ali. No Whatsapp as especulações sobre o tempo. Uma desistência apenas, e o restante todo compareceu.

LARISSA foi a primeira a enfrentar os trechos secos entre as poças. Com bastante esforço das pernas, ela foi aprender a fazer desenhos mais harmônicos com o patins no chão e fez a manobra do sapo (que ela chama de manobra do peixe). Foi ótimo ver como que pequenos ajustes fazem a diferença na sua patinação. Larissa, que sempre teve suas belezas, aprendeu que ser Diva é a melhor delas, e rapidamente encarnou os encaixes elegantes de pescoço, ombro e pélvis para patinar como se flutuasse. É lindo ver a transformação dos patinadores que adquirem consciência corporal e a colocam em prática. Por fim ela já estava entendendo as curvas fechadas e aprendendo meia lua. Na descida da rampa, suas curvas de alto desempenho foram impecáveis, e seu passe para o Roller Rio já será emitido por bom desempenho!!! Parabéns pela primeira aula com alto rendimento entre as poças!

CAROL fazendo aula é igual cachorro de madame passeando de coleira. Não pode tirar o olho um segundo que ele sai para a rua. Sua empolgação é contagiante! Já no começo da aula Carol sismou que queria aprender a descer escada fazendo dela uma rampa.  Imediatamente os planos da aula mudaram, rs. Não podemos deixar um aluno corajoso abandonar seu sonho, rs. Fizemos um trabalho de base primeiro, mas sabendo que o que Carol queria era ver o circo pegar fogo. Acertadas umas questões de segurança, já fomos para os puxões, empurrões, curvas bruscas e salto. Usando uma trilha marcada no chão, Carol exercitou a troca de base em saltos laterais, o que dá uma estabilidade incrível na patinação do dia a dia e nas manobras mais aéreas. Com a chuvinha, fomos obrigados a ir para debaixo do toldo. Carol então recebeu instruções para a patinação de costas, o que treinou obstinadamente até a chuva parar. No final da noite ela voltou comigo para fazer a descida da escada como queria... E não é que a danada desceu QUATRO degraus como se estivesse descendo uma rampinha? Depois ainda queria subir na bancada de concreto no estilo street... Parabéns pela bravura, Carol, mas lembre-se do Juízo! 

MIRELLA não teve aula, mas fez suas estripulias. Debaixo do toldo, passou a maior parte do tempo parada alegando dificuldade em se equilibrar: "Gente, não entendo por que é que não consigo faze nada hoje...". Só para mais tarde descobrir que tinha calçado um pé do patins dela e outro do Marcus. Rimos muito disso. Mirella treinou a soltura dos quadris e a retirada do vício de fazer curvas de alto desempenho embutindo a perna de dentro. Além disso fez umas curvas com velocidade e até caiu feito um saco de batatas. O tombo foi suave, em câmera lenta e ainda teve o fraldão para amortecer. Sucesso!

IGOR foi a promessa do dia. Os rumores de que ele ia calçar o patins pela primeira vez logo ali fizeram gente vir de longe assistir. No começo, como todos os que estream, ele andou parecendo que estava com a cueca cheia. Mas em pouco tempo se empolgou e já estava até se aventurando sozinho, com direito a rodadinha e tudo. Igor tem força, e não encontrou dificuldade em se sustentar. Enquanto uma turminha ia assistir as aventuras de Carol na escada no platô de cima, Igor e Marcus se viraram. Acho que agora ele providencia um patins! Vai ser programa em família, rs. Parabéns pela persistência, Igor.

MARCUS, sempre atrevido e sem equipamento, deu o show com suas manobras improvisadas, mas precisa muito cuidar da postura para não parecer uma criança de 9 anos de idade em sua empolação. Em um pequeno toque, Marcus conseguiu transformar sua meia lua, que mais parecia uma dança tribal, em uma manobra mais harmônicas, e isso foi um progresso!

NARDIELLE finalmente está desenvolvendo sobre os patins. Continua medrosa, mas agora não trava nas manobras e puxões do reboque frontal. Adaptando com seu patins que estava um pouco largo e é um chaveirinho para crianças, a intrépida patinadora não desistiu hora nenhuma. Muito mais ativa e resistente do que na aula passada, seu condicionamento físico permitiu que a aula toda fosse recheiada de força e equilíbrio. Nada de moleza ou cansaço. Sem folga! Com dois ou três tombos bobos, Nardielle foi pegando confiança e agora já faz até curvas suaves em seu patins que não é muito de curvas. Nardielle também subiu uma escadaria grande e quase pediu arrego no meio do caminho. Dessa vez ela subiu a rampa deslizando bem, sem marchar ou caminhar feito pedestre. Na descida fez zigue-zague muito mais articulado que antes, com direito a meia lua para aliviar as velocidades altas. Sempre digo que muita coisa é aprendida durante o sono, e Nardielle mostrou que é isso mesmo. Roller Rio à vista, agora é só praticar!

DAISY está empolgada com o Roller Rio e não perde um treino no Mineirão. Chega sempre de fininho e vai se enturmando. Preocupada com a postura e se lembrando de tudo o que vemos nas aulas, ela inclusive ajuda as pessosa que estão iniciando dando toques que ela mesmo recebeu. Uma das últimas a ir embora, ela é uma das alunas que mais pratica fora das aulas, e está super de parabéns.

Acolhidos pela equipe do Café, passamos um sábado fresquinho com chuviscos, poças d'água, pão de queijo, açaí, suco de abacaxi e muita proza boa. Difícil não se apaixonar por esse esporte!

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller