sábado, 31 de janeiro de 2015

RESENHA AULA 31/01/15

Doente e um pouco enfraquecido, tive um dia entre gicantes que me fizeram esquecer minha dor. Três alunos maiores de 1,80m me fizeram cogitar uma plataforma para dar aula "à altura", rs. Com calma mas sem perder o nível de exigência, as aulas foram muito produtivas e povoadas. Fico sempre muito feliz com meus pupilos em volta de meus alunos aprendendo juntos durante a aula, e espero ver isso sempre!

ROBERTA NOGUEIRA chegou mais cedo e estava super ansiosa para a aula começar. Seu marido e filhos compareceram, e ouvi dizer que ela aprontou um reboliço em casa por causa da tal aula. Com dificuldades de me deslocar e evitando movimentos bruscos, tive que dar uma aula light, mas mesmo assim levamos a menina à exaustão. Com uma fraqueza nas pernas, especialmente na parte interna da perna direita, sua sustentação estava frágil e suas pernas resvalavam só de tentar ficar de pé. Por vezes eu tive que deixar de lado alguma demonstração por não poder deixá-la sozinha nem por um instante. Para tornar seu desafio mais difícil, ela tinha um patins SoftBoot (bota de pano) que não previnia a rotação do tornozelo, o que acabou deixando Roberta bastante insegura. Com bastante medo e enfrentando o assédio dos filhos que passavam por suas pernas excitadíssimos durante a aula, Roberta teve mais trabalho de concentração e raciocínio motor que o seu extenuante labor físico. Estimulada física e mentalmente até o limite, seu sorriso não se abalava. A alegria de patinar e realizar uma vontade de muitos anos estava alí para desbancar qualquer dificuldade. E foi nesse ritmo e com muita persistênca que, em menos de meia hora, sua musculatura começou a acordar para os esforços de que precisávamos. Sua pisada miuto aberta, que vinha da junção do medo de cair com a pisada afastada de seu biotipo, foi ser corrigida com uma pendulação que custou a sair. Isso por que Roberta estava muito dependente de apoio até para ficar de pé. Já estava me sentindo uma bengala quando ela começou a criar coragem e deixar de apoiar com força. Isso custou tanto esforço e repetição que, ao final, sua técnica adquirida foi ocultada pelo cansaço extremo. Via-se perfeitamente que Roberta ainda tinha vontade de patinar, mas que o corpo não aguentava mais o Sol e os esforços. Seu filho de 3 anos pareceu interessado nas aulas e não tirava o olho da mamãe patinadora. Acho que teremos um patinador mirim em breve. Mas o mais interessante foi a expressão do marido, que tinha os olhos brilhando o tempo todo. Desconfio que teremos mais um rapaz no time.

GUILHERME MELO chegou logo em seguida. Esse moço esteve na Massa Crítica antes mesmo da primeira aula. E não é só isso: a massa crítica foi no dia anterior!! Esse guerreiro intrépido pagou para ver e só não concluiu o percurso de mais de 15km por que em algum momento o grupo de mais de 1.000 ciclistas se separou em dois e ele se viu no meio de carros e trânsito, sendo obrigado a pegar um TAXI e ir para o ponto de encontro. Pois ele aprendeu tanto na massa crítica que tenho que lembrar que o URBAN é uma das melhores formas de aprender pelo método do choque. Começando com patinação desengonçada pelas ruas de BH, Guilherme dava indícios de que não ia suportar o trajeto com tamanho desperdício de energia. Dei um toque nele sobre a economia de alavancas e uma patinação mais centrada e ele acolheu imediatamente (o que não faz a necessidade?, rs). Ali já se via um progresso por que não tinha como optar por não fazer ou "parar um pouco". São 1.000 pessoas querendo passar, e você tem que patinar se não quiser ser atropelado ou ficar para tras. Pois foi no espírito aventureiro de sexta que Guilherme chegou no sábado. Diferente do método grosseiro e agressivo que a Massa Crítica representa, nossa aula na esplanada foi extremamente técnica e refinada. O corajoso patinador tinha uma pisada muito aberta e, como todos os que patinam assim, gastava muita energia pendulando, além de sentir um certo desconforto em balançar demais. Trabalhando na subida, o grande corretor de patinação ineficiente, fomos fortalecer sua passada, centralizar sua pendulação melhorar os ombros protusos, que é uma característica dele que o patins pode ajudar a reverter. Para liberar os ombros, mexemos no arco da lombar trocando a rotação do fêmur e o apoio dos pés. É incrível como o patins redistribui até mesmo as víceras! Sua patinada também tinha o problema de ser por demais curta, o que fazia seu passeio se assemelhar ao de um pinguim. Seu domínio de curvas era assimétrico: sua curva para a direita é impecável, mas para o outro lado não saía. Com um pouco de trabalho e muita garra (ele tem muita) conseguimos abrir os dois lados

DAVID chegou um pouco atrasado, mas chegou patinando e aquecido. Seus quase 1,90m e suas pernas naturalmente afastadas tornam especialmente difícil a sua patinação com leveza, mas ele não desiste e não vê problema nenhum em dar o melhor de si. Com o trabalho de enconstar o calcanhar e com bastante paciência, David FINALMENTE conquistou o melhor de sua patinação! Patinando com o apoio 100% transferido (uma perna de cada vez) ele deu meia volta na esplanada sem apoiar com duas pernas e nem curvar a lombar. David usou um pouco o apoio durante o percurso, mas o papel do instrutor durante a aula foi mais moral do que qualquer outro. Passamos às curvas. Para somar-se à dificuldade com a pendulação, David teve que enfrentar também a sua softboot (bota macia), que cedia ao seu peso nos jogos de quadril e faziam seus pés deitarem no chão perigosamente. Ainda estamos trabalhando uma pisada mais precisa para não pronar. Mesmo assim, a insegurança na hora da curva o faz quase deitar no chão de medo, e nada sai do jeito que tem que ser. A vantagem é que ele já adquiriu a consiência e eu não preciso falar nada durante a curva: ele mesmo se ajeita. Guilherme, que durante a aula anterior só se animou mais, ficou rodeando a aula e fazendo tudo junto com a gente. Foi super divertido ver os dois aprendendo juntos! Seguindo o exemplo de Guilherme, e por que não tenha ainda se cansado de tanto tentar, David ainda ficou 40 minutos treinando após a aula. Fiquei de longe olhando e me orgulhei do progresse autônomo dele. Sua curva para a esquerda começou a sair sem ajuda!

NORVAL chegou com Mulher e filhos - adoro família inline. Ele, que nunca tinha patinado, me chega com um patins DUP (daquele que se calça com um sapato) e nos pés um tênis com câmera de ar. O efeito disso, a pesar da surpreendente eficiência do patins em fixar sapatos diversos, é que a flexibilidade da câmera de ar do tênis implica instabilidade interna na pisada. Em seus mais de 100kg distribuídos em 1,90m Norval fez milagres nesse primeiro encontro. Fazendo muita força a cada erro de transferência de carga, Norval foi conhecendo aos poucos os limites. Imaginem que não é fácil estabilizar tanta carga quando a gravidade insiste em clamar os seus ao chão. Sem uma queixa ou expressão de sofrimento, o guerreiro enfrentou 50 minutos de aula sob o Sol. Idas e vindas, testes e repetições e ele começou a trocar de carga sozinho. Com dificuldade de manter a pisada reta devido à instabilidade do patins, ele acabou se cansando muito rápido, e quando já estava pegando o jeito suas forças já se acabavam. O que ficou claro, contudo, é que o patins fez uma exigência muito positiva, tanto cardiovascular quanto de força, e isso, se bem administrado, vai fazer muito bém à saúde de nosso guerreiro. No final da aula, cansado e tendo andado relativamente pouca distância, Norval fez um progresso que passaria despercebido aos olhos de um curioso desatento: ele adquiriu consciência de toda a questão funcional dos movimentos e entrou num processo de recrutamento muscular. Agora é só questão de tempo e prática até ele se fortalecer e reestabelecer o equilíbrio com o novo brinquedo.

IRACEMA chegou duas horas antes, e com a caravana. Dessa vez ela chegou a pé e quem estava com o patins era a Isabella, sua filha! A menina estava tão empolgada que nem fechava a boca direito, rs. Com um sorrisão no rosto veio me cumprimentar, e foi obrigada a passar um aperto com minhas rodadas e puxões. Não consigo me conter com a empolgação alheia, rs. Iracema, que já tinha arrastado o marido e o sobrinho, agora traz a filha para a nova família da patinação! Empolgadíssima pela volta da patinação depois de tanto tempo, Iracema foi afetada pelo seu super descanso de férias. Descansada do Pilates e das atividades físicas em geral, seu corpo ainda estava em ritmo de praia. Isso fez a aula ser incrementada com tombos leves e muitas risadas das pernas que não respondiam e das broncas que ela dava nos joelhos (deveria ter gravados os sermões). Fiquei na dúvida se quando falamos com joelhos podemos chamar isso de monólogo. Seu medo e sua ansiedade foram a primeira coisa a ser trabalhada. Logo na subida, que para mim é sempre um "sossega leão", ela entendeu e respirou mais fundo. Ansiosa e sempre animada, Iracema desfilava com uma cara de menina que é até engraçado. Sob a minha constante pressão para que ela fizesse o melhor, Iracema foi acordando do sono das férias e, sem perceber, retomando todos os aprendizados que estavam lá no fundo. Diante de minha exigência de qualidade nos movimentos e de uma ousada tentativa de mudar radicalmente o padrão viciado da patinada de calcanhar projetado, ficou uma impressão de que a aula não rendeu ou que esteve acima do nível para o qual ela estava preparada, mas foi só impressão. De um começo amedrontado e contido, a patinação de Iracema chegou a velocidades grandes e até perigosas. Nas curvas Iracema tem uma preferência pelo lado esquerdo, rs, e acabamos assumindo trabalhar só ele para não embolar demais. Com corpo e peso de menina, Iracema caia feito uma criança, rindo e sem impacto. Agora temos que trabalhar a concentração e o foco! Espero que os próximos sonos tragam para ela todos os aprendizados de sempre para nosso próximo passeio. Está de parabéns.

SIMONE já patina e trouxe vícios da infância consigo para corrigirmos na aula. Incrivelmente alta, a menina é AVÓ! Não consegui conter minha cara de xoque quando fiquei sabendo. Contrariando todas as minhas previsões, a moça alta que usava um patins OXER de bota de pano tinha a pisada IMPECÁVEL. E já saiu andando de cara, com aquelas pernas enormes. Com a perna esquerda mais fraca que a direita, Simone mancava toda vez que pendulava para o lado direito, deixando o pé arrastar. A nossa estratégia para corrigir esse vício foi a mesma do David: calcanhares que se esbarram na troca de pernas obrigam a mudança de base a ser perfeita. Em 15 minutos ela já tinha entendido o recado e patinou FEITO DIVA! Ela mesmo ficou impressionada com sua patinação, e nem precisamos repetir muito até que ela introjetasse a tecnica e a intenção. Passamos à fase seguinte: reboque frontal e curva. Simone, que já fazia a famosa e tão conhecida meia-lua da infância, corrigiu um pouco questões de estilo e firmeza e partiu para a meia lua fechada, com direito a curva de alto desempenho e tudo mais. Exausta de todo esforço e desafio, Simone assentou no Braga para uma relaxada e networking final. Encerramos a noite com açaí e pão de queijo.

No meio de gigantes passei mais uma tarde e noite testemunhando crescimento dos meus pupilos. Entre açaís, pães de queijo e alegria de rever pessoas tão felizes fiz eu mesmo meu próprio dia feliz. E com o meu sentimento de sempre: GRATIDÃO, fui para casa me recolher e cuidar de guardar na memória cada momento para a posteridade. Que meus dias sem patins de muito adiante possam ser povoados por essas lembranças vez ou outra... Obrigado meninos!

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

RESENHA AULA 30/01/15

Doente e com problemas "técnicos", tive que cancelar as aulas, e só dois alunos tiveram aula (Ronnie e Leacir). Mesmo assim, valeu super a pena.

As mulheres sempre são mais humildes e empenhadas quando o assunto é aprender coisas novas. Por isso valorizo muito a humildade dos Divos que resolvem buscar ajuda e aprimorar suas técnicas na patinação. É interessante ver como os maridos, namorados e acompanhantes em geral resistem bravamente à tentação de entrar na brincadeira. Mas não tem jeito, o patins é contagiante, e acabam cedendo.

RONIE já estava na esplanada animado. Eu estava de tênis e não sabia se ia conseguir calçar o patins, mas ele não se importava. De tênis mesmo eu fiz algumas considerações sobre sua postura e foi INCRÍVEL como ele reagiu! Na mesma hora que entendeu a importância das questões de postura Ronie começou a aplicar. E depois disso não parou mais de se preocupar. COm as pernas espaçadas feito David, ele tinha que fazer muita força para trocar de perna de apoio. Então sugeri que ele deixasse os calcanhares baterem um no outro, que é uma forma de obrigar a troca de carga a ser eficiente e completa. FANTÁSTICO! Sem problemas e sem demora ele começou a patinar com desenvoltura e velocidade. Normalmente, quando acertamos a patinação, o patins começa a "correr" muito mais. E surgiu a necessidade de aprender a fazer curvas e meia lua para que não saísse trombando por aí. Foi quando tivemos que trabalhar muito. Com o quadril rígido, o que é típico nos homens, Ronie não conseguia gerar a curva de que precisava. Acabei não resistindo e calcei o patins para ajudar. Em 10min ele já tinha entendido a manobra, restando somente a prática e uns acertos de eixo que são intuitivos. Está de parabéns o rapaz!!

LEACIR só queria perder o medo de cair ou aprender a fazê-lo com segurança. O grande progresso é que ele fez 50% da volta da esplanada SOZINHO e de patins!!! Ele, que mal parava de pé quando calçou pela primeira vez, atravessou aquela distância toda. Chegamos e começamos a trabalhar. Já no início da aula Leacir começou a aprender como se ajoelha com um joelho só sem despencar do meio do caminho. Vimos que "patins é controle". Tendo feito umas 5 vezes o exercício do abaixamento sem as mãos no chão, passamos à posição de assentado. Diante dos pedidos que eu fazia ele fazia cara de descrentes para, só depois, poder rir da situação. Ele levou um tempo para entender a importância do que estávamos fazendo, mas logo comprou a ideia e começou a treinar MUITO FIRME. Na primeira bateria de "quedas controladas" usou o freio da frente para empurrar o corpo e descer até o joelho. Essa manobra é especialmente útil para lidar com quedas em baixa velocidade. Em seguida, já sentindo-se seguro, Leacir começou a segunda bateria de abaixamentos, dessa vez projetando o pé para trás e ajoelhando no lugar. Leacir conseguiu sair de uma condição em que mal ficava de pé para um domínio interessante da sustentação, uma relação amigável e controlada com o chão e muito menos medo de patinar. Sua patinação, contudo, ainda é ansiosa e cheia de reparos a fazer. Mas que progresso ele ter saído da situação estática de antes! As cenas dos próximos capítulos guardam surpresas.

Feliz em saber que os homens estão aprendendo a se cuidar e pedir ajuda, termina um dia curto de aula interrompido pela chuva mas certamente produtivo.

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller


RESENHA AULA 22/01/15

Digam o quanto quiser que dormir até tarde é bom. Mas continuo preferindo acordar cedo para patinar ao ar livre naquele tapete maravilhoso da esplanada do Mineirão sob um Céu que não tem explicação de tão azul.

Apenas duas aulas, mas aprendizado pra uma bateria inteira!

EDNA já estava lá quando cheguei. Animada e com patins nos pés ela não tinha nem vestígio de preguiça pela hora em que acordou. Decidida a patinar, ela enfrentou uma aula bastante aeróbica, e teve que parar algumas vezes para respirar, tal era a intensidade das atividades. Com uma bota muito macia para seu tamanho, Edna fez MUITA força com o tornozelo para se estabilizar. Desacostumada aos esforços específicos do patins, essa guerreira teve que fazer um recrutamento de urgência de sua musculatura esquelética específica. Gravamos um vídeo tutorial para os vendedores do patins falando sobre a fragilidade da pisada devido à bota não ser rígida. Em seguida, cheia de raça, ela deu o show de persistência. Naquele calor que foi se intensificando com o correr da manhã, ela respirou fundo várias vezes, mas foi até o fim. Tentando, caindo (amortecida pelo meu apoio, é claro) e se levantando SOZINHA e SEM A MÃO NO CHÃO! Por fim chegamos a uma situação interessante: sua patinação e tonos estavam bem melhores pelo entendimento dos objetivos e aquisição das habilidades, mas o cansaço a estava amolecendo. Olhos desatentos poderiam pensar que a evolução foi lenta, mas ela estava mascarada pelo cansaço. Estou ansioso para vê-la novamente, pois sei que terá mantido o que aprendeu e poderá aplicar com a bateria recarregada. Edna é simplesmente uma heroína! Preciso vê-la em um patins de bota rígida logo, pois sei que ela terá se livrado de parte de seus problemas e poderá se concentrar em patinar. Edna, você me enche de orgulho! 

NAILA é magrinha, forte e leve. Uma combinação dessas já era para dar uma ajudada. Mas sua disciplina, concentração e interesse levam essa vantagem ao extremo. Começamos a analisar sua disposição pelo horário em que marcou sua aula. Cedo pela manhã já estava ela chegando para se equipar. Decidido a resolver a questão das curvas e frenagem com ela, propus uma bateria extenuante de repetições e aperfeiçoamento de curva de alto desempenho para ela sair de lá sendo capaz de fazer sozinha. Foi lindo!! Nosso objetivo era descer a rampa várias vezes controlando a velocidade com curva de alto desempenho e arremate com meia lua fechada. E foi o que fizemos! Na subida, como não poderia deixar de ser, trabalhamos a estabilidade do tronco na geração de ompulso. Por ser magra e alta, ela tem uma tendência de balançar o ombro para os lados na troca de base, que faz com vigor e amplitude. Trabalhamos um ajuste estético nessa pendulação, reduzindo a sua extensão e dando mais eficiência ao movimento enquanto os pés estão ainda próximos. Ficou muito mais bonito, estável e menos cansativo. Para descer começamos com o zigue-zague que quase não saía. A tendência que os alunos têm de esconder a perna de dentro da curva me dá aflição por que torna a manobra MUITO perigosa. É que não há margem para erro, e se o aluno tropeça, não tem como a perna amparar a queda ou reduzir a velocidade, e o patinador desmonta rapidamente no chão. Naila entendeu e trabalhou a soltura dos quadris até conseguir. Na segunda descida já estávamos fazendo o arremate das extemidades do zigue-zague. Esse arremate, que consiste em uma meia lua fechada, é muito importante para o controle das descidas. Sem ele, o patinador tem a sua velocidade aumentando em cada curva, e pode perder o controle. Além disso, este é um excelente treinamento de frenagem do dia a dia. Depois da meia lua fechada, fomos para o plano aperfeiçoar  a curva de alto desempenho. Utilizando uma faixa que estava marcada no chão, Naila foi tentar diminuir seu raio de curvatura da curva de alto desempenho, tornando a manobra mais segura e versátil. Neste momento a aula já tinha acabado, mas continuamos patinando, cada um com seu desafio, e treinando com MUITA DISCIPLINA. Eu estava experimentando uns eixos e manobras novas, e Naila treinando SEM PARAR o que vimos na aula. Achei incrível a sua dedicação!

Quando vejo gente engajada em um objetivo, percebo que há muitos bons exemplos no mundo a se seguir. Edna e Naila são guerreiras da patinação, e tenho certeza de que esse sucesso vai se extender a outros campos das vidas delas. Fico feliz em poder aprender com meus alunos esses valores, e acredito que são essas as trocas mais ricas que se pode fazer. Obrigado pela companhia bem humorada de vocês nessa manhã de Sol. Vocês são parte do meu quebra-cabeça da felicidade.

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

RESENHA AULA 28/01/15



Dia das crianças na Barragem Santa Lúcia! Como sempre digo, o melhor modelo de ensino para uma criança é o exemplo. Elas são criadas para observar, elaborar e repetir. Aquilo que se diz vai surtir efeito a longo prazo e será, em parte seguido. Mas aquilo que se mostra pelo exemplo, isso sim ficará marcado nos pupilos! Pais que patinam com os filhos fazem a eles um bem que dificilmente são capazes de mensurar, e me dá muita alegria ver que isso existe!

MIRELLA, que não veio com os pais mas é uma menina, apareceu para a aula depois de muito tempo. Talves tenha sido as dificuldades de agenda, com horários de aula escassos e muito trabalho. Ela veio sem o marido, que não pode rir dos desequilíbrios e desafios. Mas veio com garra e toda animada. Medrosa que ela só, Mirella se redime por ser MUITO obediente e concentrada. Demonstra o pânico com os olhos mas não se queixa e nem grita, rs. Para começar os trabalhos depos de tanto tempo, fizemos três descidas com curvas em S para analisar o ponto em que ela parou. Mirella deu o show de evolução no intervalo entre as aulas. Tinha terminado a aula passada com dificuldade de articular o fêmur do jeito que precisávamos e trabalhava com um apoio excessivamente distribuído entre as pernas, quando o ideal seria o apoio em uma de cada vez. Isso já foi MUITO BOM. ALém da clara alteração em sua patinação, notei que essa menina emagraceu horrores também. A princípio fiquei preocupado se era por tristeza, mas investiguei e vi que ela estava malhando pesado. E por falar em malhar, é impressionante como o trabalho na academia afeta a patinação. ELa veio se queixar das dificuldades que tem no treino de lá e são exatamente as que ela tem na patinação. Muito delicada, Mirella precisa ter mais FIRMEZA e VIGOR em seus movimentos. É interessante como há coerência entre o físico e o simbólico, e o bom observador saberá do que estou falando. Para a aula ficou claro que o patins vai trazer esse viço que está faltando, e o trará muito rapidamente, já que em uma aula já conseguimos uma façanha: Mirella fez a volta cronometrada mais rápida da história das aulas na Barragem!! 5'30''!!!! Fiz um terrorismo na cabeça da menina e ela patinou pensando que estava sendo perseguida por um arrastão. Sem dar a ela espaço para respirar, a fiz usar tudo o que sabia no percurso, e ainda fizemos um encaixe frontal na descida desviando das lagartas fugitivas da manutenção do jardim. Despois de sofrer com a novidade da posição estranha do encaixe frontal, fomos à vassourinha. A menina pega muito rápido, mas só funciona com a minha mão para apoiar, mesmo que não a use. Vou dar a ela uma foto 3x4 para ela patinar tranquila quando eu não puder estar por perto, rs. Na descida aprendemos a diferença entre rotação transversa e coerente e fomos curtindo o embalo. Chegando no ponto de partida fizemos a grande maratona: a volta cronometrada. Falando na orelha dela o tempo todo, criei uma sensação de urgência tão forte que o olho dela até se arregalava enquanto patinava em alta velocidade. Concentrada na contagem frenética do tempo, Mirella nem se tocava de que estava ultrapassando todos os limites de desempenho que tinha atingido até alí. Foi fantástico! Ela trocou o medo pela competitividade, e foi lindo! Terminamos a aula com energia ainda, mas ela precisava ir trabalhar. Vamos ver se um dia ela encontra tempo para praticar depois da aula. Estou feliz com seu retorno!

CAMILA e MARIA ALICE, as nossas novas DIVAS, chegaram animadas. Quando Camila abriu a porta Maria Alice já estava na atividade, tirando o tênis e sorrindo até as orelhas exibindo suas duas janelinhas na arcada dentária. Gente, é charme demais!!!! A menina que adora ser Diva calça o patinzinho dela e já sai andando lindamente. Como disse na resenha anterior, a bota enorme e os rolamentos de bilha são um grande desafio para a sua patinação, mas seu talento e força tiram isso de letra. Camila não tem medo, e frequentemente faz as coisas sozinha. Embora ela não tenha medo, demonstra respeito pelo perigo, e isso me tranquiliza. Além de usar equipamento de segurança, faz as coisas com cuidado e só depois de minha orientação. Maria Alice repete tudo o que a gente faz, e às vezes faz melhor que a gente. Criança é incrível, né? Camila está na fase de relaxar as musculaturas que não são essenciais ao movimento. Como atleta de academia, ela é muito forte e rapidamente realiza as tarefaas da aula. A impressão é a de que se aprendeu rapidamente, mas na verdade o que ela faz, e faz muito bem, é segurar o corpo todo, mandendo-o rígido. Assim ela não cai, mas a manobra acaba saindo amarrada demais, pois envolve alavancas que não são necessárias. Quando usamos o eixo corretamente, podemos relaxar a musculatura que não está envolvida nas alavancas principais, e é nítido o impacto sobre a estética o movimento, além de a manobra acabar sendo mais eficiente por que não consome tanta energia. Fizemos curvas em S para desenvolver a transição de encaixes de quadril e Camila deu o show! No final de três descidas ela já fazia direitinho, tanto que, quando fui trabalhar um pouco com Maria Alice, ela ficou sozinha rodopiando pelo estacionamento. Quase caía, mas segurava firme no anjo da guarda dela e se reequilibrava. Maria Alice passou pelo teste do sprint! Peguei nossa DIVINHA pelo praço e saí puxando, exigindo dela um reflexo rápido e vigoroso para se manter de pé sobre as suas grandes botas enquanto fazeia curvas radicais. A resposta foi excelente e muito melhor do que na aula anterior, em que ela não conseguiu se estabilizar e nem manter os patins no chão alinhados. Ela também está percebendo como se sustentar no reboque frontal, e já quase não precisa que eu a levante para reestabelecer seu equilíbrio de pé nas puxadas. Muito feliz por ver mãe e filha nessa vibe!

MARIANA e CAIO chegaram com a caravana. Mãe, dois filhos, marido e sobrinho, kate, bicicleta e patins. O estacionamento da Barragem se iluminou com essa família SUPER ATIVA. Mariana é do tipo que não tem medo e não se deixa abalar. Calçou um patins de street da traxart que tenho no porta malas, colocou as joelheiras e mandou ver. Instável e ainda aprendendo a responder à instabilidade que o patins promove em relação ao tênis, ela balançava mas não se intimidava. CAIO, uma criança engraçadíssima, ficava só tirando onda com a cara da mãe, dizendo que ela tinha era que aprender com ele. Rodeados pelo pequeno de 3 anos e um priminho da mesma faixa de idade, pareciamos moscas de padaria orbitando Mariana. Todos se divertiam juntos e riam da matriarca que tentava se concentrar no que estava fazendo. O pequeno de 3 anos toda hora chegave de cicicletinha cercando a mãe com um sorriso, olhos azuis e cabelos loiros caxiados dizendo: "Mãe, eu xiamu". Derreti! Nessa toada conseguimos trabalhar a postura, em primeiro lugar. A tendência de patinar com as pernas afastadas e as costas curvadas já foi logo cortada pela raiz. Em minutos Mariana já estava se sustentando com elegância. Da dificuldade de dar passos sem se desequilibrar e estremecer toda, Mariana passou à patinação serena e concentrada em meia hora. Por fim, já estávamos aprendendo a tirar do tornozeno a responsabilidade de direcionamento do patins e jogar o trabalho para o joelho e quadril. Teimosa, ela sempre dobrava o braço no reboque frontal e tomou dois tombos de leve. Em um deles ela até me levou junto, rs. O marido que não é bobo, filmou tudo, e só não riu mais por que acho que ia apanhar em casa. Caio, que deve ter caído umas 20 vezes, sempre se levantava dizendo: "o tombo faz parte do patins". Adorei, hahahaha.Estou achando que o pai também tem que entrar nessa. Mas, para isso, teremos que arrumar alguém para cuidar da criançada, que é da pá virada. Terminando a aula fazendo meia lua assistida, Mariana teve sucesso duplo, pois além de conseguir cumprir o programa da aula, ainda teve que lidar com a concentração em meio à moçada trançando em suas pernas. 

Para finalizar, assentamos à mesa e fomos tomar açaí, todos juntos. Foi lindo. Os meninos vestiram os patins nas mãos e saíram por aí "mãotinando". Foi tão lindo que tive que tirar uma foto. As aulas terminaram e eu estava com uma sensação de final de semana que não me deixava relaxar o sorriso. Obrigado, crianças, por trazer ao patins uma amostra do que será o futuro do esporte. Quando o tempo me levar dos pés os patins, quero poder me realizar nas suas patinadas.

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

RESENHA AULA 21/01/15

A chuva pegou a gente de surpresa e foi um Salve-se quem puder. Mesmo assim saímos diferente do que entramos, e isso é MUITO BOM!

NAILA ganhou o primeiro bolo... 😕 por dificuldades com deslocamento, não conseguimos ter a aula. Mas ela, que não desiste, ficou mais de uma hora rodeando a aula da Camila, e arrasou na persistência e na patinação estabilizada. Adoro quando a pessoa encarna a Diva MESMO! Ela patinou concentrando-se em melhorar a postura e o fez com maestria! Além disso, com as pernas fortes, ela já se vira para frear, mesmo que a danada da curva ainda não saia sem um esforço descomunal. Ela está muito bem e já é Diva.

CAMILA e MARIA ALICE chegaram para ter aula com o pique todo. Mãe e filha em forma, duas meninas, e quase zero medo. Por causa do atraso, tivemos que começar a aula de um jeito diferente: andamos cerca de 1km até o carro da Naila para ela poder buscar o carro dela. Mesmo sendo a primeira aula, A dupla fez o caminho com garra e dependurada em minhas mãos. Foi engraçado cada uma de um lado. Já no caminho trabalhamos nossa postura e a pequena Maria Alice entendeu direitinho. Como deu o show a pequena. Enfrentando pavimento irregular e de granulosidade alta, ela ainda tinha que lidar com o patins de bilha e uma bota GIGANTE! Mesmo assim, uma DIVA. A mãe, forte e com bom preparo físico, encontrou muita novidade na dinâmica do patins e fez bastante força, mas não arregou. Ao contrário, se divertia nas guinadas e rodadas forçadas que dávamos para estimular a troca de pé de carga. Por fim, 1h de aula e duas carinhas boas. Nada de exaustão. Maria Alice mostrou que tem talento, força, consciência corporal e beleza (como é linda a menina!). 

Enquanto isso chegou VITÓRIA, uma hora adiantada. Super animada para a aula, ela já foi calçando patins e equipamento. Muito nova e extremamente talentosa, essa menina que já foi bailarina tem tudo para ser uma grande patinadora. Sua elegância e consciência corporal são incríveis. Além disso ela tem muita força e estabilidade. Seu patins a limita muito ainda, mas há bastante trabalho a fazer antes de trocá-lo. Infelizmente a chuva não nos deixou ter aula, e o máximo que consegui fazer foi dar uns toques durante a aula das meninas e nos poucos minutos de aula do Leacir. Mesmo assim, já deu para trabalhar as questões d inclinação do tronco em curva e a qualidade da pisda na transferência de carga.

LEACIR chegou atrasado e queria aprender a cair. Ele estava interessado em minimizar os problemas com uma possível queda, e relutou para calçar o patins. Expliquei que a administração do equilíbrio na queda é diferente quando se está com o patins no pé por que as pernas não responderão do mesmo modo. Cair com patins é como escurregar no sabão: não adianta tentar amparar a queda com o pé que te desestabilizou. Trata-se de um trabalho de tronco e braços. Leacir calçou o patins e lá de longe vinha uma nuvem de chuva. Decididos a aproveitar ao máximo o tempo, começamos os trabalhos. Foi quando nos surpreendeu uma série de gotas pesadas de chuva mesmo antes da chegada da nuvem. Rapidamente ela foi engrossando e foi um salve-se quem puder! Sabemos que nosso rolamento não atura água, e precisávamos fazer alguma coisa! E foi assim, subita e antiromanticamente que terminou nossa aula.

Sem nos queixar da chuva de que tanto precisamos, fomos para a casa com a sensação de que pelo menos aproveitamos a estiagem para patinar. Obrigado aos guerreiros que sempre comparecem, faça chuva ou faça Sol.

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller

domingo, 18 de janeiro de 2015

RESENHA AULA 18/01/15

As manhãs de domingo na praça JK não conseguem em nada se parecer com trabalho. Tanta gente, tantas idades, tanta alegria... Com assistência de Arthur Vaz e Natália Rubim, tivemos gente patinando a manhã toda com direito a Selfie! Fico muito feliz quando meus alunos permanecem no local da aula praticando!

CAROL RABELO foi a primeira a chegar. Meio doentinha ela nem tinha muito condições de ir patinar pela manhã. Mas a vontade de fazer a aula e Divar mais era tanta que ela se arrastou e chegou na hora da aula. Foi só calçar o patins que ela ficou espertinha. Ninguém falou em Sol ou calor, e Carol trabalhou pesado. Em uma etapa do aprendizado em que o medo atrapalha muito, essa menina foi desafiada até ter crise de riso. Exercitando a meia lua e criando coragem para usá-la até em descida, Carol estremecia de medo quando era puxada. Mesmo assim, sempre sorrindo (de alegria ou de nervoso), ela fazia tudo o que era pedido, e brilhou em cada etapa. A tendência de deixar as pernas afastadas e curvar as costas tornava as manobras mais difíceis de completar. Esse tipo de abaixamento é intuitivo, comum e totalmente contra produtivo. Além das dores na lombar, esse tipo de postura provoca um encurtamento da margem de manobra dos músculos da parte de trás da coxa, restringindo a patinação. Com custo e muito trabalho psicológico, Carol entendeu e começou a deixar o corpo mais reto, mesmo com medo, e melhorou muito sua curva de alto desempenho. Engraçado era ela pedindo socorro para a mãe dela, que só fazia rir do desespero. Por fim, depois de muito trabalho, Carol estava fazendo a Meia Lua sem ajuda (embora não sem supervisão) e entrou na fase em que a prática vai consolidar a técnica.

LETÍCIA BRIGOLINI chegou bem antes e ficou assistindo de longe à aula de Carol. Atenta e ansiosa, ela já estava toda equipada feito um soldadinho rosa assentada no ponto d eônibus. Mas o bonde que ela estava esperando tem um motorista doido, e ela já começou a aula descendo o meio fio parecendo piloto de caiaque de primeira viagem nas cataratas do Niagara. Nada melhor que um quebra-gelo. Letícia não é medrosa, mas adrenalina tem limite, rs. Com cuidado, mas sempre desafiando os limites de força e resistência, trabalhamos a postura, assinamos o contrato de Diva e começamos a aperfeiçoar a patinação frontal, com direito a passinhos com a perna de trás esticada e pendulação com charme. Com dificuldades para controlar as pernas, um pouco de fraqueza na base do fêmur com a cintura e risadas repentinas, Letícia ajoelhou e abundelhou várias vezes no chão durante a aula. Essas "quedas" foram todas assistidas e, portanto, fora de perigo, mas bem que ela se sairia bem com um Girdle (Fraldão). Com pouca força no braço para sustentar uma queda, Letícia preferia se deixar assentar para, depois, levantar lindamente. No exercício do balão custou a entender a importância do joelho guiar o movimento, mas assim que compreendeu já saiu fazendo direitinho. No exercício do balão aproveitamos o momento de pernas afastadas, fizemos a meia lua direta intuitiva e, depois de várias repetições, lá estava ela fazendo direitinho. por fim, com a ajuda de Arthur, ela ainda praticou bastante com sua amiga, que também arrasou patinando sozinha para cima e para baixo.

Aliás, sua amiga JÚLIA foi uma corajosa. Calçou o patins e saiu andando destemida. É claro que seu respeito pelo perigo de cair a deixava um pouco tensa, mas nada que não se resolvesse com uns toques. Em momento ela foi raptada de sua patinação discreta e silenciosa e colocada para deslizar no reboque frontal para sentir o drama. Também teve sua postura corrigida e recebeu um pouco de purpurina de Diva para ir se preparando para a aula que com certeza teremos no futuro.

IVANA trouxe marido e filhotinha (linda). Segundo ela, andar de patins era um sonho. Pois agora ela que arranje outro sonho, por que este já é realidade... e QUE REALIDADE! Em um começo complicado, cheio de inseguranças e instabilidade, Ivana foi se encontrando e se permitindo hipnotizar pela minha voz nos comandos nunca fáceis de executar. Rapidamente ela entrou no clima e começou a patinar feito diva, embora ainda bastante dependente de minha mão. Focados na patinação segura e bem traçada, fomos e voltamos várias vezes na rua fechada. Cada ida e cada vinda trazia surpresas e melhoramento, e sua mão foi ficando cada vez mais leve sobre o apoio da minha. Engraçado é que o marido dela filmou três vezes e cada uma tem uma melhora em relação à outra. Além do traçado, ainda vimos a sustentação em uma perna e fizemos o tão importante exercício do balão. Ivana finalmente conseguiu entender a dinâmica do joelho que guia a curva e começou a fazer direitinho. Aproveitando o balão, como sempre, começamos a trabalhar a meia lua aberta, o que ela conseguiu fazer depois de umas 5 tentativas. Por fim, filmamos novamente as peripércias e o vídeo já até circulou no grupo! Ivana ficou feliz, inspirou a filhota e falta trazer o marido para a patinação também. Fiquei feliz de ver a felicidade dela e espero que ela continue nesse esporte lindo!  

DAVID é muito alto. De cima de seus mais de 1,80m, e trabalhando com pernas afastadas naturalmente pelos quadris, Davi patinava balançando e desengonçado. Com curvatura excessiva para frente (posição de segurança intuitiva) e as pernas abertas, ele mal conseguia patinar sem "quase cair". Contudo, verdade seja dita, ele anda com velocidade e é cheio das manhas - não é medroso. Faltava para David um "pó de Divo", que demos um jeito de arranjar lá mesmo. Depois de ouvir um discurso acalorado sobre postura ele se convenceu e começou a procurar um jeito de equilibrar-se sobre o "novo corpo". Seu patins de bota de pano apresenta o velho problema da flacidez do eixo do calcanhar e sua pisada fica completamente solta, fazendo o pé torcer ora para um lado e ora para o outro. Por causa disso, ora Davi pronava, ora supinava (pés para dentro e para fora). Vê-se claramente que parte do desequilíbrio ou sensação constante de insegurança não é bem da patinação dele, mas da dificuldade que a bota tem de estabilizar sua pisada. Mesmo asism, trabalhamos uma rigidez entre o tornozelo e o pé e passamos a usar o joelho para fazer as curvas e manobras. Essa medida melhorou muito sua estabilidade e finalmente começamos a trabalhar o balão, as curvas de alto desempenho e a Meia-lua. Davi terá um trabalho grande de fixação do tornozelo e melhora da postura, mas a aula de hoje praticamente o transformou em termos de postura e desempenho. Está de parabéns o grandalhão!

NATÁLIA RUBIM não foi à praça para ter aula, mas sempre que estava por perto recebia um toque. Disciplinada e cheia de força de vontade, a menina chegou MUITO rapidamente ao ponto em que se encontra na patinação. Vale dizer que em apenas um dia ela passou da condição de mal se manter de pé a uma patinação suficientemente boa para descer a rampa do Mineirão. Contudo, por que seus horários não tenham batido com os meus e por que não não tenha tido muito contato com a turma mais avançada, sua patinação estagnou em dois desafios básicos: frenagem eficiente e curva de bom desempenho. Natália tinha uma dificuldade grande em soltar o quadril nas manobras. Asism que diagnosticamos essa limitação, ela trabalhou duro e agora tem toda a mobilidade pélvica de que precisamos (não disse que ela é disciplinada?). Entretanto, por que ela não sabe como usar essa mobilidade para o patins, ainda não consegue fazer uma curva com definição e nem frear com segurança. Na aula de hoje, enquanto passava por perto, recebeu alguns toques e até fez com maestria um exercício de se manter em uma linha enquanto patinava, forçando a coordenação e o ajuste do traçado. Essa menina já fez até street, onde andou por mais de 10km ao longo da cidade. Tenho certeza de que será uma das recritadas em nossos grandes passeios por aí.

Com alegria transbordando de ver tantos alunos patinando por aí eu ganhei meu domingo logo de manhã. Me senti realizado, banhado de Sol e muito orgulhoso de todos. Parabéns pela força de vontade de cada um e obrigado pela companhia nessa manhã de domingo!

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

RESENHA AULA 15/01/15

Pela primeira vez TODOS os alunos de um dia de aula tiveram aula pela primeira vez. Foi um festival de estréia, e fiquei muito feliz! Todos estreiantes e todos saíram patinando! Parece que o prazer de patinar nos deixa anestesiados para as chateações climáticas e desconfortos físicos de marinheiro de primeira viagem. Não é que o calor nem atrapalhou tanto assim? Nas palavras de um amigo patinador: "Vamos que vamos, gente. No calor a gente patina, na chuva não...". Sábias palavras que faço minhas.

A mais corajosa é quem pega o Sol mais forte. Lá estava NAILA IBRAIM, parecendo não se importar com o calor. Magra, alta e forte, ja deu sinais de que não ter dificuldades para patinar. De fato ela não teve dificuldades para se deslocar. Andou direitinho e até chegou a desenvolver uma certa velocidade. Contudo, por que o patins exige uma certa concentração e essa menina é bem agitada, tivemos que trabalhar a serenidade na troca de eixo e, claro, a postura, já que era a primeira vez de Naila e ela ainda não era uma diva descoberta. Assim que pegou o jeito, ela que estava o tempo todo empolgadíssima e obediente, assumiu as questões posturais e mandou ver! Mais um pouco e já estávamos morro acima patinando com elegância e forçando as pernas a darem conta sozinhas, sem a ajuda horrorosa das mãos que abanam feito ataque histérico quando estamos tentando nos equilibrar sem técnica. Como é de costume, uma boa orientação e uma subida de leve são suficientes para o aluno entender a importância da passada correta, e não foi diferente com Naila: ela entendeu tudo rapidamente e logo estava fazendo certo. Já a descida representou o que eu chamaria de primeiro desafio real do dia. Sendo o brigada a fazer curvas para aliviar a inclinação efetiva na descida, Naila teve que se virar nos trinta para articular as quinas do zigue-e-zague. Mesmo com dificuldades de soltar os quadris e um certo medo das velocidades que atingíamos, Naila foi até o fim e se segurou firme nas desequilibradas. De volta ao plano e com outra coragem depois de enfrentar a descida, Naila se empolga tanto com a patinação modo DIVA que cai de joelhos em cima da acolchoada e confortável joelheira que eu emprestei.  Além de aprender manobras novas, Naila ainda aperfeiçoou sua frenagem da vassoura. Para encerrar essa aula que não tinha como ser mais produtiva, ainda trabalhamos a meia lua com troca simples de eixo. Naila ARRASOU!


EDNA Malha e é forte também. Aliás, essa característica FANTÁSTICA foi um ponto em comum nos estreantes de hoje, e isso me deixou cheio de orgulho. Sabemos, conntudo, que o recrutamento muscular do patins é bem diferente daquele que trabalhamos na academia. Tanto é verdade que em um dado momento, bem no início, Edna assentou no chão por que não conseguiu sustentar seu peso travando o patins, já que a sustentação do patins é bem diferente da sustentação de tênis. Mas na hora de levantar ela deu um show!! Isso por que os agaixamentos são comuns na academia e ela deve ser profissional neles. Derretendo-se naquele calor sem se queixar, Edna tinha suas pernas abrindo e feichando sozinhas como dois cães sem adestramento. Filmamos essa dificuldade para registrar o ponto de início e a evolução. Não poderíamos ter tido ideia melhor! Durante a aula, a evolução foi tão interessante que filmamos novamente ao final para que as pessoas acreditem quando digo que uma aula é suficiente para realizar uma série de modificações importantes em nossa estrutura e tonus. Entendendo que há grupos musculares que precisarão estar sempre "alertas" durante toda a patinação, ela começou a se sentir mais segura e, ao final, já conseguia trocar de perna de apoio com mais firmeza. O que dificultou tudo foi que, quando ela tinha compreendido a técnica, já tinha sido vencida pelo Sol e pelo cansaço. Agora é questão de tentar novamente, com outra disposição, e treinar em casa o balanço do pêndulo! Mais uma Diva entre nós!!!

CRISTINE BRIGOLINE faz pilates. Como disse anteriormente, nossos alunos fortes dessa rodada foram incríveis! Ansiosa e com patinadas frenéticas no começo da aula, Cristine parecia estar fugindo de alguma coisa. Isso é muito comum quando temos medo de pendular demais e acabamos fazendo ciclos curtos, que parecem mais seguros. Além disso, por que se sentia mais segura assim, a menina tinha os ombros protusos e a cabeça voltada para baixo. Em cinco minutos convenci Cristine de que ser Diva é o melhor que está tendo, e ela incorporou as questões posturais, embora com certa dificuldade. Acertando a patinada e criando coragem para ficar mais tempo em cima de cada pé, patinamos por toda a esplanada buscando os limites e o equilíbrio. Por fim, depois de entendida a questão do pêndulo, arriscamos um controle de traçado com o exercício do balão e, para encerrar, chegamos ao cúmulo de fazer uma curva fechada assistida que esboçava uma meia lua. Haja força no braço para sustentar as oscilações de tronco nesse momento de descoberta. No saldo final, grande crescimento! Irmãs Brigolini estreando!!! :)

EDUARDO é um rapaz firme. Seguindo a moda do dia, tem força e se sustenta com firmeza. Sua pisada, seguindo Altair no grupo das raridades, é super supinada (pisa para fora). Muito parecida com a patinação de Cristine, a de Eduardo também apresentava um certo afobamento vindo do temor da troca alongada de pé de carga. Como de praxe, fizemos uma pausa para falar de postura e ele não se importou em ser um Divo! :). Se sua firmeza o ajudava a se manter de pé, ela dificultava os movimentos de quadril, e tivemos que descobrir as chaves para movimentos importantes que nascem por alí. De um debater-se desenfreado, sua patinação passou a eficientes passadas, e sua velocidade aumentou tanto que cheguei a ficar preocupado em como administrar isso tão cedo. Incrível que ele não estava apressado! Apenas patinava com vigor e eficiência, aproveitando cada passada para contribuir um pouco na tração. Sua pisada de calcanhar o fazia desequilibrar para tras de vez em quando, mas, em geral, tinha estabilidade e firmeza. Entendida a importância da permanência em uma só perna de cada vez, Eduardo foi silenciosamente investindo em sua pendulação. Ela ficou tão boa que começamos a ensaiar a meia lua, que é muito importante para quem tem velocidade. Fizemos o balão com uma certa dificuldade de soltar o quadril, mas ele arrasou no controle e na força. Agora é praticar, manter o excelente cuidado com a postura, e usar equipamento de segurança sempre.

EDGAR é um jovem atleta. Forte e com a aparência de quem gosta muito de academia, ele engrossou bem a lista dos alunos fitness de hoje. Contudo, como ja tinha avisado, a força para o patins é bem particular. A ajuda que se tem dos trabalhos do dia a dia na academia, além do condicionamento, é a possibilidade de apriveitar grupos musculares fortes para "quebrar o galho" nos movimentos e sustentações que pretendemos desenvolver. E Edgar se virou bem. Também disposto a se tornar um Divo, Edgar não precisou ser chamado a atenção em relação à postura nenhuma vez depois que falamos disso. Foi super interessante. Seu excelente patins é uma ferramenta de que se deve tirar o máximo, e percebi que sua "boa" patinação precisava de umas lapidações sérias. Primeiro acalmar-se: patins é controle; Depois, patinar com mais controle; em seguida, manter as pernas mais próximas, ao contrário do que se entende por "patinação mais segura" quando se é iniciante. As pernas afastadas realmente aumentam a margem de erro para o centro de massa, evitando quedas por extrapolaçãode inclinação. Mas o preço é alto: não se consegue trocar de apoio com suavidade quando é preciso dar um "pulão" de uma perna até a outra que está "longe". Isso é feio e contra produtivo. Convencido disso, Edgar começou um processo de melhorar o desenho da passada e logo estava redimensionando toda a patinação dele, que já é bem avançada. Aproveitando sua força e destemor, comecei uma série de puxões bruscos e curvas de eixo parado para testar e estimular seus reflexos de grupos musculares inteiros. Edgar deu um show de estabilidade e me deixou orgulhoso. Na hora da meia lua entendemos as diferenças de entradas e eixos e ele começou a fazê-la com mais suavidade e fluidez. Tivemos uma pequena interrupção com um acidente entre patinadores que trombaram e a aula ficou partida, mas nada que abalasse seu processo. Nas curvas de alto desempenho encontramos a função do joelho mas não conseguimos fazer a correspondência com o quadril, o que vai ficar par aa próxima, mas conseguimos bons resultados assim mesmo. Por fim, o moço que tem um Twister e não sabe frear já pode ficar mais tranquilo quando começar com os embalos.

Sejam bem vindos ao mundo maravilhoso e saudável do patins, meus caros. Espero ter contagiado vocês com um pouco da minha paixão, por que vocês me encheram de alegria. Até a próxima.
Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

RESENHA AULA 08/01/15

Para começar o ano, nada como um dia de Sol e Céu azul naquele mar de chão de veludo (sqn) que é o Mineirão. É claro que o calor não estava lá de muitas amizades, mas quem não lutou na vida para encontrar seu lugar à sombra? Pois tivemos 4 guerreiras de mão cheia para provar que basta querer para se perseguir um sonho!

THAIS BARRAGAT, que é quase transparente de branquinha, foi ter sua aula depois de muito tempo. Sua evolução foi incrível no intervalo, e a menina já está em vias de se emancipar. Mas nem tudo são flores. Thais precisa aprender duas coisas importantes para ficar mais independente com segurança: controlar velocidade e encontrar o eixo para frenagem em meia Lua. Patinando lindamente para frente, com braço estabilizado e tronco praticamente descrevendo uma linha reta, Thais é uma Diva nata. Mas quando chega na descida ela fica até vermelha de medo. Aperfeiçoando a curva de alto desempenho, ela aprendeu que uma descida mais inclinada pode ser transformada em suceessão de retas de menor inclinação, e tudo o que ela tem que fazer é uma curva fechada para "arrematar" esse zigue-zague morro abaixo. Com três tentativas ela já estava fazendo direitinho, e foi ficando mais segura com as repetições. Sua Meia Lua, que precisava de um "empurrãozinho", finalmente saiu, e agora sua patinação é mais fluida  e segura. Parabéns menina!

TATIANE chegou em seguida, decidida a enfrentar o Sol. No início ela mal saia do lugar por que estava por demais insegura. Além disso, toda tentativa de se mover que ela fazia levava ao afastamento quase incontrolável das pernas, já que o piso do Mineirão quase não atrapalha o rolamento das rodinhas. Trabalhamos a pisada correta, a postura correta e a transferência de carga. Surpreendente essa moça sair de uma condição de patinação agarrada e sofrida para uma desenvoltura interessante! Antes da metade da aula ela já estava desenvolvendo uma velocidade que até começou a me preocupar. Fiquei muito feliz! :). No exercício do peixe, Tatiane entendeu a relação entre a rotação do joelho e a direção dos pés, e eu deveria ter gravado a expressão dela no momento exato em que tomou consiência do que tinha acabado de aprender! Show demais. Por fim, já com a tarefa do joelho entendida, começamos a treinar as curvas de alto desempenho para a esquerda, o que ela terminou a aula dominando bem. Agora vamos esperar ela fazer o para casa e desembolar as mesmas manobras para o outro lado!

MARIANA é nossa outra mascote (são duas mini-marianas, rs). Concentrada, consciente e obstinada, a pequena tem um talento incrível. Com seus 7 anos de idade e muito leve, Mariana tem que ter pernas fortes para administrar a alavanca que faz um patins tão grande quanto o que ela usa. Mesmo assim, sem se importar, ela fez a aula inteira sem queixa ou sombra de medo. Com disciplina e concentrada nos detalhes técnicos, ela conseguiu fazer sequências avançadas de manobras, e foi lindo vê-la patinar feito uma artista! É claro que o patins muito grande e ainda amador a limita um pouco, mas o progresso postural e técnico da aula foi incrível, com direito a aviãozinho rodando!! Para Mariana, que anda sempre bem equipada e dando o exemplo para os mais velhos e descuidados, fica o dever de casa: fortalecer as pernas para aprender a lidar com as dimensões do patins. Está de parabéns essa mascotinha que vai estar entre as lideranças que virão no esporte.

TALITA foi a atração do dia. Calçando o patins pela primeira vez (adoro!) ela quase não conseguia ficar em pé. Alguns segundos de terror e moleza e ela finalmente achou um jeito de não se mexer. Engraçado é que, nesse momento, até a língua apertava o Céu da boca, tamanha era a tensão muscular geral para garantir a postura. Talvez po que o Sol estivesse tão forte que nos desse um sentido de urgência, Talita não perdeu nenhuma orientação, e obedecia tudo sem reclamar. Aos poucos, de toque em toque, ela foi acertando as coisas aqui e ali. Confessando que tinha muita informação para processar simultaneamente, ela admitiu que a prática pode consolidar isso tudo em um automatismo tão tranquilo como o próprio caminhar. Com prersistência e muitas desequilibradas para trás ela finalmente achou o prumo e começou a patinar a ponto de desenvolver velocidades que ela mesma não conseguia administrar (muito bom!). ALiás, sua pisada de calcanhar foi o grande vilão da aula, e os exercícios que ela vai fazer na grama vão ajudar bastante com isso. Para quem achou que não ia conseguir andar, Talita deu o shop, chegando ao final patinando feito uma Diva e com desenvoltura. Só quero saber se ela não amanhecerá toda dolorida de tanto fazer força na aula!!! Patins é fitness mesmo...

DAISY chegou para a aula, mas foi tentada por uma grande volta na Lagoa da Pampulha com o pessoal. Certamente a experiência do Roller Rio a inspirou ao encanto. Essa empreitada não acompanhei pessoalmente, mas soube dos sucessos e inclusive ouvi dizer que ela caiu com toda a pompa de uma aluna que aprendeu a lidar com quedas. Fiquei orgulhoso dela e já vislumbro grandes passeios sobre rodinhas!

E cai a noite de mais um dia de aula cheio de sucessos e progressos. Ano começando com o pé direito e cheio de gente que sabe patinar! Me sentir acompanhado por tanta gente que entende minha paixão e compartilha comigo me faz realizado. Obrigado por compartilhar comigo seus momentos sobre patins!

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller