quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

RESENHA DA ABERTURA DA MARATONA URBAN - 18/02/15

RESENHA DA ABERTURA DA MARATONA URBAN



Bem cedo, passando pelas ruas onde há minutos os foliões se divertiam, cada um dos 9 patinadores que compareceram a este evento viu o dia amanhecer diferente. Chegando no ponto de encontro aos poucos e animados, os corajosos patinadores que trocaram a noite de carnaval por uma manhã de patins foram logo se equipando.

Uma paradinha para conversar sobre segurança, avisos e sugestões e já estávamos prontos para sair. O começo não poderia ser melhor: uma leve descida da Av. Bandeirantes logo em frente ao Néctar. Os funcionários do Néctar, aliás, foram super gentis enquanto nos equipávamos usando suas dependências externas enquanto eles preparavam para iniciar o expediente.

Daí para frente foi só alegria. Todos aprenderam muito, gravamos vídeos, rimos e aproveitamos a cidade de um jeito diferente. Mesmo morando anos em uma região da cidade, atravessa-la de patins parece torná-la um novo lugar. Apropriar-se do espaço urbano com patins nos pés é realmente curtir a cidade de chão-a-chão, literalmente.



Depois de muita descida - Bandeirantes, Uruguai, Nossa Senhora do Carmo e Jõao Pinheiro, foi hora de fazer nossa clássica e inevitável foto no Pirulito da Praça Sete. Na volta, já com o tempo apertado, seguimos Av. Afonso Pena quase toda livre, e curtimos um ótimo pavimento. No meio da subida, quando uns já estavam cansados e outros com o tempo correndo, pegamos um ônibus (de patins, é claro) e acabamos de chegar surfando do lado de dentro, segurando nas barras de cima. Foram quase 12Km de percurso: SUCESSO!

Para terminar um passeio tão cheio de detalhes, nada melhor do que assentar-se à mesa do Néctar e comentar cada episódio.



Estamos seguros de que a equipe de hoje vai fazer um excelente trabalho de auxílio aos patinadores básicos que comparecerem no próximo evento, e esperamos que cada vez mais pessoas partilhem dessa alegria que vivemos hoje pela manhã!

Parabéns à administração do grupo, que proporcionou esse acontecimento e cuidou para que tudo saísse bem!

Vamos patinar juntos!


Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller

sábado, 14 de fevereiro de 2015

RESENHA AULA 14/02/15

Sábado de alta velocidade, essa pareceu ser a vocação do Mineirão nesse dia com o Sol de sempre. Atingindo grandes velocidades, os alunos de hoje aprenderam o quanto vale a pena trabalhar a perfeição do movimento. Com poucas passadas, mas muita eficiência, testemunhamos grandes avanços nos passeios! BH que nos aguarde. Temos uma grande onda de patinadores-divos chegando.



NORVAL, nosso aluno de 1,8m fez milagres enquanto dormia. Preparado para ter sua aulas às 14h diante de um Sol que Deus deu, Norval estava de pé e longe do apoio! Na aula anterior esse rapaz não ficava nas duas pernas sem escorar vigorosamente. Segundo ele não houve tempo para treinar entre as aulas, o que me fez creditar o progresso aos sonhos, que tanto restauram quanto edificam. No começo da aula ele já estava aquecido e andando, nada de moleza. Não que se possa dizer que seja um grande mérito estar aquecido no calor que estava fazendo, mas pelo menos nos adianta bastante a aula. Acontece que estamos sempre mais endurecidos quando frios, e isso é um retardo para a aula. Patinando com as pernas exageradamente afastadas, Norval se salvava por ter misteriosamente resolvido a questão da pisada pronada que tanto o atrapalhava no encontro anterior. Aliás, Norval usa o Dupe, que é um patins em que encaixamos um tênis. Orientado a não usar tênis alto ou com amortecimento Norval acertou, trazendo um tênis que se ajustava bem melhor ao patins. Importante observar como o patins é dependente de força e condicionamento físico: bastou ele se cansar em meados do final da aula para que a pisada, antes firme, começasse a ceder e pronar. Nesse caso, aquele ajuste de pisada que antes era feito pelo tornozelo não consegue mais se dar, e o patinador tem duas opções: ou ele pisa com o corpo bem alinhado ou vai acabar entortando o pé. E fomos para a subida. Superando as minhas expectativas, que eram de grande espera enquanto ele se debateria no início da rampa, Norval simplesmente subiu, rs. Claro que não foi sem esforço. Ao contrário, a subida quase desmanchou esse moço que tinha que levar seus quilos todos morro acima. E não foi necessário repetir. Apenas um terço do percurso e ele já inclusive reduziu a amplitude das pisadas, facilitando a própria vida. No platô de cima seguimos dando volta. Sem distração e com um longo percurso à frente, Norval pode se concentrar e deu o show de elegância, erguendo-se com postura impecável sobre toda a sua altura. Com o apoio bem definido, ele patinou lindamente com longas e precisas passadas, e teve até que descer escada com ajuda do corri-mão. Parando à porta do Spoleto para respirar Norval ouvia um caso engraçado. Quando foi soltar uma risada se empolgou tanto que caiu de bunda. Não sabia se ria ou se acudia. Ao final da aula ele foi liberado para treinar sozinho com recomendações importantes.

ALINE já está perto da hora de viajar para o exterior, onde ficará por cerca de um ano. Nosso foco, portanto, é independência. Ela que, ao contrário de Norval, é baixinha e levíssima, subiu a rampa como quem patina para frente. Muito medrosa para pouco perigo, ela ainda precisa trabalhar a coragem de se lançar mais, já que o patins exige um pouco de ousadia. Sempre bem equipada e, como disse, muito leve, um eventual tombo não a machucaria. Uma consequência comum e direta desse medo é a patinação exageradamente lateralizada e com grande amplitude de pisada (pernas muito abertas). Por medo de se desequilibrar, é natural que as pessoas afastem as pernas. O problema é que, com isso, a troca de perna de apoio fica ainda mais difícil. Quanto mais longe um pé está do outro, mais força e coragem precisamos ter para trocar de perna de carga. Concentrados em reduzir a distância entre os pés e aumentar a eficiência da remada, patinamos longas distâncias, e despreocupados. Na medida em que ia ganhando confiança, Aline ia se soltando e patinando mais verticalizada, até que, enfim, começou a aumentar a velocidade sem aumentar o ritmo de sua patinação. Na verdade, a velocidade começou a aumentar muito! Aline chegou a curtir o vento no rosto, e tive que filmar ela com música de fundo. No final ela quis patinar com desenvoltura novamente. E chega a hora de tirar um pouco a insegurança daqueles pequenos desequilíbrios que dão um susto e tiram a leveza da patinação. Aline começou a patinar sozinha, tomando aqueles pequenos sustos de pequenos desequilíbrios. Vendo que se recobrava de todos, ela foi ficando mais confiante, e no final, pasmem, ela sismou dançar!! Talvez por que se inspirasse nas músicas que o Mineirão toca o dia todo e que tornam o ambiente especialmente agradável. Aline já está pronta para patinar sozinha, restando a novos encontros um trabalho de frenagem para evitar acidentes.

TIÃO veio fazer sua segunda aula. Ele, que na aula passada conseguiu ficar de pé com bastante custo e patinar com apoio bem firme, já se levantou da cadeira e foi patinando. Tudo o que foi falado na aula passada foi reproduzido desde o começo desta, sem que fosse necessário lembra-lo de NADA. Incrível! É claro que ele não conseguia fazer tudo com perfeição, mas tinha claramente adquirido a consciência. Mão na cintura para evitar braços balançando, peito para cima para poupar a lombar e olhar adiante para evitar vícios ruins à patinação e à segurança. Tudo automático. Com pouco tempo de patinação para frente no platô de baixo já estávamos aquecidos para a subida. Em menos de um minuto ele já entrou no eixo da subida, encaixou os pés e começou a remar, bastante concentrado. Rapidamente ele começa a pegar o jeito e lá está Tião subindo o morro tranquilamente (não sem esforço). Isabella, que nos acompanhava de perto, percebeu o desenvolvimento do pai e comentou espontaneamente. Aliviando um pouco a tensão do apoio para exigir que ele fosse encontrando o próprio eixo, pedi que tentasse ficar REALMENTE em um pé só a cada remada, explicando que isso iria tornar sua patinação mais serena. Impressionante foi ver que na segunda tentativa ele já estava fazendo como pedido e ainda parou de usar a ajuda das mãos! E foi aí que a patinação dele começou a dar preocupação. Se antes o problema era sair do lugar, agora o negócio é parar. Tião começou a patinar com tanta eficiência que sua velocidade passou a ser um perigo. Sem querer correr, mas desenvolvendo uma velocidade alta espontaneamente, Tião finalmente sentiu o vento no rosto. Descemos a escada do Spoleto para evitar desgaste muito grande na descida da rampa e fomos completar a super volta olímpica!! Curioso é ver como uma atividade avançada acaba melhorando, por extensão, a qualidade do que é mais simples. Descer escada não é lá um grande desafio quando se tem um corrimão para segurar, mas só de ser um processo de grande mobilidade e perigo, o patinador acaba chegando ao final com um patinação melhor um pouco. Depois de descer a escada Tião patinou feito Divo! No final da aula, por causa do cansaço, os pés começaram a doer um pouco e o pé direito começou a pronar (inclinar para dentro). Interessante é que a perna forte dele é justamente a perna cujo pé começa a pronar ao primeiro sinal de cansaço. Paramos 10 minutos à sombra e fomos para a curva de alto desempenho. Apenas começamos, por que ele estava cansado e ainda era cedo para trabalhar reboques, mas Tião mostrou que compreendeu o movimento embora suas pernas ainda não obedecessem.

ISABELLA aprendeu a fazer a vassourinha (parada em T). Ela já sabia fazer, mas ainda não tinha a técnica da transferência de carga, e ficava sempre o medo de cair. Durante a aula de seu pai, ela foi mostrando o que sabe e, a pesar de ser bastante medrosa, conseguia se virar muito bem nas subidas, descidas e escadas. Como toda criança adolescente, Isabelle tem uma pisada pronada que começa já da inclinação do tornozelo em relação ao ângulo do fêmur, o que precisa ser trabalhado antes que o patins intensifique esse problema.

CAROL já patina e é toda atrevida. Desde que calçou o patins pela primeira vez, com patinação mancada e de pouquíssima eficiência, ela evoluiu rapidamente. Forte e leve, ela não apresenta dificuldades comuns ao patinador inexperiente e sedentário. Contudo, Carol tem alguns vícios de impostação de quadril que precisam ser trabalhados. Suas curvas, por exemplo, são feitas com o pé de dentro atrás do pé de fora, o que torna qualquer erro um potencial tombo perigoso. Além disso, por causa da dificuldade que ela tem de desenvolver curvas, sobre tudo as de pequeno raio, ela tem dificuldade de frear, já que quase todos os tipos de frenagem nascem de curvas. Sua patinação desenvolveu tanto que ela já atinge velocidades várias vezes maiores do que a que ela é capaz de administrar ou interromper. Nossa estratégia foi fazer pequenos ajustes na patinação de frente e soltar o quadril para os movimentos de curva. Para ajustes na patinação para frente, focamos na pendurarão excessiva, em que o ombro balançava muito e tornava cansativo o deslocamento. No platô de cima trabalhamos curvas à exaustão! Ela reclamou, pirraçou e disse que ia desistir. No final ela conseguiu entender e executar. Suas curvas para a direita são mais eficientes, mas isso é absolutamente normal. Mesmo assim, ela entendeu que a simetria é indispensável a algumas manobras que envolvem segurança. Nunca se sabe para que lado nos restará desviar em uma situação real. Na descida Marco Aurélio estava com a gente e filmou nossa descida DE PRIMEIRA. Não treinamos nem ensaiamos: apenas aplicamos a técnica que tinhamos acabado de ver. Novamente, antes de encarar os movimentos, lá estava Carol esperneando por que achava que não seria capaz de descer a rampa em zigue-zague. Na descida com grande espaço para manobra, a tradicional combinação entre curva de alto desempenho e arremate com meia lua. Fizemos tudo com tranquilidade, e, no final das contas, quando ela errava a pisada, sem que eu precisasse falar nada, ela se corrigia ou acusava o erro. Carol está muito perto de sair por aí a fora em nossos urbana!

ROBERTA e sua caravana chegou preparada para desafiar todos os limites. Ela, que é engajada e muito aplicada, estuda e investe como ninguém. Sendo uma das alunas que mais direciona suas energias para seu momento de patinação, Roberta retém detalhes como ninguém, e não desperdiça um minuto de aula com repetição de instruções. Ela estuda, lê revista, lê reportagens e se informa. Durante a aula, todas as coisas que precisam ser pontuadas e lembradas constantemente a todos os alunos, são dispensadas por Roberta, que se vigia constantemente. Com seu patins novo, Roberta já patina com firmeza, embora tenha aquela postura de cautela que consiste em braços querendo se afastar dos quadris e pernas afastadas. Roberta começa a subida com muita dificuldade por que sua patinação ainda estava bastante lateralizada. No último terço, talvez por que a repetição a fizesse compreender, começou a recolher melhor a perna que sai do chão a cada remada, e com isso ganhou uma patinação mais centrada em seu eixo e menos balançada. Na parte de cima, cada vez mais Diva, Roberta começou a parar de usar o meu apoio. Sentimos que estava na hora de exercitar a expertise em apoiar sobre uma perna só, o que sabermos ser a grande base para novas manobras. Na posição da bailarina, em que a perna que sai do chão é esticada para trás fazendo uma forma de avião, Roberta deu o show de equilíbrio. Novamente, por que pareça até que duvidarão, filmamos e foi muito bonito ver o vôo dela durar muito. Marido, filhos e vovó estavam lá e presenciaram seu show. Em seguida fomos para o reboque. Roberta tem a melhor postura em reboque EVER! Muito bem apoiada na planta dos pés, joelho ligeiramente flexionado e bumbum pra trás para poupar a lombar, Roberta consegue responder muito bem às práticas com esse tipo de apoio. Começamos a trabalhar meia lua para dois lados, investindo no lado esquerdo, que era o melhor lado dela. Nos dois tombos que ela tomou fazendo essas manobras radicais teve um engraçadíssimo, que aconteceu em câmera lenta e com as pernas espalhadas. Foi muito divertido, principalmente a expressão de alegria dela. 

Fechamos mais um dia de patinação em família e com segurança, e voltamos para casa com aquela sensação gostosa de que o patins está cada vez mais em nossa rotina.

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

RESENHA AULA 13/02/15

RESENHA ESTREIA BEBEH E ROBERTA



A primeira aula tem uma energia tão gostosa de descoberta que eu sempre me sinto estreante junto com minhas alunas. E nessa manhã de estreias tivemos patins novo e sessão de fotos! É muita alegria, gente.

ROBERTA já não via a hora de estreiar seus patins. Contando os dias desde que comprou o patins e tendo já frustrada uma aula por causa da chuva, ela estava vibrando quando chegou. Com a tradicional mordida que o professor PRECISA dar nas rodinhas seu patins já estava pronto para uso, e a aula começa com aquela inevitável sensação de que vale o investimento. Comparada à experiência da aula passada, em que a pisada muito solta quase derrubava Roberta a cada duas ou três tentativas de pendulação, dessa vez ela conseguiu se sustentar sozinha. Engraçado era ver ela "ficando play mobil" quando ia assistir alguma demonstração, rs. Roberta é incrivelmente disciplinada! Ainda com dificuldade de patinar, Roberta tinha a tendência muito comum de lançar a perna à frente como se estivesse de tênis, e fomos nos esforçando para mudar esse hábito. Além disso, com a posada mais firme, exploramos a sustentação em um pé só, o que funcionou muito mais agora que o patins não atrapalha. Na verdade, até aviãozinho ela fez, e ficou bastante tempo estável! A pisada de calcanhar melhorou muito, mas tivemos dois ou três desequilíbrios para trás que considero perigosos. Na descida com reboque frontal ela ficou mais firme, e as curvas de alto desempenho saíram com pisada perfeita, embora ela ainda precisasse de apoio para a rotação. Naquele calor Roberta fez o melhor que poderia conceber depois de uma aula de muito trabalho duro: água de coco! E ainda teve a tarefa de ser a fotógrafa da aula de Bebéh.

BEBÉH estava ansiosa para a sua primeira aula. Sem patins, ela estava preparada para calçar um meu antigo, e haja meia para encher quatro números acima do pezinho dela. Mas Roberta, que já simpatizou pela debutante do patins, fez a caridade de emprestar o seu patins que tinha acabado de ser usado pela primeira vez. Diante da diferença absurda entre as duas experiências (Patins largo x patins justo), tive que estimular Bebéh a aceitar a gentileza. Com seu equipamento profissional de fotografia Bebéh já tinha planos especiais para a aula: fazer uma foto bacana desse dia especial - e trouxe até referência. Enquanto ela colocava o patins teve tudo quanto é pose para fotos, com direito ao famoso clique do cabelo esvoaçante. Depois a câmera foi para Roberta, que fez a cobertura do evento, rs. Bebéh não conseguia ficar de pé e o patins resvalava para todo lado naquele começo sofrido. Mesmo sendo uma atleta de academia, Bebeh ainda tinha que acordar uma musculatura muito específica para patins. E foi uma peleja divertidíssima aquele comecinho! Ficando mais firme a cada minuto, Bebéh foi escorando menos em mim e divando mais. Sua pisada, mais acertada em cada nova subida, deixava sua patinação mais estável. A Barragem sediava um evento de saúde, com direito a barraquinha, medição de pressão e assistentes sociais. A plateia numerosa talvez não tivesse a dimensão do que estava acontecendo, mas Bebéh estava aos poucos sendo possuída pelo vírus do patins, e seu desespero aos poucos foi dando lugar ao prazer de se ver evoluindo. Por fim, com a melhor cara do mundo, Bebéh me faz o aviãozinho para a foto e entra para a história das próprias hilaridades com novo esporte e nova amizade. A foto não me deixa mentir.

FABIANA chegou como quem sai do quarto e vai para a sala. Morar em frente ao local de aula tem essas vantagens. Sempre animada e topando qualquer horário, Fabiana é uma das alunas mais calmas que eu já passaram por aqui. Fabiana tem um jeito engraçado de desequilibrar, e não reclama de nada. Seu coração vai à boca de tanto esforço, e a carinha dela é de quem está se divertindo horrores. Tendo aprendido direitinho como se comportar no revoque frontal, ela faz quase qualquer movimento com o apoio do instrutor, mas fica insegura quando está sozinha. O negócio é trabalhar o apoio moral. Seguindo a ideia que Bebéh acabou estimulando, foi a vez de Fabiana receber apoio moral pelo dedinho. Parece até uma hipnose... Basta segurar o dedinho e ela fica firme. Movimentando muito para frente e para trás, Fabiana estava parecendo um João Bobo. Só mesmo a santa subida para acertar tudo. Com dificuldade e tendo que parar para respirar, Fabiana dava três passos para cima e dois para baixo. Cansativa e repetitiva, a subida não rendia. Bom, pelo menos APARENTEMENTE não, por que, no fundo, o melhor do aprendizado se fazia ali: os músculos estavam sendo amplamente recrutados, com direito a melhora no reflexo e postura. Depois de 10 minutos de esforço ela começou a desembolar, mas o cansaço tomou o lugar que antes era o do desconhecimento. Agora, como antes, Fabiana tinha dificuldade de terminar de subir, mas não por não saber fazer-lo. Sua energia não tinha acabado, mas suas pernas e costas estavam realmente “usadas”,  e foi a descida que trouxe a promessa de alento… Promessa, por que foi só começar a ser freada e já assenta no chão sem forças. Com medo de descer desembestada, ela travou as pernas e soltou os braços, escorrendo para o chão. Sem perder o ânimo e aparentemente sem se importar com o tombo, ela continua o passeio que só reserva descida até seu descanso. Sucesso por ter partido de uma condição de dificuldade de se sustentar sem desequilíbrio para uma condição de patinar por aí, Fabiana está só no início de sua carreira com os patins.

CLÁUDIA chegou para a sua primeira aula ainda sem ter seu patins. Tendo que vestir um que era alguns números maior que seu pé, ela vivenciaria um grande desafio: ficar de pé e pisar com firmeza em um patins que dá liberdade demais aos movimentos dos pés. Já querendo levantar sozinha e sair andando, Cláudia foi praticamente amarrada ao passeio enquanto colocávamos nela a enorme joelheira de alunos. Para a surpresa de todos que assistiam, Cláudia não apresentou problemas com o patins grande. É claro que ficou com aquela sensação de insegurança e pernas soltas no início, mas nada que um aquecimento não resolvesse. 

Com a sensação de ter estado em uma grande festa, e feliz por ver uma nova amizade se iniciando em um mundo tão carente das relações analógicas, voltei para a casa realizado mais uma vez. O que viesse pelo resto do dia seria lucro depois de uma manhã gostosa dessas.


Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

RESENHA AULA 12/02

MINEIRÃO



No dia em que o BH ROLLER estava nascendo não poderíamos ter uma visita mais legal do que a de um de nossos patrocinadores com direito a passeio de patins e vídeo radical.

CAMILA chegou mais cedo, mas a aula atrasou tanto que nem pode acontecer direito. Maria Alice, nossa patinadora mirim, estava abrigada do Sol e do calor tomando o suco dela SEM PATINS. Camila, ignorando completamente o Sol quente daquela tarde, patinava livremente pelo Mineirão aguardando a aula. Andando naquele paraíso da patinação pela primeira vez, Camila estava feito criança. Fomos direto para a subida fazer uns exercícios, e a sua patinação estava muito bacana. Embora ainda tivéssemos alguns ajustes para fazer, Camila apresentava um reflexo tão eficiente em suas desequilibradas que o risco de machucar se tornava muito pequeno. Maria Alice, que estava com uma bolsa nova Linda e Dourada, foi a pé acompanhando o pedacinho da aula. Para se proteger do Sol ela usava seu ócilos de gatinha e estava toda pose. Estava tão gostoso desfilar e ver mamãe andar que ela nem se importou de estar sem patins. Além do passeio com sua indumentária fashion, Maria Alice também ganhou passeio de aviçao no Colo do professor, e se divertiu bastante. Acertando a patinação na subida como sempre, Camila compreendeu o que eu quis dizer sobre EMPURRAR O PÉ DE APOIO, e fiquei feliz demais. Lá em cima fizemos uma rápida revisão de curvas e não tivemos problema nenhum (!). O jeito foi colocar em prática. Descendo a rampa ela fez todas curvas e arremates com perfeição, embora demonstrasse que ainda não seria capaz de fazer sem um empurrãozinho. Camila vai patinar muito rápido e bem!

MATEUS chegou na hora combinada. Com ombro protuso e braços esticados, ele dava sinais de que recuperava a imagem de sua infância de patinador mirim. Sem medo de patinar e com aquele ar de que sabe o que fazer, Mateus demonstrou uma facilidade surpreendente e foi até filmado. Desafiado a subir a rampa, Mateus encarou tudo com tranquilidade. Teve que se esforçar bastante para conseguir subir com a postura bacana, mas chegou no topo com a melhor cara do mundo. Incrível como o patins recupera nossa pureza. No platô mais alto falamos sobre frenagem e adiantei alguns tópicos e manobras que iriam aparecer por aí. Nossa descida foi com reboque e frenagem frontal assistida por que não tínhamos tempo de evoluir as manobras, mas mesmo assim nos divertimos com o vento no rosto. EDNA já estava chegando e fomos logo tirar nossa foto oficial com vídeo. Enquanto e me preparava para gravar Mateus ainda mandou uma meia lua e acertou  a frenagem em "T". Foi um passeio curto mas divertido e rico. Que venham nossos apoiadores sentir um pouco do bem que esse esporte nos proporciona. Quem sabe assim eles entendem por que vibramos tanto? 

EDNA chegou com seu patins novo. O calor querendo diminuir, mas ainda de lascar. Mais um batismo e mais uma estreia: Edna finalmente ia calçar seu patins novo! Sem torcer o pé, ela finalmente conseguiu ficar de pé sem tremer inteira. Veja como é importante um patins adequado à necessidade (!). Já fomos logo trabalhamos a curva de alto desempenho para que Edna se habitue com a ideia de patins deslizando. Mesmo usando bastante o apoio, Edna ao menos entendeu a dinâmica de traçado e se esforçou para reproduzir. Isso é um excelente! Claramente melhorando sua disposição, Edna já conseguiu fazer a aula toda! Que orgulho!

TIÃO chega logo mais com Isabela. Dá vontade de gravar os dois disputando a aula. Gracinha, gente! Valorizo demais os maridos e namorados que resolvem investir em patinar direito e largar a frescura. Tião calçou o patins, vestiu o equipamento e já levantou todo animado, embora não sem apoio. Nos 5 primeiros minutos, até que ele se achasse, fez suco de mão de tanto apertar o apoio. Isabela, empolgadíssima, ficou feito mosca de padaria nos rodeando. Empolgada com cada novidade que o pai tentava aprender, ela fazia tudo em menos de um quinto do tempo. A menina leva jeito. Depois de patinarmos um pouco no plano para Tião pegar o jeito, fomos para a subida e a peleja foi muito engraçada. Foram quase 20 minutos com Tião dando um passo para cima e dois para trás. Isabela só ria. Mas então, com muito custo, Tião entendeu como fazer com os pés e começo a subir a todo vapor. A mudança foi tão incrível que pedi Isabela que filmasse para não dizer que mentíamos. Lá em cima, com pausas para respirar, vimos as posições de joelho e acertamos algumas coisas na patinação. Incrível é ver como a patinação básica melhora depois que o aluno enfrenta uma situação mais tensa como a subida. Satisfeito por perceber que seu desenvolvimento está a galope, Tião se encheu de ânimo, e acho que essa família já foi mesmo capturada pelos patins!

Num dia especial, o renascimento de nosso BH ROLLER, aulas especiais e uma presença ilustre. Esse mineirão tem tantas histórias que deverá ser tombado pelo seu patrimonio histórico subjetivo! Obrigado pelos momentos juntos!

Vamos patinar juntos!

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller
RESENHA ESTREIA BEBEH E ROBERTA



A primeira aula tem uma energia tão gostosa de descoberta que eu sempre me sinto estreante junto com minhas alunas. E nessa manhã de estreias tivemos patins novo e sessão de fotos! É muita alegria, gente.

ROBERTA já não via a hora de estreiar seus patins. Contando os dias desde que comprou o patins e tendo já frustrada uma aula por causa da chuva, ela estava vibrando quando chegou. Com a tradicional mordida que o professor PRECISA dar nas rodinhas seu patins já estava pronto para uso, e a aula começa com aquela inevitável sensação de que vale o investimento. Comparada à esperiência da aula passada, em que a pisada muito solta quase derrubava Roberta a cada duas ou três tentativas de pendulação, dessa vez ela conseguiu se sustentar sozinha. Engraçado era ver ela "ficando play mobil" quando ia assistir alguma demonstração, rs. Roberta é incrivelmente disciplinada! Ainda com dificuldade de patinar, Roberta tinha a tendência muito comum de lançar a perna à frente como se estivesse de tênis, e fomos nos esforçando para mudar esse hábito. Além disso, com a posada mais firme, exploramos a sustentação em um pé só, o que funcionou muito mais agora que o patins não atrapalha. Na verdade, até aviãozinho ela fez, e ficou bastante tempo estável! A pisada de calcanhar melhorou muito, mas tivemos dois ou três desequilíbrios para trás que considero perigosos. Na descida com reboque frontal ela ficou mais firme, e as curvas de alto desempenho saíram com pisada perfeita, embora ela ainda precisasse de apoio para a rotação. Naquele calor Roberta fez o melhor que poderia conceber depois de uma aula de muito trabalho duro: água de coco! E ainda teve a tarefa de ser a fotógrafa da aula de Bebéh.

BEBÉH estava ansiosa para a sua primeira aula. Sem patins, ela estava preparada para calçar um meu antigo, e haja meia para encher quatro números acima do pezinho dela. Mas Roberta, que já simpatizou pela debutante do patins, fez a caridade de emprestar o seu patins que tinha acabado de ser usado pela primeira vez. Diante da diferença absurda entre as duas experiências (Patins largo x patins justo), tive que estimular Bebéh a aceitar a gentileza. Com seu equipamento profissional de fotografia Bebéh já tinha planos eapeciais para a aula: fazer uma foto bacana desse dia especial - e trouxe até referência. Enquanto ela colocava o patins teve tudo quanto é pose para fotos, com direito ao famoso clique do cabelo esvoaçante. Depois a câmera foi para Roberta, que fez a conertura do evento, rs. Bebéh não conseguia ficar de pé e o patins resvalava para todo lado naquele começo sofrido. Mesmo sendo uma atleta de academia, Bebeh ainda tinha que acordar uma musculatura muito específica para patins. E foi uma peleja divertidíssima aquele comecinho! Ficando mais firme a cada minuto, Bebéh foi escorando menos em mim e divando mais. Sua pisada, mais acertada em cada nova subida, deixava sua patinação mais estável. A Barragem sediava um evento de saúde, com direito a barraquinha, medição de pressão e assistentes sociais. A plateia numerosa talvez não tivesse a dimensão do que estava acontecendo, mas Bebéh estava aos poucos sendo possuída pelo vírus do patins, e seu desespero aos poucos foi dando lugar ao prazer de se ver evoluindo. Por fim, com a melhor cara do mundo, Bebéh me faz o aviãozinho para a foto e entra para a história das próprias hilaridades com novo esporte e nova amizade. A foto não me deixa mentir.

Com a sensação de ter estado em uma grande festa, e feliz por ver uma nova amizade se iniciando em um mundo tão carente das relações analógicas, voltei para a casa realizado mais uma vez. O que viesse pelo resto do dia seria lucro depois de uma manhã gostosa dessas.

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller

RESENHA AULA 10/02

Barragem Santa Lúcia


Pensem que delícia de final de dia com direito a passeio pelo São bento com risadas, buzinadas tombo de bunda na faixa de pedestre! Foi assim que encerrei meu dia que já tinha sido bom até o início das aulas.

GABI tentava ter aula há mais de um ano! Desencontros, casamento, filho e nada do patins que ela ganhou sair do armário. Hoje foi o grande dia… Tão nervos que já suava mesmo antes de calçar o patins, Gabi estava descida a experimentar a sensação do patins, e não pareceu subestimar as dificuldades. Com um pouco de medo e jurando que estava numa condição de dependência absoluta, faltou fazer um suco da minha mão, de tanto que a espremia. Com dificuldade mesmo para ficar de pé, Gabi pensava que não ia conseguir nem se sustentar sozinha, e chegou a pedir que eu não me afastasse dela nem para demonstrar. Ainda me usando de muleta começou a aprender as alavancas, e no meio da aula ela pegou as regras da remada DE UMA SÓ VEZ!! Sim. Ela trocou as passadas de pedestre pelo padrão de deslizamento do patins e não precisei mais falar da postura dela até o final da aula. No final ela já subia o pequeno aclive do estacionamento praticamente sem precisar da minha mão.

CAMILA GIORI chegou semMaria Alice. Animada, a moça Fitness estava um pouco mais medrosa, mas com uma justificativa: acostumada com o ritmo ponderado pela presença de Maria Alice, Camila se surpreendeu com o grau de exigência e de avanço em relação aos exercícios. Embora Camila não seja de ficar cansada, já que tem excelente condicionamento, a aula exigiu muita concentração e alinhamento corpo-mente. Começamos dando uma volta Olímpica na orla com velocidade muito boa. Medindo no GPS, chegamos a 13km/h, e Camila balança mas não cai. É engraçado vê-la envergar-se no desequilíbrio mas ficar de pé como se o anjo da guarda a segurasse na hora, rs. No meio da volta aproveitamos o pavimento bom da praça dos bancos e Camila treinou o freio em “T” (vassourinha). Tentando cada hora em um pé, Camila perdeu o foco e quase caiu várias vezes por que não se decidia. Escolhida, por fim, uma perna, treinamos com mais atenção e finalmente a manobra saiu. É importante que se treine bastante, por que em uma situação real não teremos muita chance de errar. Na descida leve da volta ela fez encaixe frontal e ficou toda toda… Mais uma vez a força que ela tem nas pernas foi sua grande aliada. De agora para frente, o importante é fazer cada vez menos força e com cada vez mais precisão. Convidada a continuar patinando depois da aula Camila fez uma cara de criança querendo brincar, mas seus compromissos a laçaram para longe e ficou ali nossa aula, que foi um excelente diagnóstico de emancipação à vista.

JULIANA e GRACIELA estavam me esperando quando cheguei, e quase me mataram do coração de tanta alegria. Juliana, que nano tem muito juízo, teve que ser adotada por mim e pela Gra, que juntos vigiávamos para que seu grau de estrepolia não superasse os reflexos dos seus já cansados anjos da guarda. Decidido a levar as meninas para a rua e fortalecer esse laço com o Urban, já fui levando as duas para a escada. Já comecei assustando por que Ju nem perguntou, nem esperou e nem pediu ajuda… apenas se jogou na direção da escada. E não é que a danada fez a projeção do quadril para frente direitinho e freou com o impacto da escada sem precisar segurar no corrimão? A subida da escada é super tranquila e não oferece desafio. Já para os passantes aquilo parece mais uma manobra de circo, e os comentários são engraçados. No topo da escada fomos para a calçada e começamos nossa patinação pela cidade. Observados desde lá de baixo pelas pessoas que estavam no ponto de ônibus passamos elegantes e Ju estava com uma platéia grande. Com segundos para descansar da primeira subida, lá se foi Juliana, descendo sem parar aquele passeio estreito que não dá espaço para frear… Desesperada para parar ou encontrar uma solução, Ju ficou tão rígida de tensão que dava para ver de longe. Reproduzindo as clássicas cenas de Batman se jogando para salvar alguém que cai, fui atrás para tentar pará-la. Sem saber que eu estava me aproximando, Juliana resolveu seguir o caminho dela descendo o meio fio em alta velocidade pela rampa de cadeirante que cruza a rua, mas assim que desceu o passeio… Capoft! que tombão!! dei pra frente foi só diversão, com direito a filmagem e muito recalque da comunidade em geral. Observada por todos que passavam pelo São Bento, Ju e Gra viraram celebridades. Negociando onde comer ou beber água diante de tanto esforço, tivemos todas as fantasias de beber e comer, mas nossa tarefa não permitia isso. Tinhamos pouco tempo para voltar, e o caminho de volta ainda estava cheio de surpresas. Paramos para comprar uma água e já fomos direto pegar o caminho de volta. Calçada Portuguesa, ardósia e todos os tipos de arranjo de pavimentos e muita risada. Definitivamente Urban é das coisas mais divertidas que se pode fazer no patins, e com boa companhia fica inesquecível. 

Empolgadíssimas com a aula e o passeio, Juliana e Graciela resolveram andar mais um pouco enquanto a aula da FABIANA começava. Juliana até conseguiu que o maridão segurasse a onda indo buscar a filhota, e eu achei foi engraçado. Fabiana regressa de um padrão de pouca atividade aeróbica, mas tem uma super disposição. É mais uma das que não chega ao final da aula negociando energia e que consegue seguir bem até o último minuto. Contudo, seu patins de bota de pano (Soft Boot) exige muito esforço de estruturas muito específicas, e isso é cansativo. Pisando com o pé direito todo para dentro, Fabiana raramente consegue fazer este pé deslizar por mais que 5-10 centímetros. Basta ele sair debaixo de si para que trave como uma boa frenagem. Isso torna tudo mais difícil e cansativo, e também aumenta seu mérito a cada conquista. Para começar, precisamos acertar a questão da transferiencia de carga que é imprescindível! Como esperado, o tempo de permanência na perna esquerda acabava sendo maior por que era a perna com a pisada boa. Isso fazia Fabiana mancar bastante, além de dar a ela uma insegurança. Sem desistir e sem tirar o sorriso do rosto, a guerreira foi fazendo tudo conforme manda o figurino… e não é que ela conseguiu? Enfrentando a bota mole com uma pisada cada vez mais firme, Fabiana começou a patinar até na subida! O cansaço localizado (dos grupos musculares mais estressados) começou a pegar, e chegou a hora do reboque frontal. No reboque frontal é vital que o aluno não deixe o braço dobrar-se e nem se apoie no calcanhar, pois são duas situações em que o equilíbrio se dá formando uma alavanca que o professor não consegue reverter. Insegura com o novo modelo de assistência do professor e já com os músculos cansados, Fabiana caiu de bunda toda vez que desobedeceu a regra do braço esticado e bumbum pra trás, mas pareceu não se importar, e permaneceu focada. No final da aula, afora as limitações do patins, estava pronta para um passeio solo.

CARLA mora em frente à Barragem e é vizinha da Fabiana. Outro dia me chega no celular uma foto minha feita de cima enquanto eu dava aula… Coisa de paparazzi! Fiquei até preocupado, mas depois vi que era Carla, rs. Carla chegou com o tempo querendo fechar, mas a temperatura estava boa. O clima seria essencial nesse dia por que uma primeira aula exige muito de corpo mente. Alta e há muito sem fazer esforços com isometria, Carla se desafiava de pé sobre rodas com os pés livres. Com uma pisada de calcanhar que é comum mas nociva, ela teve que receber ajuda para se manter para frente, mas obedecendo sempre às hipnóticas instruções ela se acertou de pé com o tempo. Com uma tendência de caminhar sobre o patins feito um pedestre de sapato, ela custou a desfazer do vício da caminhada para entrar no clima de “arrastar” os pés. Acho esse movimento um dos mais difíceis do ponto de vista cognitivo, e Carla fez muito bem. Se no começo Carla me fez sentir uma muleta, no final eu já estava me sentindo desimportante, rs. É que ela mesma foi tomando a iniciativa de trocar de pernas sem precisar usar as mãos, e com isso até melhorou a pisada. Essa etapa é importante por que é a que define quanto tempo levará até que o aluno patine sozinho e com segurança. No caso de Carla não vai demorar nada.

ALINE está prestes a viajar para a Austrália e quer ter tantas aulas quanto puder. No afã de aprender logo ela chega com energia total. Neste dia, coitada, e pela segunda vez, seu tônus estava afetado com o cansaço do dia longo e cheio de atividades. Por sorte eu tinha um CARB UP na mochila e ela pode elevar a disposição com uma bomba de ânimo e energia. Patinando feito uma boneca patinadora, Aline tem tudo a seu favor. Ela é pequena, leve e forte. No pilates, que é um tipo de atividade que valoriza o esforço muscular com contexto e a isometria, Aline aprendeu a se equilibrar com os membros soltos, e isso é especialmente útil quando se tem rodinhas nos pés. Mas tem uma coisa que o Pilates não trabalha, e dificulta o trabalho até mais do que o sedentarismo: o medo. É difícil conceber como alguém tão perto do chão pode ter tanto medo de cair, rss (brincadeirinha, Aline, não fique brava). Aline fica tensa e acha que vai cair por qualquer coisa, quando, na verdade, está bem longe disso. Sua transferência de carga, que é um ponto chave na patinação, só não é perfeita por que ela tem medo de ir para uma perna e outra, preferindo manter seu centro de massa em algum lugar enter elas e, o que é pior, com as pernas afastadas. Com um bom apoio e adequadamente orientada, não há o que Aline não faça sobre os patins. A menina faz meia lua, desenvolve bem as curvas de alto desempenho e patina na subida sem dificuldades. Mas basta soltá-la para ver tudo desaparecer. Sabendo disso, o melhor a fazer é investir na sensação de segurança e enfrentar esse medo de uma forma saudável. Não adiantaria gastarmos horas burilando técnicas que só seriam praticadas com as mãos dadas. E foi o que fizemos. Além de acompanhar cada troca de carga estimulando amplitudes cada vez maiores na pendurarão, trabalhamos manobras radicais, frenagens bruscas e meia-lua. Demos a volta na lagoa e até tomamos um tombo por que o medo que ela teve de cair na descida a fez retrair o abdômen para trás no encaixe frontal e lá se foi ela de bumbum no chão. O pior é que eu estava por perto, mas não apoiando ela, e tive que rebolar para amparar a queda. Depois de uma aula curta, mas cheia de desafios para uma mente carente de estímulos de desbravamento, Aline estava aquecida e destemida. É assim que quero vê-la patinar na Austália!

Com os dedos machucados do tombo com Aline e o pé latejando do aperto que o patins está me proporcionando eu tive que tirá-los, e Ayla acabou ficando sem aula. Essa menina, que é toda animada para a aula e sai de casa em um pulo, já perdeu aula por causa de chuva duas vezes e meu coração fica partido. Mas realmente, no estado em que pés e mãos estavam não havia condições.

Fim do dia com pés e mão machucados e o coração leve. Essas meninas me enchem de alegria com sua evolução, e essas vizinhas me enchem de medo com suas janelas que dão para as minhas aulas, rs. Espero que este time de patinadoras continue a patinação e a leve para níveis incríveis! Quero poder convidar dezenas de pupilos para passear comigo sem compromisso ou, quem sabe, me segurar quando estiver velhinho, rs. Amo patinar com vocês!

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller

sábado, 7 de fevereiro de 2015

RESENHA AULA 07/02 - CARREFOUR

RESENHA AULA 07/02
CARREFOUR



Em uma semana em que choveu todos os dias um patinador poderia ir pensando em outras programações para um final de tarde. Mas minhas divas e divos não são dessas! Programados para ocupar o estacionamento CARREFOUR, fomos para lá em massa. Começando com a companhia de skatistas para depois dominarmos completamente nosso espaço, chegamos a ser 15 patinadores enfeitando e iluminando aquele cantinho que estava tão sem vida.

KLEYTON chegou tão mais cedo que acho que ajudou a subir as portas do supermercado. Dividindo o espaço com os skatistas que estavam lá desde mais cedo, tivemos que desviar o tempo todo. Nada impossível para um patinador tão cheio de energia como esse menino. Começando a aula com uma patianção eficiente, nosso trabalho foi pesado e direcionado para manobras mais sofisticadas. Percebendo que nosso jovem patinador tinha muita raça e coragem, levei ele ao limite do desafio, e há muito não vejo TANTA RESPOSTA. O menino Kleyton simpesmente saiu de uma patinação tímida e desengonçada para manobras RADICAIS como power slide e curva trançada!!! Vocês têm noção de que faz quase um ano que um aluno não treina power slide? Pois acabamos de zerar essa estatística! :) Com as pernas muito grandes para poder compor seus cerca de 1,85m ele enfrenta uma dificuldade especial com a postura, já que seu centro de massa fica muito alto e exige muita concentração e acerto nas pisadas. Sem medo de tentar, mas extremamente cauteloso e disciplinado, Kleyton fez tudo o que foi pedido, e exatamente como orientado. Treino DEZENAS de vezes cada movimento e se esmerou muito. Com o chão cheio de pequenas poças de água devido à passagem de carros com pneus molhados, ele ainda teve que enfrentar eventuais escorregadas que tiravam sua estabilidade. Mesmo assim, em momento algum deixou de se esforçar para fazer o movimento perfeito, e tive até que filmar suas peripércias para ficar registrado. Está de parabéns esse menino, gente!

WALDÊNIA chegou com o marido, que ficou fazendo compras enquanto ela patinava. Ainda com muito medo e travada, Waldênia demorou um pouco a se aquecer e confiar no processo todo. Patinando com excesso de prudência, ela raramente fazia uma pendulação completa, obrigando o corpo a voltar sempre para a base de duas pernas e exigindo muita energia para cada patinada. com o apoio firme para ela entender que estava segura, começamos a melhorar a patinação na primeira "subida". Só para deixar claro, o estacionamento é plano, mas para um patinador, os desníveis de escoamento já fazem diferença, e Waldênia sentiu. Com custo e aos poucos, Waldênia foi soltando o quadril até que, finalmente, conseguiu se sustentar em uma perna em uma passada. Com uma certa assimetria que é normal, ela tinha mais facilidade em se sustentar na perna direita quando eu estava à sua esquerda, indicando, conforme diagnosticado desde o princípio, que o medo é maior que as dificuldades técnicas. Respirando fundo e já se cansando de tanto esforço físico e mental, ela começou a se soltar e dar remadas mais eficientes. No meio da aula ela já conseguia passar uma perna perto da outra durante as passadas e já não se escorava mais em minhas mãos. Passamos às curvas. Uma curva de alto desempenho pressupõe velocidade, e é a hora em que o medo vem querer tomar a gente. Waldênia se esforçou muito para se soltar, mas é realmente um grande desafio sair com velocidade no reboque frontal. Seu medo era tanto que seu quadril se opunha ao sentido do centro da curva como se não quisesse ser tragada por ele. Com muito custo e muitas abordagens diferentes, Waldênia entendeu a técnica e já estava pronta para executar uma boa curva. O medo, contudo, que é um trabalho em outra esfera que demanda dedicação, ainda a cobria de desafios. Por fim, quem tinha medo de andar para frente já estava fazendo meia lua assistida, balão com zigue zague e curva com rotação auxiliada. O maridão chegou e ainda assistiu sua performance. Quando esse medo der uma brecha, e será MUITO EM BREVE, vamos arrasar com a técnica que já foi facilmente absorvida.

ALINE está prestes a viajar para passar um ano fora do Brasil. Com o sonho de patinar pela Austrália, Aline faz as aulas para se tornar independente. Pois acho que ela precisa mesmo é de quem a filme para mostrá-la que já está emancipada há muito! É claro que sempre há o que desenvolver, e que o instrutor vai acelerar o processo, além de torná-lo mais acertivo e seguro. Mas Aline está pronta para nos deixar por um tempo. Cansada de uma maratona de noites mal dormidas, sua fraqueza física afetou bastante a aula. Mesmo assim, obstinada, ela não perdeu a concentração hora nenhuma, e foi até o fim completando todos os objetivos traçados para ela. Primeiro revisamos a remada, que ela precisava concentrar mais no eixo para balançar menos. Usando os pés mais próximos na troca de passos ela começou a patinar sem oscilar de um lado para o outro e, como de costume, até começou a adquirir velocidade. Na hora das curvas, essencias à segurança de quem patina só, Aline teve que usar o máximo de seu corpo e mente para conseguir pegar a questão do quadril para o lado de dentro. Com muito medo, assim como Waldênia, ela se opunha ao sentido do centro da curva e a impedia de sair com leveza. Muito trabalho de consciência, demonstrações e curvas assistidas e FINALMENTE ela conseguiu entender. Cansada e já no final da aula, a técnica não teve correspondência física adequada, mas o sucesso foi claro e definido. Além disso temos certeza de que o sono e a reflexão, mesmo que inconsciente, trarão luz a essa patinação.

Feliz por ter podido patinar mesmo com tanta chuva e mais ainda por todos os que compareceram para alegrar aquele estacionamento tão abandonado, encerrei meu sábado feliz e pronto para um domingo com muito patins!

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

RESENHA AULA 05/02/15



Num dia em que o Céu parecia não se decidir se ia ou não nos permitir patinar, fizemos o que pudemos, e tudo terminou em pão de queijo.Faça chuva ou faça Sol, patinemos ou não... Os encontros pelo patins são sempre divertidos.

CARLOS EDUARDO chegou mais cedo e sofreu com a indecisão do clima. Entre Carrefour e Mineirão, ficamos com Mineirão e nossa aula começou bem. O rapaz já patina sem dificuldades e tem firmeza no corpo, além de ser leve e corajoso. Acontece que, como a maioria dos homens, a força que ajuda na firmeza é a mesma que os torna rígidos para alguns movimentos essenciais da patinação. E foi esse o foco de nosso tabalho. Conduzido para a nossa grande prova, a subida, Carlos foi obrigado a patinar com calma, ansioso que era. Até chegar ao topo já tinha entendido que, na aula, o que importa não é onde estamos indo, mas como vamos. No platô de cima trabalhamos a patinação estabilizada e controlada, o reboque frontal e as curvas de alto desempenho. Desconfiado, ele levou um tempo para acreditar na finalidade de todos aqueles detalhes técnicos, mas logo ele percebeu e entrou no jogo. Entrando em sintonia com as alavancas de instruções, Carlos perdeu o equilíbrio e aterrissou devagar duas ou três vezes. É difícil manter o braço esticado quando se está desequilibrando, e infringir essa regra é quase sempre sinônimo de comprar lote pelo Mineirão. Aos poucos fomos pegando o ritmo, e Carlos bem resistente tanto ao calor quanto aos exercícios intensos. Para fazer as curvas ele teve um pouco de dificuldade, e seu quadril precisava mesmo de uma soltura. Optamos por demonstrar menos e praticar mais, e fizemos vários minutos de um longo trajeto cheio de curvas. Sempre segurando firme, Carlos passou a se desequilibrar menos e conseguiu fazer a curva para um lalo. É sempre bom quando aprendemos alguma manobra para um lado por que depois, para aprender do outro basta consultar a nós mesmos. Sugeria ele que tentasse fazer isso, e nos saímos muito bem. É claro que a primeira descida em "S" que fazemos oferece algumas dificuldades, sobretudo para ele que não sabia fazer meia lua. Mas não demorou ele já estava fazendo a manobra de maneira intuitiva e bem apoiado... mais alguns minutos de treino e ele já fazia praticamente sozinho. Nosso atraso para começar a aula devido à "indecisão" do tempo consumiu um horário que era vago, e aproveitamos para conversar longamente.

TALITA chegou na hora da aula e estava vestida de bailarina. Já entrou tanto no clima que veio até fantasiada. Animada para a aula e toda feliz com suas conquistas, ela nem lembrava a aluna que não ficava em pé. Saiu andando um pouco tensa, mas não demorou 15 minutos e já estava patinando lindamente. Passamos uma parte da aula cuidando de conhecer limites laterais para troca de carga. Ainda medrosa, Talita não trocava de pé direito e acabava ficando nas duas pernas simultaneamente. Para eliminar isso, treinamos a passada com os calcanhares próximos e a sustentação de um pé só. Depois disso fomos à curva de alto desempenho, onde agarramos um pouco até ela entender o que fazer com o quadril. Mais interessante é que quando estamos tentando uma manobra mais sofisticada o aluno nem se dá conta de que automatiza tudo aquilo que há pouco representava um grande desafio. Cada vez que aumentávamos o desafio Talita parecia se esquecer da dificuldade que tinha em enfrentar o desafio anterior. CAROL RAMOS, que está em todas, apareceu por lá e rodeou nossa aula, aprendendo, aplicando o que sabe e se divertindo. Enquanto Talita vivia uns momentos radicais, Carol treinava o que tinha aprendido nas aulas anteriores, e está dando um show de disciplina.

REGINA não pode ir ao Mineirão, e fez falta lá. Vamos aguardá-la engrenar novamente no ritmo das aulas.

LEACIR apareceu com seu patins quad (aquele que tem dois pares de rodas paralelas em cada pé. Com a chuva começando, fomos fazer nossa aula embaixo da markeese. Retomando nosso trabalho de ajoelhar e levantar para que as eventuais quedas não representassem um perigo, tratamos logo de treinar. Mas Leacir, empolgado com seu sucesso na aula anterior, quis fazer logo a versão mais complexa da manobra, que começava com o patins em movimento. Foi fazer muita força e sentiu uma fisgada na coxa direita. Para evitar o stress, resolvemos interromper aquele tipo de atividade e fomos trabalhar as curvas utilizando o truque do patins e a administração de velocidade com os dois pés no chão. A chuve estiou e o chão secou rapidamente, e pudemos voltar a patinar lá fora. Nessa hora Leacir deu o show! Patinando com certa velocidade, ele criou coragem para tirar o pé do chão e, usando a inclinação dos pés que estava estudando anteriormente, fez uma curva de 180 graus de um pé só. Para ninguém duvidar está tudo filmado, rs. Foi incrível sua performance, e está chegando a hora de procurar um professor específico de quad para dar continuidade ao trabalho.

DAISY chegou animada para ter aula, mas trouxe a chuva com ela. Sem chances de colocar o patins na tempestade, ela se rendeu e foi curtir a reunião das pessoas "ilhadas" no Braga. Pedimos pães de queijo e sucos para regar nossa resenha forçada e nos divertimos muito.

Na hora de ir embora a chuva estava tão forte que tivemos que arranjar um esquema de revezamento com uma única sombrinha que tinha lá. Descemos em comboio, entramos todos em um carro e fomos continuar a resenha em um restaurante japonês. Foi muito divertido e saudável do início ao fim, e cheguei em casa com a sensação de ter-se passado um final de semana inteiro em um final de tarde com boa companhia e patins nos pés. Isso é vida!

Patrick Bonnereau
Instrutor de Patinação
#VamosPatinarJuntos
bhroller