Primeira Volta da Família 2018
Parem todos o que estiverem fazendo. É muita emoção em uma
história para ouvir com um ouvido só! Foram somente 4 horas de passeio, mas
foram 50 pessoas vivendo cada detalhe com suas particularidades. Seria lindo
poder sentir tudo o que todos sentiram em um turbilhão sinestésico, mas o ser
humano não está preparado para isso e talvez seja por essa razão que a telepatia
não tenha sido dada os normais. Não é qualquer motivo que tira 50 pessoas da
cama cedo o suficiente para chegarem às 7h da manhã no parque ecológico, mas o
que vivemos nesse domingo é de tirar o sono de muitas noites sem pesar.
Com o céu azul e acidade literalmente lavada pelas chuvas, o
café da manhã foi uma experiência estética de entrada que já valeria tudo por
si. Pães, frutas, suco, castanhas, pães de queijo, passas, biscoitos, gelatina
e MUITO CARINHO na recepção dos famintos patinadores. Sob o Sol da Pampulha, os
50 participantes recebiam seu kit cuidadosamente personalizado que vinha com um
certificado de comparecimento, um saquinho de amendoim para mais tarde, um
bracelete refletor para proteção, uma fita identificadora, um adesivo do BH ROLLER,
um saquinho de tecido especialmente produzido com a fitinha verte-abacate e um
adesivo com o nome do participante para ele se identificar por questões de
segurança.
Compartilhando nosso café da manhã, presenças ilustres:
DJ PATINADOR LEANDRO PESSOA, grande atleta mineiro, campeão
de velocidade, instrutor de patinação e inspirador de legiões na patinação
mineira. Dj foi convidado para dar as instruções de segurança do evento.
RODINHAS INLINE vieram completar seu imenso apoio a todo
processo da organização do evento montando o café da manhã, instalando as
mesinhas e ajudando os participantes a se equiparem.
ANDRE SILVA, nosso enfermeiro, tomou café conosco e já foi
se enturmando. Simpático, prestativo e proativo, somou DEMAIS em nossa
caminhada (ou patinada) do dia.
MARCOS e DANIEL não são uma dupla sertaneja, mas certamente
fizeram um excelente duo de apoio aos participantes. Instrutores experientes,
os dois foram contratados para dar apoio aos participantes, mas se divertiram
como todos os outros, desde o café da manhã.
E foram chegando os minutos finais do café. O sentimento era
tão intenso no meio dos 50 corações e mentes que foi difícil captar pedacinhos
para relatar aqui. Tinha medo do começo, ansiedade para a largada, terror do
tamanho da volta, emoção do enfrentamento dos medos e tudo mais. O movimento
mental era tão intenso com a chegada da hora que quase se podia ouvir a
vibração ali!
Se não fossem as mãos e braços instantaneamente solidários
de toda aquela massa verde abacate, não seria possível haver superação de tanto
medo e ansiedade de nossos patinadores iniciantes intrépidos. Mas o grupo não
se perdeu na individualidade e em questão de minutos tínhamos não mais 50
patinadores, mas UM SÓ GRUPO. E foi LINDO ver a partida. O Sol não deixou que
escorressem lágrimas, mas os olhos se banharam nelas na hora do
"vai". Ninguém corria, ninguém parava. Era delicioso fazer parte
daquilo e ninguém queria ficar sozinho. Era como sentir o que os pássaros
sentem quando estão em revoada, inclusive pela sensação de liberdade que o
patins traz como poucas coisas na vida.
Já no início o desafio da primeira descida, e já ali o grupo
mostrou que podia fazer os 18km tranquilamente. Ninguém precisou dizer que
precisava de ajuda! Triciclos, instrutores e colegas mais experientes se
organizaram em rede e em minutos estavam todos do outro lado! ❤️
No caminho, paradas para água, uva e maçã. Protetor solar
sempre retocado e revezamento intenso de carona no carro de apoio. Um ou outro
tombo bobo e lá estava nosso enfermeiro André para dar assistência. Os mais
cansados ficavam no carro entre uma parada e outra e logo voltavam ao chão para
sua própria performance. Quem ficava para trás ganhava a mão dos nossos
assistentes e quem chegava primeiro esperava ansioso o grupo se reunir
novamente. Lindas fotos, lindo cenário e MUITO SOL. Não sabíamos dizer se
estávamos mesmo nos divertindo porque era muita informação para pouco coração.
Muito Sol, o calor das 10h da manhã e a tensão do trânsito dos carros sempre
próximo. Mas era só parar um pouco para o sentimento começar a ser digerido.
Com certeza tem patinador que está sentindo agora sua ficha cair...
Entre paradas e partidas, o grupo se esticava e se
comprimia. Era como se fosse preciso ficar só para sentir a lacuna do outro. E
quando já estávamos mais para o final que para a partida, mais uma profusão de
sentimentos. Queremos mesmo chegar ou seria uma grande pena que isso tudo
acabe? Decidimos que o destino nos esperava! E foi com balões nas mãos que
chegamos TODOS JUNTOS ao local de partida.
Não era só chegada! Era descoberta e também partida.
Retornar ao mesmo lugar depois de uma volta de 18km é como se ver em uma foto
antiga e se dar conta de como amadureceu. Ninguém volta o mesmo depois de uma
experiência como essa. Não havia feição que não estivesse radicalmente
diferente, seja pelo cansaço, susto ou alegria. O Sol estava convidando o grupo
a se despedir rapidamente, mas a sensação de despedida foi doída. A emoção
estava tão ligada à presença de todos que era como se não fosse possível levar
para casa sozinho aquilo tudo. Ainda bem que fizemos um lindo álbum com as
fotos do que conseguimos capturar dessa manhã.
Não nascemos sabendo delimitar nossos sentimentos mais
arrebatadores, e às vezes simplesmente demoramos um tempo para ser
suficientemente feliz a partir de uma experiência muito intensa. Então,
senhores patinadores-guerreiros, que a semana inteira seja de remoenda de cada
momento. E que eles não se percam nunca, porque relembrar é viver!
Que legal! Eu não sei andar de patins mas estou com muita vontade de aprender! Vocês aceitam iniciantes nesses eventos?
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